41- mãe?

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Me encarava no espelho e não conseguia me ver, parecia ser qualquer pessoa, menos eu. Lavei o meu rosto, sequei o mesmo e sai do banheiro, voltando pra área de espera, aonde estavam os meninos, a Laura, Débora e Carol

Tirando a Laura e a Débora, tava todo mundo com cara de cansaço, foi uma luta pra conseguirmos dormir nesses sofás duros.

Dessa vez eu me sentei entre o Thiago e a Laura, mesmo nós não sendo tão grudadas igual a antes, ela não pensou nem duas vezes antes de vir, me falou coisas que eu precisava escutar e em nenhum momento saiu do meu lado.

Olhei pro Gustavo que tava dormindo encostado no Ga, que está dormindo também.

Eles viraram a noite aqui com a gente, nos ajudaram a comer e só estão esperando eu e a Carol decidirmos se vamos ir pra casa agora ou não, hoje ainda tem dois shows mas os meninos falaram pra eu ficar, o zani vai entrar no meu lugar e na próxima eu volto.

Vi a minha mãe passar pela porta e fazer um sinal, pra eu e a Carol entrarmos, fomos até ela e o caminho até o quarto do pai foi em silêncio, depois que o pai melhorar nós vamos dar a notícia que a Carol vai passar um tempo comigo, sei que ele vai ficar meio triste mas vai entender, pelo menos nós esperamos isso. Entramos no quarto e eu praticamente corri até ele, sua mão tava tão gelada, o seu rosto não tinha mais a expressão de cansaço, porém agora estava pálido

Passei a mão no seu cabelo ralo e respirei fundo, tentando não chorar

Carol olhava de longe e pelo o seu rosto, dava pra ver o quanto a mesma sentia culpa, sei que ela tava bem distante dele e que também não fazia questão de se aproximar, não consigo nem imaginar o tanto de coisas que estão passando na cabeça dela.

Márcia: eu te falei Carol, você deveria ter dado outra chance pro seu pai- revirei os olhos olhando na direção da mesma- agora fica aí, cheia de remorso

Sofia: o que tá acontecendo com você em? olha a nossa situação mãe, não tem como pegar mais leve? 

Márcia: mas eu tô errada Sofia? pelo amor de Deus, bem que o pastor falou, depois que os filhos crescem os pais sempre estão errados 

Sofia: falando nesse seu pastor que sempre te ajuda tanto, quando que ele falou que iria orar pro pai melhorar? ou mais simples, ele mandou mensagem desejando pelo menos uma melhora?- minha mãe ficou quieta e eu fiz cara de deboche- sabe os maconheiros que iriam fazer mal pra nós duas? oraram com a gente a noite toda, o Thiago, aquele meu namorado que não me faz feliz de verdade, segundo o seu pastor, mandou mensagem pra mãe dele, pedindo pra colocar o nome do pai no altar da igreja em que ela vai, o Gabriel, namorado da Carol sabe? Ele só dormiu depois que a Carol, sua filha, se acalmou

Dava pra ver a cabeça dela saindo fumaça, a raiva dela dava pra ser sentida a quilômetros

Sofia: quase que eu me esqueci, lembra aquele menino que você encarava toda hora julgando pra caramba?- perguntei me referindo ao Gustavo- foi o que mais me falou palavras confortantes, que se preocupou com você mesmo depois de você ter olhado ele daquele jeito, mesmo você não merecendo a empatia dele

Carol: por isso que você vai voltar pra casa sozinha, e quando o pai voltar, nós só vamos ir lá por causa dele e não por você- nesse momento já estávamos chorando, mesmo depois de tudo que ela já falou pra gente, dizer tudo isso dói

Querendo ou não, ela continua sendo a nossa mãe e nada vai mudar isso, mesmo a gente querendo muito

Márcia: a ingratidão é horrível, isso tudo por causa de homens 

Carol: mãe? isso é porquê a senhora não se importa com o que a gente faz ou quer, nunca reconhece o quanto nós fazemos pra ver vocês, nunca tá bom pra senhora- a mãe fez cara de tédio e começou a ir até a porta

Márcia: quando vocês terminarem aí, eu entro de novo- mexi a cabeça negando e voltei a olhar pro meu pai

.....

Cheguei em casa pronta pra dormir, dormir sentada é horrível.

Thiago: posso ficar por aqui?- ele perguntou assim que entramos no meu quarto, olhei franzindo a testa pro mesmo- até algumas horas atrás você queria terminar comigo, vai que você quer distância parça

Sofia: não quero distância nenhuma de você, foi no calor do momento- falei simples tirando o sapato

Thiago: jaé então, tem roupa minha aqui?

Sofia: tem um conjunto aí e duas camisas, talvez uma bermuda perdida também

Thiago: daqui a pouco eu tô andando pelado por aí- dei risada indo pro banheiro

Tirei a minha roupa e entrei de baixo do chuveiro, não demorou muito pra ele vir atrás, não fizemos nada já que estamos quebrados e nem clima pra isso nós temos. Thiago lavou o meu cabelo enquanto falava de uma música que ele estava terminando de fazer do álbum, isso serviu pra me distrair 

Ele animado falando sobre as coisas que gosta é maravilhoso, os olhinhos brilhando é o que dá o charme.

Saímos do banheiro e ele colocou uma das roupas dele que estavam aqui e eu um pijama, joguei as nossas roupas no cesto de roupa suja, passei no quarto da Carol e vi que ela e o neguinho já tinham ido dormir, voltei pro meu e o Thiago já estava deitado, apaguei a luz e me deitei do lado dele

O mesmo me abraçou e foi questão de segundos pra eu cair no sono.


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Jeito Bandida|| Thiago VeighOnde histórias criam vida. Descubra agora