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☾ | Para ascender ao trono do clã e receber a bênção de seu pai, Jeon Jungkook precisa de um casamento e um herdeiro; um tríbrido, a criatura sobrenatural mais poderosa já vista e extinta. E o último Park existente é a...
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Os convidados mais esperados do casamento chegariam de três dias de viagem em um grande navio. Era o povo que vivia no litoral, ao Sul, liderados há milênios por hereges; nascidos ou transformados em híbridos poderosos, uma mistura de vampiros com Sifão, um tipo raro de bruxo. E Kim Seokjin era o atual rei daquelas terras, casado e esperando sua herdeira de seu ômega, Namjoon.
Com cautela e timidez, o esposo do híbrido seguiu-o para fora do navio atracado no porto. Ainda tinham uma pequena viagem de carruagem até as terras do Norte que pertenciam ao clã Jeon. E para ele, que esperava por um filhote, seria o pior.
Estava nervoso por sair de suas terras, do conforto e segurança de seus aposentos, de sua sacada, de sua poltrona preferida, tudo com o cheirinho reconfortante de seu marido, o híbrido forte e intimidante ao seu lado. Ele não deixava que ninguém encostasse em si, nem que por sem querer, pois sabia de seu desconforto com isso.
Namjoon olhou cabisbaixo para sua barriga e deslizou os dedos sobre ela antes de seguir o marido até a carruagem que levaria-os por toda a extensão de terra que ainda restava percorrer até o território do clã dos vampiros Jeon. O ômega franziu as sobrancelhas em desconforto quando saíram do chão revestido por pedras para o de pura terra, entrando na floresta. Segurou a base de sua barriga com mais firmeza.
ㅡ Doce, tudo bem? ㅡ Jin sentou-se ao lado dele, segurando a base da barriga de seu ômega para que ele pudesse descansar do peso ㅡ um pouco melhor? ㅡ sorriu, escondendo o rosto na curvatura do pescoço do moreno.
ㅡ Um pouco ㅡ suspirou de alívio, massageando os fios escuros do marido ㅡ mas queria estar na minha varanda agora, sentindo o cheiro do mar que tanto acalma meus enjoos, e ver o pôr do sol
ㅡ Logo estaremos de volta, coração ㅡ beijou a derme dele, sentindo-o arrepiar e ficar molinho em seus braços ㅡ farei o possível para se sentir confortável ㅡ de seu corpo, magia brilhante feito ouro, uma nuvem rosa, espalhou-se até cobrir ambos, trazendo conforto ao gestante, que pôde descansar, assim como o bebê em seu ventre. Fora da carruagem, seu feitiço cobria as rodas para que não sentissem o impacto do chão.
A viagem tornou-se rápida e menos torturante para seu marido, que pôde finalmente descansar e fechar os olhos durante o percurso. Dentro do território Jeon, o vento gélido os rodeou. Logo, o inverno chegaria.
Namjoon resmungou baixinho ao seu lado, aninhando-se em seu peito. Jin sorriu apaixonado, como era desde quando o viu pela primeira vez, puxando uma manta quente para cobri-lo. Às vezes, quando se encontrava daquele jeito, encarando-o e vê-lo dormir sereno, lembrava-se do passado, da hipótese do quê poderia ter acontecido a ele se não tivesse aceitado os próprios sentimentos e feito-o seu marido. As memórias passavam como um filme em sua cabeça, de tudo que havia visto e feito, dos momentos românticos e de sua explosão de raiva ao vê-lo em perigo pela última vez. Seu ômega havia sido abusado e assediado muitas vezes pela própria família, e vendido por meros trocados, sempre sob efeito de drogas, feromônios de alfas e hipnose de vampiros, um mero objeto sexual.
Haviam tido alguns encontros após se conhecerem pela primeira vez, e o herege notou algumas coisas estranhas, como os cheiros misturados e impregnados na pele amorenada, ou alguns hematomas que escapavam do tecido da roupa que ele estivesse usando para esconder, até no calor. Foi em uma visita inesperada na casinha dele, que descobriu o quê ele passava. Seus sentimentos por ele só haviam crescido e aumentado nas últimas semanas, e quando viu-o daquele jeito, seu lado bruxo explodiu em magia.
Com roupas quase que arrancadas por completo de seu corpo, novos hematomas e de olhinhos vermelhos e chorosos, ele lhe encarou assustado, crendo que sentiria nojo de si, de sua situação. E os dois alfas que tentavam subir sobre ele apenas lhe encararam confusos.
ㅡ Espere sua vez ㅡ um deles resmungou.
Não reconheceram de imediato o jovem príncipe herdeiro.
ㅡ Saíam! ㅡ Seokjin gritou num tremor, deixando com que sua magia queimasse tudo ao redor. Com extremo cuidado e carinho, se aproximou do ômega, vendo-o chorar baixinho e rodear os braços em seu pescoço, erguendo-o do chão que começava a ser pego pelas chamas ㅡ essa é a última vez que passa por algo assim, Namu ㅡ assim como sua magia destruía tudo, ela também os protegia enquanto saíam dos escombros ㅡ case comigo, por favor ㅡ encostou seu nariz no dele, enquanto parava do lado de fora, a uma distância segura, e que pudessem ver o pôr do sol. Namjoon amava vê-lo.
ㅡ Não s-sente no-nojo? ㅡ choramingou, ainda sentindo as mãos dos alfas que lhe tocavam minutos atrás ㅡ o príncipe não deveria se envolver com alguém sujo como eu
ㅡ Ah, Namu ㅡ suspirou, sentando-se com ele em seu colo ㅡ jamais sentiria algo assim de você. O que fizeram contigo e o que precisou fazer para sobreviver agora é passado. Você sempre foi e sempre será meu sol ㅡ sussurrou, sentindo-o virar a cabeça minimamente apenas para encarar a bela vista que tinham, do sol se pondo no horizonte, dos tons de laranja e rosa, do mar quebrando em ondas pequenas na praia ㅡ case comigo, Namu
O ômega se encolheu, encarando-o choroso. Assentiu com a cabeça, mordendo os lábios.
ㅡ S-sim, Jin ㅡ escondeu o rosto corado no peito do herege, sentindo-o lhe abraçar com firmeza ㅡ eu caso contigo
Ah, como o príncipe herdeiro imaginou escutar aquilo há semanas.
Fez de seu marido o homem mais feliz que pôde. Deu-o tudo que quisesse, apesar da relutância no começo e insistência de dizer que não precisava de nada, além do herege. Ficava horas grudadinho a ele, beijando-o e lhe dando mimos, acompanhando-o enquanto ele admirava o pôr do sol da varanda dos aposentos reais.
O casamento fora simples e cheio de flores e plantinhas, assim como Namjoon gostava, o que deixou-o muito contente. Não houve muitos convidados, apenas os mais chegados e importantes, para que o ômega não se sentisse intimidado ou algo parecido. Ele foi bem recebido pela corte e pelos amigos mais íntimos de Seokjin, que os desejaram felicidades pela união.
E quando se descobriu um futuro pai? Ah, quase teve um colapso. Nunca se imaginou um pai, mas ver seu ômega tímido e envergonhado, acompanhado por um médico do palácio, tentando lhe contar a notícia... isso aqueceu seu peito num nível absurdo.
ㅡ Está feliz, Jin? ㅡ ele perguntou inseguro.
ㅡ O quê? ㅡ riu, puxando-o para um abraço apertado, girando-o. Foi agraciado por sua risada contagiosa ㅡ é claro que estou, Namu!! Sou o mais feliz desse mundo todo!!
E agora, enquanto viajavam até o clã Jeon, imaginava-se com sua pequena bebê nos braços, sentindo seu cheirinho e sua respiração, com seu marido ao seu lado.
