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Passei o antebraço pela quinta vez no meu rosto, estava acabada, mas não derrotada. O tanto de pessoas que já desistiram da guerra, era incontável, mas o importante eram continuar protegendo a matilha.

Soltei a espada, minhas mãos estavam assadas e aquela prata apenas iria piorar a minha situação. Fechei os punhos, e dei de murro na cara daquele sujeito que também não conhecia.

Minha loba estava cansada, e eu não conseguia entender do porquê aquele meu poder supremo, que me fazia perder a razão, não tinha sido ativado ainda, eu estava com tanta fúria, mas ao mesmo tempo sentindo tanta dor...

Parei por alguns segundos após arremessar aquela garota longe, e coloquei a mão no peito sentindo aquela dor apenas aumentar, era dor de traição, eu matava pessoas que estavam ali a força, traía eles, mas não tinha o que fazer.

Mas não era só eu que estava traindo alguém, de alguma maneira, sentia que estava sendo traída. Olhei para trás, pra subida da matilha, e vi ele, o inconfundível Amarok.

Ele estava sozinho, e eu não iria perder a oportunidade de matá-lo agora. Desviei de qualquer pessoa que poderia aparecer no meu caminho, correndo o mais rápido que eu conseguia para alcançá-lo e o mator ali mesmo.

Faltando poucos metros, ele se virou e me viu, mas não recuou, apenas desviou do ataque certeiro que eu o daria. Sai escorregando pela neve foda ao passar por ele, mas coloquei minhas mãos no chão, pegando o equilíbrio novamente.

Eu nunca vi alguém pedir pra apanhar- Ele negou com a cabeça, e se aproximou rápido de mim. Segurei sua mão, o impedindo de apertar meu pescoço, e desferi um soco em seu rosto.

E eu nunca vi alguém duvidar da morte certeira- Avancei nele, que segurou a minha perna e me girou tentando me jogar para longe.

Lia não queria se transformar, mas eu não tinha mais tanta força nessa transformação, e a forcei a sair para o atacarmos com arranhões, e ele revidou da mesma forma.

Vi que Czar se aproximava, e isso me causava de alguma maneira a sensação de incapacidade, então antes que ele se aproximasse de nós, o gritei.

Permaneça longe!- Empurrei Amarok em direção contrária, e tive pequenos segundos para o encarar fria- Essa luta é minha.

Senti que estava perto de ser atacada, mas não tive tempo para desviar, Amarok me chutou para longe, e dessa vez Lia não resistiu e saiu da transformação, mesmo estando mais forte que eu.

Eu com medo Lupita.

Vai ficar tudo bem! me deixa entrar na transformação!?

Não ... eu... eu não conseguindo!

Que merda!

Tive que revidar da maneira que eu podia, e certamente não poderia. Estávamos perto do penhasco, e infelizmente ele sabia disso, e foi quando teve a incrível ideia de tentar me empurrar dali.

Eu já tô cansado de você, sua pirralha ordinária! Eu vou te mandar pro inferno agora!- Ele me empurrava pelos ombros, enquanto eu tinha a mão em seu peito, fazendo força para voltar para frente.

Travei meus pés na neve, mas logo começaram a deslizar sobre elas, me afundando e me aproximando mais do final do penhasco, meus braços já doíam, mas não iria desistir, eu tinha jurado a mim mesma que iria ganhar, eu tinha jurado aos Luares que eu mataria esse verme desgraçado, e todos eles me apoiaram, me dariam forças para que eu conseguisse, para que nós conseguíssemos.

E você fazendo tudo sozinha...

Derrapei minhas mãos por Amarok, e fui direto ao chão quando Czar  tirou pela gola da camisa ele de perto de mim. Senti meus ossos tremerem enquanto via aquele desgraçado ser jogado no chão, e levar um belo de um chute no estômago.

Lobos- Saga| The Seven Days IIOnde histórias criam vida. Descubra agora