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Emma’s Pov
Silencenus (n.): o intenso desejo de silenciar a própria mente.
Cambridge tinha, tradicionalmente, cheiro de café, croissants e natureza. Entretanto, em nenhuma outra estação do ano se podia sentir tão forte o cheiro das folhas queimadas que se misturavam ao vento gelado e corriam por toda a cidade. Era quase como uma ajuda da natureza para aumentar o encanto quase místico daquele lugar.
Aquele cheiro específico invadia o meu nariz, causando aquela sensação típica de congelamento que percorria todo o trajeto do meu pulmão, gelando o meu peito, enquanto eu, Sofia e Melissa, caminhávamos até o The Village.
— Você está bem? — Sofia perguntou, depois de me dar algum tempo de silêncio, enquanto caminhávamos, sem nem ao menos tentar me envolver na conversa com Melissa, coisa pela qual agradeci mentalmente.
— Perfeitamente. — respondi simplesmente, sem olhá-la e parando na calçada, ao lado do poste de semáforo, esperando a sinalização abrir para os pedestres.
Coloquei as mãos nos bolsos do moletom e fixei meu olhar no semáforo com o bonequinho vermelho brilhando do outro lado da rua.
— Tem certeza? — minha amiga questionou-me para confirmar. — O que Jenna fez foi tão…
— Professora Ortega. — a corrigi, sem humor algum. — O assunto Jenna morreu. — falei, sem tirar os olhos do bonequinho que nunca ficava verde.
— Morreu? — Sofia perguntou, demonstrando claramente que não havia entendido.
— Ela quis dizer que não é mais pra você falar sobre a "falecida" perto dela. — Melissa respondeu por mim e eu agradeci mentalmente a inteligência perspicaz da garota.
— Que falecida? — Sofia virou a cabeça que estava voltada para mim bruscamente, para poder olhar Dinah.
— A "morta". — Melissa explicou outra vez, em um tom de obviedade.
— Que morta? Quem morreu? — minha amiga perguntou, mais uma vez e eu mal pude acreditar que ela estivesse sendo tão lenta em entender assim.
Melissa arregalou levemente os olhos, olhando estupefata para Sofia.
— Ela disse pra você não falar mais na Jenna. "O assunto Jenna morreu". — ela falou, fazendo aspas com os dedos, usando um tom de tanta obviedade que eu quase tive vontade de sorrir, mas o gelo em meu peito rapidamente congelou a vontade.
— Ahhhhhhh! — Sofia exclamou, expressando sua compreensão e seguindo-me enquanto atravessávamos na faixa de pedestres. — Não podemos mais falar na Jenna, mas aposto que não vão se passar cinco minutos até ela mesma falar da suposta "falecida". — minha amiga falou, em um tom descontraído.
O simples fato de escutar o nome dela estava tornando o meu peito cada vez mais ártico. A cada menção do nome "Jenna", eu sentia-me dar um passo mais para dentro de uma geleira, para dentro do meu iceberg pessoal.
Virei-me, parando de frente para Sofia e Melissa, parando de costas para a porta de entrada do The Village. Cruzei os braços na frente do corpo para me proteger de um frio intenso que, aparentemente, só eu sentia e encarei as duas, principalmente a minha colega de quarto.
— Eu falei sério. — falei em um tom sério, porém sem ser rude. — Eu não quero mais falar nesse assunto. Não quero mais falar nela e nem ouvir o nome dela a não ser que seja extremamente necessário por questões da universidade.
Sofia me olhava com certo arrependimento no olhar e apenas balançou a cabeça em afirmação. A expressão de Melissa apenas reafirmava que ela já havia entendido. Dei-lhes um sorriso curto de agradecimento e virei-me de frente para a porta, empurrando-a e adentrei o local sem ao menos sentir vontade de olhar para o lugar onde ela costumava ficar.
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Wonderfall • Jemma
RomanceSe a reta é o caminho mais curto entre dois pontos, a curva é o que faz o concreto buscar o infinito. Os amores impossíveis são o caminho mais curto para alcançar o infinito e elas sabiam disso. Jenna queria alcançar o infinito. Emma queria ser o in...