[ATO II - 17. A fuga frustrada]

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Atenção.
Parte final
contém violência.

Diante da porta, a liberdade chama, Mas o medo o segura, a coragem derrama

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Diante da porta, a liberdade chama,
Mas o medo o segura, a coragem derrama.
Arriscar ou não, um dilema na mente,
O destino lhe aguarda, imprevisível e latente


Ao deixar o aposento, ele se transformou no beija-flor e voou cautelosamente pelo amplo corredor escuro, valendo-se da visão periférica para observar se seu raptor surgiria repentinamente atrás dele.

No momento em que voltou a enxergar, seu primeiro pensamento, após alguns segundos de espanto, foi: “É uma armadilha, ele está brincando comigo!” Não havia esquecido o que ele lhe dissera antes de partir.

Durante cinco minutos, permaneceu de joelhos, sem coragem sequer de mover-se para fora do tapete, apreensivo, vasculhando o aposento com olhos assustados, temendo que o demônio estivesse escondido ali, em algum lugar, talvez debaixo da cama, atrás do biombo ou das cortinas, esperando-o cair na teia tecida e fazer exatamente o que ele desejava: tentar fugir. Contudo, conforme os segundos se arrastavam, nada acontecia, nenhum som ecoava, e o silêncio sussurrava que somente eles estavam presentes ali.

Gradualmente, seus olhos se fixaram na imensa e pesada porta de madeira, a rota para a liberdade, enquanto suas pernas e braços formigavam, impelindo-o a erguer-se, arrombar a passagem e correr o mais rápido possível, em busca da tão desejada fuga do cárcere.

Apesar disso, ele continuou parado.

“Vamos! Não, melhor não arriscar!”

O covarde medo o travou, alertando-o de que era uma emboscada e que, ao tentar fugir, estaria caindo nela como um peixe enganado pelo anzol do pescador. Quase cedeu ao sentimento apreensivo se a coragem, ainda que fraca, uma lamparina quase sem querosene, não tivesse brotado e lhe garantido que se arrependeria posteriormente se não tentasse.

Mesmo que fosse uma emboscada, se não fizesse uma tentativa, não estaria concordando com a sua sina? Assim, abraçado à fraca determinação, caminhou até a porta, girou a maçaneta e surpreendeu-se ao encontrá-la destrancada.

Sorte ou propositalmente deixada aberta? Não tinha como saber! Hesitante, abriu a porta devagar, apenas uma fresta, se metamorfoseou e saiu voando por ela...

Yongbok não fazia ideia para onde estava indo e tampouco tinha traçado um plano. O tempo era curto, valioso, e consumi-lo planejando poderia custar a perda da chance de escapar; só lhe restava ir, voar por aqueles corredores sombreados pelo breu, vazios, buscando uma brecha, uma porta, uma janela para escapar... Mas a sorte não estava ao seu lado tanto quanto desejava acreditar.

Lágrimas de frustração umedeceram seus olhos, ofuscando sua visão, enquanto procurava uma saída, desesperando-se ao deparar-se com as portas trancadas com fortificados e grossos ferrolhos e cadeados. As janelas de ferro, trancadas, estavam enferrujadas e emperradas, impossíveis de se abrir, não importa o quanto as empurrasse, quanta força colocasse.

Coração Sombrio: A Ascensão do Demônio {Hyunlix MinSung Seungbin}Onde histórias criam vida. Descubra agora