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Lei número sessenta e quatro, aquele que trair sua matilha, seu Alpha, aquele que mentir sobre algo imperdoável, aquele que não assumir sua culpa e deixar outra pessoa ser executado por seu erro- Czar falava sem exitar na frente de todos- Será sacrificado. O sacrifício será da maneira que o conselho escolher.

Espera!- Raissa grita- 2²⁰, na cláusula sete da lei número sessenta e quatro, o réu pode ter seu destino escolhido por aquele a quem ele acusou.

Ah pronto!- Czar suspira e bate as mãos na coxa.

Eu errei, eu menti e uma pessoa seria morta pelo meu crime, mas eu posso ser salva pela pessoa que eu denegri- Ela tenta se virar para me olhar- L...

Eregon!!- Alguém grita alto e forte, eu conhecia aquela voz- Traga Raissa aqui, ela é minha!

Era Amarok, nos entre olhamos enquanto o fuxico rolava solto nas pessoas que tentaram entender, ou que talvez, já entenderam o que está acontecendo.

Você não irá matar ela, faremos uma troca, Eregon!- Ele bateu com força no portão- Você já ficou com a Alpha, deixe-me ficar com a raposa.

Não, não, não deixem!- Ela começa a ficar desesperada- Eu tenho medo dele!

Hum, quem decide isso é Lupita- Eregon a virou para mim- Decida.

O silêncio se formou na minha cabeça enquanto todos da matilha prosseguiam fuxicando, olhando para o portão, tentando identificar certamente quem estava a vir.

Eregon, ou você entrega a Lupita, ou você me entrega Raissa!?- Disse exigente e todos estremeceram.

Já que é, ou uma, ou outra- Raissa que ainda tem esperanças de ser salva por mim, não teve outra escolha a não ser começar a chorar em súplica.

Não, por favor, não- Eregon a empurrou para os guardas que esperavam o seu comando.

Ou você, ou ela, Lupita?- Me olhou com um medo nos olhos.

Ele talvez estivesse com medo de me sacrificar por Raissa e ir parar nas mãos de Amarok depois do tanto de esforço que ele fez para me proteger.

Esforço não né, se ele quisesse, quem teria ido me buscar, era um de seus guardas, mas ele fez questão de ir, e aceitar uma guerra por mim.

Não resta dúvidas, Eregon, entregue essa merda de raposa e pronto!- Czar falou rígido, já sem paciência, não como se ele tivesse- Vai Eregon, decreta logo!

Eu quero ouvir da boca da Alpha- Ele veio se aproximando mais de mim, fazendo minha pressão aumentar mais- O que você prefere, Lupita?

Uma troca- Olhei dentro de seus olhos e pude até ouvir Raissa implorar ainda mais- Justo, não?

Isso mesmo- Sorrio de ladino e ficou ao meu lado, perto até demais- Podem entregá-la, cuidado ao abrir o portão, se ele entrar a guerra começa aqui. Entenderam?!- Perguntou aos guardas.

Eles seguraram Raissa com mais força e começaram a puxá-la na frente de todo mundo, para enfim expulsá-la da matilha.

Você vai querer ver?- Eregon perguntou disfarçadamente.

Eu não tô muito bem, eu... acho que bom entrar e descansar um pouco- Massageei a testa de olhos fechados me virando para Eregon.

Vai, o dia foi corrido, eu também tô um pouco cansado- Ele segurou meu ombro- Me desculpe mais uma vez.

Tudo bem...- Respondi me virando já para entrar.

Sube as escadas um pouco tonta, eu ficava me lembrando de tudo que já passei lá, e que possivelmente Raissa passará o mesmo.

Entrei no meu quarto, fechei a porta e me sentei na cama tentando afastar aqueles pensamentos da minha cabeça, eu não podia ter concordado com aquilo.

Mas o pior é que eu tenho que admitir que Amarok, dessa vez tinha razão, por mais que ele tenha começado uma guerra por mim, eu sei que entregar Raissa nas mãos dele, não mudará o fato de estarmos em guerra, mas isso também não muda o fato de que ela queria se livrar de mim, nem que fosse me matando.

Balancei a cabeça tentando esquecer esse dia corrido, eu só queria relaxar, eu só queria poder fechar os olhos e dormir depois disso tudo.

Mas não era possível, fui ao banheiro e notei uma certa banheira me chamando, a enchi, prendi meus cabelos em um coque, tirei a roupa e entrei naquela água morna.

Quente o suficiente para fazer meus músculos relaxarem, recostei naquela enorme banheira e fechei os olhos esquecendo do mundo.

Não dormi, apenas entrei em um transe que não podia explicar direito, eu comecei a ver coisas e não era da minha imaginação, elas passavam naquele escuro com tanta genuidade.

Era possível ver manchas, manchas azuis que começaram a se transformar, aparentemente em pessoas, manchas que pareciam estarem correndo.

Incrível, nunca tinha imaginado algo assim, mas se bem que não era coisa da minha imaginação, eu realmente estava vendo pessoas correndo.

Aquelas pessoas correndo estavam me causando ansiedade, entrei na banheira para relaxar, ou ficar mais nervosa, afinal?

Abri os olhos com sacrifício de ver a luz forte em meus olhos, peguei a toalha, me enrolei, e sai do banheiro ao closet.

Eu nem estava conseguindo me concentrar direito, graças ao pai eu não estava mais me preocupando com Raissa.

Mas agora algo fazia parte da minha cabeça, eu nunca tinha visto nada incomum assim, ou até mesmo sonhado com algo estranho.

Sonhar? Claro que eu já sonhei!

Me lembrei dos sonhos que tive ontem, era algo tão misturado, uns negócios controversos e sem sentidos, o meu passado se misturou com algo que nunca existiu.

Será que... não é possível, será mesmo que eu estou tendo visões? Meu avô já me falou muito sobre isso, mas eu nunca me imaginei tendo visões.

Eu deveria falar isso pra Eregon, ele talvez possa explicar.

Fico em duvida enquanto visto a calça, saio do closet com um par de meias em mãos e me sento na cama tentado decidir.

Talvez fosse coisa da minha cabeça, mas e se acontecesse tudo que eu estava sonhando e vendo e eu não tivesse o avisado desde já, será que ele me castigaria me devolvendo para Amarok?

Que nada, deve ser só sonhos bobos, calcei minhas meias pronta para me deitar novamente, eu até cheguei a deitar, mas quando escutei uma voz familiar me chamando.

Eu não sei dizer se a maneira como ele me chamou foi engraçada, só sei que quando reconheci a voz de Czar, até um sorriso se fez presente.

Lobos- Saga| The Seven Days IIOnde histórias criam vida. Descubra agora