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Emma’s Pov
Yuanfen (n.): um relacionamento por forças do destino. A enorme força de ligação entre duas pessoas.
"Tic tac, tic tac, tic tac, tic tac", o barulho do ponteiro do meu relógio de pulso, que estava no criado mudo ao lado da minha cama, soava alto para mim em meio ao silêncio do meu quarto escuro e vazio. As paredes em tons claros de azul, contrastavam minimamente com as paredes em branco gelo, que se intercalavam. O inverno havia chegado mais cedo e furioso à costa leste dos Estados Unidos e junto com ele a neve, que embranquecia a paisagem de Boston àquela altura do ano.
Eu estava na casa dos meus pais para o feriado do natal a uma semana, período em que as aulas em Harvard eram interrompidas e, embora eu sentisse falta de estar com eles e a maior parte daqueles dias tivessem sido momentos felizes para mim, estar sozinha em meu quarto, sem Sofia filosofando sobre a vida e sobre a minha vida, era esquisito e vazio.
Virei-me de lado na cama, agarrando o travesseiro e fechei os olhos, tentando encontrar, em algum lugar, o sono. Entretanto, pela vez infinita depois de dois meses, não encontrei o sono em minha mente, mas sim, Jenna Ortega. E com ela, as lembranças dos dois meses mais confusos e conturbados da minha vida.
Flashback. — Dois meses antes.
— O que aconteceu, Emy? — Sofia perguntou, assim que eu entrei no quarto e olhei para ela e Melissa, que estavam sentadas na cama da garota negra. — Você está chorando?
Suspirei pesadamente e deixei a lágrima presa em meus olhos escorrer por meu rosto e sem responder nada, caminhei até a minha própria cama. Melissa e Sofia atravessaram o pequeno espaço entre a cama de Sofia e a minha e sentaram-se ao meu lado.
— O que houve, Emma? — Melissa perguntou, segurando a minha mão.
— Ela foi idiota com você, de novo? — Sofia perguntou e eu senti o peso da palavra "idiota" cair perfeitamente sobre mim.
— A idiota fui eu. — respondi, sentindo meus ombros pesarem demais, como um reflexo das lágrimas pesadas que eu segurava em meus olhos.
— Nos conte o que aconteceu. Desde o começo. — minha amiga disse, deixando claro que queria saber exatamente tudo.
Assim, contei às duas, pelos próximos cinco minutos, o que havia acontecido desde que eu abrira a porta do quarto para Jenna. Melissa, que já sabia do início da história porque Sofia já havia contado, não ficou de fora em entender coisas que nem eu entendia.
— Espera, então você está fazendo esse drama todo porque dispensou a professora Ortega? — Melissa perguntou, sendo objetiva e direta.
— Eu não acho que ela esteja fazendo drama… — Sofia me defendeu.
— Está sim! — Melissa afirmou e eu sabia que ela teria razão se meus motivos para estar fazendo drama fossem somente aqueles. — Se está arrependida por ter dito não, é só ir atrás da professora e dizer que quer. É simples, não tem segredo. — ela declarou.
— Meu coração está me dizendo para fazer exatamente isso. — falei, cansada de tentar esconder o que sentia. — Mas a minha razão está dizendo totalmente o oposto. Eu não posso, simplesmente, me jogar de cabeça nisso. Eu não posso me jogar em qualquer tipo de relação ou seja lá o que for isso, com Jenna. Eu não posso! — exclamei.
— Por que? — Melissa e Sofia perguntaram juntas.
— Porque eu sei que não teria volta. — respondi imediatamente.
— Por que isso é ruim? — Melissa perguntou e Sofia apenas revirou os olhos, já sabendo a resposta.
— Porque isso implicaria em muitas perdas, em muitos corações machucados além do meu. Porque meus pais jamais aceitariam. Porque toda a minha vida viraria de cabeça para baixo. — deixei sair de minha boca as questões que me atormentavam. — Eu sei o que você vai dizer… "Emma, amar não é errado. Emma, você não pode deixar de amar e de viver porque está presa a conceitos arcaicos" — eu disse, fazendo aspas com os dedos. — Mas é muito difícil se desprender desses conceitos arcaicos quando eu fui criada com eles correndo dentro das minhas veias. Seria como se você descobrisse que não é Californiana, que na verdade nasceu, sei lá…em marte e todas as pessoas ao seu redor dissessem que é errado nascer em marte, mas algumas pessoas não acham errado você ter nascido em marte.
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Wonderfall • Jemma
RomanceSe a reta é o caminho mais curto entre dois pontos, a curva é o que faz o concreto buscar o infinito. Os amores impossíveis são o caminho mais curto para alcançar o infinito e elas sabiam disso. Jenna queria alcançar o infinito. Emma queria ser o in...