Atenção.
Conteúdo gore abaixoOlhos fixos e opacos
guardam o pavor,
Do prazer ao terror,
num instante de fulgor.A pequena e rústica cabana oculta entre as árvores imponentes e majestosas da floresta, distante das movimentadas estradas que conectavam cidades, a cinco quilômetros de Oddinary, exalava um desagradável e intenso odor de sangue fresco... a morte havia visitado aquele local.
No único quarto da humilde moradia, em meio aos lençóis encharcados de sangue, aos pedaços de pele, vísceras e entranhas, repousava o corpo sem vida de um jovem rapaz. Seu tórax magro e barriga definida apresentavam inúmeros buracos macabros.
Os olhos fixos e opacos do falecido, como uma imagem sinistra, pareciam guardar o pavor aterrorizante que o dominara no momento exato em que atingira o ápice do prazer e percebera, distraído, as felpudas e afiadas caudas brancas surgirem por trás das costas largas do homem que o mantinha sob seu domínio, adentrando-o impiedosamente com seu membro, conduzindo-o direto ao deleite... e aos braços da morte. Antes que pudesse cogitar escapar, uma das aterrorizantes caudas perfurou brutalmente seu peito, arrancando seu coração e núcleo dourado por completo.
"Por que confiei em um espírito maligno?" pensou arrependido, enquanto se engasgava com seu próprio sangue metálico, sufocando-se com o impetuoso aperto na garganta causado por uma das caudas. Crack! Seu pescoço se quebrou e o último suspiro de vida escapou. As demais caudas o atravessaram, perfurando seus órgãos vitais e espalhando vísceras pela cama.
O espírito maligno, de fios platinados brancos e íris cintilantes vermelhas, o responsável por tal ato brutal, encontrava-se nu, sentado no chão, apoiado nas costas da cama de madeira. Ele devorava o coração e o núcleo dourado lentamente, saboreando-os. Seus dedos grossos, impregnados de sangue, seguravam firmemente os órgãos, enquanto um sorriso astuto de satisfação adornava seus lábios sujos.
Ao concluir seu festim, ele se levantou despreocupadamente e caminhou em direção ao outro cômodo.
Três diminutas criaturas, tão esqueléticas a ponto de revelar seus ossos, com altura não superior a 1,20 metros, possuindo pele extremamente ressecada, repuxada e enrugada, como se tivessem sido consumidas por queimaduras irreversíveis de terceiro grau, olhos sem íris, apenas pequenas pupilas ovais negras como ônix, saltaram e correram em direção ao espírito maligno dominante.
"Senhor, terminou?"
"É nossa vez?"
"Podemos entrar? Por favor!"
"Sim, vocês podem entrar..." respondeu ele com indiferença, franzindo a testa ao vê-los correr desesperados em direção ao quarto, tropeçando em seus próprios pés. Inúteis! Ele resmungou em pensamento, antes de entrar na banheira de madeira cheia de água doce, enriquecida com pétalas perfumadas de hortênsias.
Os grunhidos animalescos das criaturas, que disputavam como cães vira-latas pelas partes mais valiosas, aquelas que continham a energia espiritual mais abundante, ecoavam na cabana, ferindo os ouvidos sensíveis do espírito maligno.
Sempre que consumia uma quantidade considerável de energia espiritual, seus sentidos, especialmente a audição, se aguçavam e se tornavam instáveis. Seus ouvidos podiam perceber o bater das asas dos pássaros que voavam acima da cabana, o sussurro das folhas das árvores, o movimento das carroças e carruagens na estrada mais próxima daquele local isolado, o rangido dos imensos portões de Oddinary ao serem abertos e fechados, entre outros. Levava cerca de meia hora para retomar o controle de sua mente e erguer as barreiras mentais de proteção.
O banho era o momento em que ele conseguia recuperar o controle. Retendo a respiração, mergulhou na banheira, cobrindo-se completamente com a água, fechou os olhos e concentrou-se apenas em si mesmo, no fluxo de energia espiritual recém-consumida, que percorria seus meridianos.
Um minuto.
Cinco minutos.
Dez minutos.
Quinze minutos.
De repente, ele se levantou, derramando um pouco de água. Saiu da banheira, secou-se com a toalha pendurada no cabideiro, vestiu suas roupas íntimas, calças, uma túnica roxa e calçados, antes de caminhar em direção à entrada do quarto.
As criaturas pararam de mastigar e o olharam desconfiadas.
"Não se esqueçam do acordo: o que não comerem, enterrem, queimem os lençóis e limpem a cabana."
"Sim, senhor!" responderam em uníssono.
"Muito bem, continuem..."
Aqueles três espíritos malignos eram demasiadamente fracos para capturar e subjugar uma vítima por si mesmos. Não eram nem bonitos nem astutos o suficiente para se aproveitarem da arte da atuação e da enganação, o que os transformava em chacais que esperavam o leão terminar de se alimentar para se alimentarem do que sobrava. No entanto, no caso deles, não se beneficiavam da presa do leão, mas sim da caça capturada pela raposa de nove caudas...
O espírito maligno deixou a cabana, transformou-se em raposa e adentrou a floresta, seguindo em direção a Oddinary. Somente ao avistar os imensos muros de pedra, voltou à forma humana e dirigiu-se à entrada da cidade, misturando-se entre os visitantes.
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NOTAS DO AUTOR
Decidi encurtar os capítulos, proporcionando uma experiência mais dinâmica. Portanto, é provável que eu poste mais de um capítulo por vez ao atualizar.
Caso eu ainda não tenha mencionado, essa fanfic transmite uma ideia central: ninguém é totalmente bom ou completamente mau. Mantenha isso em mente. O único personagem que considero verdadeiramente bom aqui é o Felix, porém, nem mesmo ele está imune a cometer atos, ações ou ter pensamentos negativos.
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Coração Sombrio: A Ascensão do Demônio {Hyunlix MinSung Seungbin}
FanficHwang Hyunjin é um demônio excepcional, dotado de talentos além da média; no entanto, sua raça depositava expectativas ainda maiores no filho da General Infernal e do Lorde do Clã Brasas Diabólicas. Quando o Venerável do Reino Infernal anuncia a ab...