Um São João Inesperado - Catradora

Capítulo único?

A festa junina na escola estava em pleno vapor, com as barracas de comidas típicas exalando cheiros deliciosos, as bandeirinhas coloridas balançando ao vento e o som animado das quadrilhas invadindo o ambiente.

Adora estava radiante, envolvida na alegria contagiante da festa, seu vestido colorido combinava perfeitamente com seu cabelo loiro arrumado em duas tranças simples e um pouco frouxas com flores enfeitando que caiam nos seus peitos. A jovem não conseguia ignorar a presença constante de Catra, a garota com quem vivia em uma eterna rivalidade. As provocações mútuas eram constantes, e o clima entre as garotas sempre estava carregado de tensão.

Já havia perdido a conta de quantas vezes fui brincar em alguma barraca e a cacheada ficava provocando ou tentando ganhar dela e isso se transformava em uma competição que irritava até mesmo seus amigos que estavam nos acompanhando e prevenindo que não nos matássemos a todo momento.

Enquanto dançava ao som de uma música típica, Adora balançava o vestido conforme a música ecoava pela caixa de som e era acompanhada de algumas amigas que a rodavam e depois de tantas brincadeiras, as tranças frouxas já haviam se desfeito.

Como um ímã, a garota ainda rindo avistou a cacheada sentada em uma barraca de curau a olhando fixamente e não pode deixar de notar ela mordendo o lábio, era quase uma mania, sempre que seus olhares se encontravam, Adora descia seus olhos para aquela boca irritante, e assim que em uma tentativa de desviar o foco a loira arqueou a sobrancelha em uma provocação usual entre as duas, bufou ao vê-la se aproximando com um sorriso debochado no rosto.

A garota parou de dançar, cruzou os braços e o encarou com determinação. Seus olhos azuis brilhavam com uma faísca de curiosidade.

— Olha só quem resolveu dar o ar da graça. A rabugenta Catra. — Adora lançou um olhar desafiador, sua voz ecoando com um tom de provocação.

Com seu olhar irônico e penetrante, retrucou com um sorriso cínico nos lábios: — Só vim para ver você fazer papel de palhaça dançando, Adora. Acho que vai arrancar algumas risadas hoje.

Os olhos de Adora faiscaram de raiva, e ela decidiu se aproximar de Catra, ficando cara a cara com ela, sem abaixar a guarda. Ela colocou as mãos na cintura.

— Se você for começar com suas piadinhas, eu te jogo na fogueira e não preciso me preocupar com seu humor irritante o resto da noite! — Ela soltou as palavras com uma provocação.

Não se intimidando com a resposta, sorriu de forma provocadora, mantendo seu olhar fixo nos olhos dela. Seus lábios se curvaram em um sorriso malicioso e enigmático, revelando um pouco de seu charme irresistível, Adora nunca na sua vida admitiria que achou atraente.

— Eu... duvido. — Sua voz soou com um tom suave, quase sussurrando, carregado de um desafio que despertava algo mais profundo em Adora.

A tensão entre elas aumentava a cada segundo.

Adora e Catra se encaravam, olhares repletos de desafio, atração e uma certa dose de curiosidade mútua. O silêncio preenchia o espaço, tornando o momento ainda mais eletrizante. Era como se o universo ao redor delas tivesse parado, deixando apenas aquele momento de conexão.

Adora, com a respiração um pouco acelerada, não conseguiu conter a faísca de curiosidade e uma leve dose de admiração por trás da fachada de rivalidade.

— Você não tem coragem... — Ela debochou e sua voz saiu num sussurro carregado de tensão, transmitindo um desafio velado.

Catra, a olhou de cima a baixo e mordeu os lábios, como se estivesse especulando se realmente faria oque estava pensando, ela parou a mordida e com um sorriso de canto de boca, respondeu, aproximando-se lentamente, deixando a distância entre elas encurtar.