Lobos- Saga| The Seven Days II

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Andamos e andamos, mas nada era nada, escureceu e eu não tive outra escolha a não ser parar e pensar em algo pra esquentar aquela garota antes que ela morra de hipotermia.

Como o "senhor dos anéis" vai aparecer possivelmente amanhã, não custa nada arrancar alguns galhos desse labirinto e fazer uma fogueira.

Alias, quando ele venceu a disputa, o labirinto estava quase cobrindo os céus, ninguém acreditava que ele iria conseguir, porém, eu sempre acreditei, além de tudo, eu acreditei nele.

Montei a fogueira e a acendi, sentei de um lado e a Luar do outro, eu nem ao menos queria olhar para ela, não sei o porque, mas eu estava sentindo vergonha de mim mesmo.

Eu quase contei pra ela sobre os meus erros do passado, coisas que eu me arrependo e não me orgulho de ter feito, o meu maior erro foi ter feito isso só pra impressionar.

Olhei para frente de relance e pude ver a Luar se estremecer de frio, mesmo estando, além do agasalho, enrolada e perto de uma fogueira.

Suspirei fundo e me levantei, fui até ela e me sentei ao seu lado, talvez emanar um pouco do calor do meu corpo pra ela, ajude.

Será que lá no sul, não faz nem dez minutos de frio?- Perguntei, mesmo sabendo que não era assim, aliás, eu não sou burro

Talvez faça né Czar, mas não um frio igual a esse que está fazendo agora- Ela bate o queixo após falar.

Ergo um braço com meu cobertor, e ela entendeu a ideia, vindo rapidamente se apoiar de baixo do meu braço, passei ele sobre o seu ombro, eu estava enrolado também e a ajuda seria em dobro.

Ela esfregou a cabeça no meu peito e aí sim eu pude crer no frio que ela deve estar sentindo, ela não parece ser do tipo de se agarrar em alguém por qualquer coisa.

Já bebeu alguma coisa quente, pra ver se ajuda?- Pergunto encarando a chama da fogueira.

Não- Respondeu tremula.

Era só o que me faltava- Resmungo e puxo a bolsa dela para poder pegar a sua garrafinha térmica, a primeira que eu vê-se pela frente- Toma, bebe um pouco Luar.

Ela tira a cara do meu peito e ergue a mão para pegar a garrafinha, abre e bebe um pouco do que continha ali dentro, café, chá, tanto fazia.

Sabia que quando você me chama de Luar, você esta se referindo a mulher do Alpha- Eu nego com a cabeça, não fazia ideia disso.

Então no caso, na sua matilha, quando você se casar, a matilha terá que se referir a você como a Luar?- Olho para ela que acentiu com a cabeça- Mas pelo o que eu sei, se eu chame-se Eregon de Meta, quer dizer que ele é o Alpha, ou no seu caso, Luar, futura alpha.

Mas eu sou infanta- Me calo e ela me olha com um sorriso traiçoeiro no rosto.

Há-há-há, engraçadinha- Reviro os olhos e mudo minha visão pra outro lugar.

Foi o yeti que me falou isso, que eu sou "infanta"- Ela começa a rir da sua própria imitação de Cristhian.

Vocês dois ficaram bem próximos, não foi?- Olho sério para ela.

Que nada, foram só dois dias, e maior parte do tempo eu estava dormindo- Sorrio novamente me olhando- Ele ADORAVA me colocar pra dormir, eu sou tão chata assim?

Sim, você é insuportável- Tento falar de uma maneira convincente, mas ela prossegue rindo e eu acabei rindo também- Você é besta demais.

Se eu realmente fosse infanta, não haveria o porque de Amarok esta atrás de mim- Ri mais um pouco.

Lá vem você falar sobre Amarok novamente- Suspiro lembrando o tanto mal que esse desgraçado já fez a nossa família e principalmente a ela- Você fala tanto de Amarok que eu vou começar a duvidar.

Duvidar do que criatura, para com isso- Me repreende empurrando meu braço- É incrível cara!

Incrível o que?!- Já aumento a minha voz também.

A gente sempre tá numa vibe boa e você sempre se prontifica em estraga-la- Suspira fundo fazendo um bico e balançando as pernas.

Mas você também não ajuda, né?!- Me viro para ela- Maioria das vezes que a gente discute é por que você falou merda, por que diabos você precisava estragar esse momento falando de Amarok!?

E por que você se incomoda tanto?!- Dava pra ver a raiva que ela tava sentindo subindo aos olhos- Se eu falo de Eregon você não gosta, se eu falo de Amarok você também não gosta, infelizmente eles foram os únicos que apareceram para abalar a minha vida, qual é o seu problema?!

O problema é que eu não gosto e pronto, acabo!- Grito ainda mais alto e ela franze o cenho- Se a gente tá junto, será que não tem como falarmos apenas sobre coisas que interessam a gente, você fica o tempo todo me lembrando de homens diferentes que gostam de você, até o Cristhian cara, faz mó tempão que você nem cita o nome dele e só por que estamos juntos você faz questão em lembrar daquela desgraça.

Para de xingar o coitado, o que foi que ele te fez!?- Ela tem um certo problema com o meu ombro, qualquer coisa ela me empurra pelo mesmo.

Ele te encontrou primeiro que eu, esse é o problema!- Me levanto do chão- Eu tava lá o tempo todo, eu te vi subindo a montanha, eu te vi fugir daqueles coiotes, mas daí você tinha que entrar naquela caverna, ele te protegeu e agora você trata ele como o salvador dá pátria!

Mas se eles me salvaram eu tenho no mínimo respeito por eles, diferente de você que me entregou pra morte!- Ela cuspiu esse fato na minha cara e já ia dando as costas.

Espera, volta aqui- Falo pegando seu braço e a fazendo voltar- Eu já te pedi desculpas, será que a alguma maneira de você esquecer disso e parar de encher meu saco!? 

As pessoas são sempre lembradas pelos seus maiores atos, não, até que você faça outra coisa inesquecível, eu sempre vou me lembrar de você dessa forma- Tenta puxar seu braço mas não o solto.

Então eu vou fazer algo que você NUNCA, escute bem, NUNCA MAIS vai se esquecer- Ela me olha com duvida.

Puxo o braço dela pra acabar logo com aquela distância entre nós e seguro sua nuca, a puxando para me beijar de uma vez por todas.