[ATO I - 11. O Fio do Destino]

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Entre sombras e suspiros, um mistério se esconde, No eco do passado, a resposta responde, O destino entrelaçado em fios invisíveis, Desvenda-se diante dos olhos incríveis

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Entre sombras e suspiros, um mistério se esconde,
No eco do passado, a resposta responde,
O destino entrelaçado em fios invisíveis,
Desvenda-se diante dos olhos incríveis.

Sentado nas costas gélidas da imponente estátua de pedra do corcel alado, com sua postura preguiçosamente relaxada em uma das suntuosas asas, o demônio de íris castanho-mel observava atentamente os dois deuses acomodados em um dos bancos da praça, enquanto saboreava a maçã que furtara minutos antes de uma barraca de frutas.

Sua atenção se voltava com maior interesse e uma pitada de cobiça para o jovem de traços suaves e exuberantes fios dourados brilhantes. Não era a primeira vez que avistava seres pertencentes ao Reino Celestial circulando por ali, porém, esse não era exatamente o motivo para o fascínio enigmático que o arrebatava.

A presença de divindades e imortais passeando livremente por Oddinary era mais comum do que se imaginava, e Hyunjin nunca teve dificuldade em identificá-los no meio da multidão de humanos, demônios e espíritos malignos. O qi divino, a aura celestial que os envolvia, era tão perceptível quanto ouro reluzente em meio à lama, uma estrela cadente percorrendo a vastidão do céu. Eles eram o completo oposto dos seres com qi demoníaco, estes últimos envolvidos por fluxos de energia enegrecida, opressiva e malévola, como um misterioso e assustador buraco negro.

Hyunjin não nutria o mesmo interesse pelos deuses que os humanos, que os colocavam como seres divinos a serem venerados, temidos e glorificados. Também não os via como demônios, que alimentavam um profundo ódio e rancor por eles. Ele não os odiava nem os adorava, enxergava-os da mesma maneira que via os homens: como presas. A única diferença é que os humanos eram como coelhos, existiam em grande número e eram facilmente rastreáveis e abatidos, enquanto as divindades eram como elefantes, grandes, imponentes e poderosos, difíceis de serem derrubados, mas não impossíveis.

Caçar elefantes certamente era um desafio maior e trazia uma dose extra de emoção em comparação ao abate de coelhos. No entanto, Hyunjin ainda não era um exímio caçador. Faltava-lhe força, perspicácia e poder suficientes para derrubar grandes animais. No máximo, conseguia lidar com filhotes e adolescentes, por enquanto...

Aquela divindade que capturou sua atenção no meio da massa, enquanto tentava persuadir o amigo a comprarem bolinhos de arroz glutinoso, não se assemelhava nem a um elefante, nem a um coelho. Ele lhe lembrava um cisne gracioso, belo e pacífico...

No exato momento em que seus olhos se fixaram nele, estranhamente se deslumbrou com a aparência bela e delicada, envolta por uma aura divina, e a pureza que parecia brilhar vivamente em seus olhos, espelhos da alma. Assim como um habilidoso gemólogo¹, Hyunjin era capaz de identificar e encontrar joias preciosas com facilidade, e bastou apenas um olhar para ele ter a certeza de que aquele deus era uma pedra rara e valiosa.

Quem poderia imaginar que a divindade não demoraria a perceber que estava sendo espionada... Hyunjin não tentou se esconder ou desaparecer, não havia razão para isso; pelo contrário, amplificou a sinistra intenção de seu espírito. E quando o deus o procurou, e seus olhares se encontraram, ele se deliciou ao testemunhar o medo percorrer o belo rosto juntamente com uma palidez excessiva. De certa forma, não esperava uma reação tão intensa, afinal, os deuses que desciam até ali estavam acostumados com demônios e espíritos malignos. Contudo, seria uma falácia dizer que ele não apreciou esse momento.

Coração Sombrio: A Ascensão do Demônio {Hyunlix MinSung Seungbin}Onde histórias criam vida. Descubra agora