Amanda.
"Eu estava em um labirinto, mas aquele não era eu.
Sei que ainda não te perdi,
Sei que é tarde e pedi,
Tu me reconheceu?Ao final desse soneto, diga para mim.
Quero ver o seu rosto,
O seu corpo.
Um grande amor não se acaba assim.Comprometo a minha alma,
A minha luz, o meu ser.
Te dou a minha calma.Para o teu amor me pertencer
Teremos que fugir
Mesmo sem vencer."Um homem de olhos azuis parecido com Tom recitava esse poema em meu sonho. Eu estava em um labirinto depois disso, correndo desesperadamente e o vestido branco estava manchado de lama. A figura de um homem que me dava medo, aparecia e ele me dava um tiro. Eu acordava como se estivesse levando um soco no coração. Achei que iria morrer e apenas mandei uma mensagem para Chris dizendo que estava morrendo e desmaiei.
Acordei em uma maca de hospital e lembro de ver Tom de costas falando com a enfermeira. Estava rodeada de aparelhos e perceberam que eu havia despertado. Ele pede para a enfermeira deixar-nos e se aproxima de mim.
— Você tem que ter cuidado com fortes emoções, querida amiga.— ele diz.
— Sinto que foi algo espiritual.
— Não sei, não tenho conhecimento sobre o assunto.
— Por favor, pode ficar aqui comigo só enquanto o Chris não chega?— não sei por quê pedi aquilo, mas sei ele não recusaria.
— Sabe, desde que você falou aquilo na festa, eu não parei de pensar.— ele me olha.— Aquilo de seguir com a vida e tal.
— Digo isso porque você ainda é novo. Aliás, nem tanto.— brinquei.
— É, isso é verdade. — ele gargalha.— Eu excluí ela totalmente da minha vida e parece que estou me sentindo bem. Parece que estou fazendo algo por mim pela primeira vez. Sei que não conversamos sobre você e aquele idiota do Charles, mas o que houve para você perceber que não o amava mais?
— Charles era bom no começo, mas nossa relação ficou péssima e ele também. Eu não queria me casar com ele, mas ele me queria. Foi na época que visitei a minha avó.— suspiro.— Ela disse que haviam planos maiores e, dias antes do casamento, eu decidi terminar tudo. Você ficaria com alguém que a família não gosta de você e esse alguém faz questão de te humilhar?
— Acho que não.
— Pois é. As vezes você só quer alguém que faça o minimo sem que você precise implorar.
— Tem um autor de um livro que estou lendo atualmente que diz "Quando as flores da primavera se forem e tu, minha amada, decidires ir, não poderei nada fazer além de esperar-te".Quando eu ouvi aquela frase, senti uma familiaridade. É como se eu já tivesse lido ou escutado ela antes.
— Qual o autor?— Indaguei.
— Arthur Thompson. O nome do livro é "A Primavera sem Flores". Dizem que ele escreveu esse livro para uma moça que ele era apaixonada. Aliás, esse e mais cinco. Esse fala sobre a partida dela.Minha cabeça começou a girar e senti um mal estar no meu corpo. Chris aparece no quarto e fica aliviado, se aproximando de nós. Tom toca o meu braço e eu encaro seus olhos azuis.
— Quer sair um dia desses? Quando você melhorar é claro.— ele faz o convite.
— Claro, eu aceito.— o respondi.
— Ei, cara, obrigado por ter cuidado dela. —disse Chris para quebrar o climão.
— Disponha, bom, eu vou indo. Depois nos vemos, amigos.Ele retirou-se do quarto e Chris me olha sorrindo.
— Ele ta interessado em você.— ele diz animado.
— Não viaja, ele só quer me conhecer melhor.
— Tudo bem.— ele diz.
— Tudo bem.Um silêncio ensurdecedor se instalou no cômodo e Chris me olha mais uma vez.
— Acho que você deve se cuidar, Nena. —ele me chama pelo meu apelido de infância.
— Mas eu estou me cuidando, foi só um pesadelo que tive.
— Sobre?
— O Tom estava no meu pesadelo, mas parecia não ser ele. Eles parecem ser diferentes mas iguais!
— O Tom?— ele demonstra um sorriso no canto dos lábios.
— Evans, para de graça! Eu falei sério.— chamo a sua atenção.— Ele recitava um poema. Só lembro da parte: "Para o teu amor me pertencer/Teremos que fugir/Mesmo sem vencer".
— Já lembro de ter lido algo parecido, mas não lembro onde.
— Enfim, deixa isso para lá.
— Do que falam?— Tom diz entrando no quarto com alguns papéis.
— Eu estava falando pra Nena sobre uma cafeteria que abriu recentemente no centro de Nova Iorque. Tem o melhor Cappuccino e a Nena adora.— ele tentou disfarçar.
— Deveríamos ir lá, o que acha?
— Eu aceito, mas quero saber dos meus exames.— o respondi.Estavam alterados antes, mas Tom explica que, realmente, foi uma forte emoção. Ele disse que um exercício físico leve melhore e uma alimentação saudável também, porque eu estava comendo muita bobagem. O repouso também ajudaria um pouco e me recomentou passar uma noite no hospital. Decidi passar a noite no hospital. Chris pediu para que Scarlett ficasse comigo e Tom estava de plantão, sempre que ele podia, passava no meu quarto para saber se eu estava bem.
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Segunda Chance
SpiritualEssa história é um relato de amor proibído que a morte separou temporariamente, mas a reencarnação deu mais uma oportunidade. Em 1890, Célia Blake foi prometida para um duque, Bernard March, mesmo que seu coração pertencesse à outro alguém, Arthur T...