Lívia Hernández, filha de Xavi, volta para Barcelona após passar 3 anos no Brasil morando com sua tia avó. Quando ela volta conhece Pablo Gavi e acaba se envolvendo com ele em uma festa.
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LÍVIA HERNÁNDEZ TORRES
JÁ DISSE que amo viajar? Pois sim, amo viajar. Viajar é terapêutico, me traz uma imensa paz. Bom, isso até eu ter dois filhos, ops, uma filha, mas parando para pensar Pablo é quase uma criança porque eu que faço as coisas pra ele.
Após muito conversa, decidimos ir para um lugar muito especial, um lugar no qual em trouxe muitas lembranças boas. O Brasil. Rio Grande do Sul pra ser mais específica. Amo cada detalhe desse país, cada comida, cidade, estado, praias, tudo nesse lugar eu amo.
Seriam longas 18 horas de vôo, com uma criança de 1 ano, uma criança de 19 anos, muito estresse, cansaço, dor de cabeça e garganta doendo. Sem falar no enjôo que eu estou sentindo desde semana retrasada.
— Amor, tô com fome! — Gavira diz fazendo bico.
— Pablo, eu não sou cozinheira não, sabia? — Falei e ele me olhou. — Filha, tá com fome? — Perguntei para Isabel que sacudiu a cabeça em negação.
— Poxa, pensei que ia cuidar do seu amor. — Ele faz um biquinho e deixo um selinho em seus lábios.
— Eca! — Isabel disse e rimos.
E agora sabe o que vou fazer? Alimentar meu bebê, vulgo meu noivo, se não daqui a pouco eu vou ser atacada dentro desse avião.
(…)
Ainda faltavam 10 horas de vôo, Isabel dormiu e eu e Gavi decidimos ver um filme, Karatê Kid, o melhor filme sério.
— Se eu fizer esse negócio de colocar e tirar casaco será que eu viro lutador de karatê? — Gavi perguntou enquanto eu fazia cafuné no seu cabelo.
— É um filme, não dá pra saber! — Ele me encarou e pensou.
— Vou tentar! — Coitado, realmente acredita que vai ser fácil assim. — Olha que bonitinho ele! Vamos ter outro filho?
Pablo anda me atormentando para termos outro filho, só que eu não quero ainda. Isabel só tem 1 ano, estou terminando minha faculdade e Gavi tem muito pouco tempo por causa dos treinos e jogos, sinto que agora não é um bom momento. Sem falar no espaço, na paciência e principalmente a mesma coisa, o tempo.
Mas ele não consegue entender que não é um bom momento para outro filho agora, ele não entende que eu estou muito esgotada, sobrecarregada, cansada e muito focada na faculdade. “Ah, mas você tem que explicar para ele”, eu já tentei e juro que tentei muita vezes, mas parece impossível, sabe? Parece que não entra já cabeça dele e que ele não quer aceitar um não.
E para não causar uma grande briga por um motivo bobo, eu evito ficar remoendo esse assunto e tento deixar para lá, vai que uma hora ele entende? Nunca se sabe.
— Não. — Disse, mas agora eu deixaria esse assunto morto por um bom tempo.
