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Amanda.

Passaram-se algumas semanas depois do meu mal estar e, claro, decidi me cuidar mais

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Passaram-se algumas semanas depois do meu mal estar e, claro, decidi me cuidar mais. Eu já estava em casa e havia lembrado que concordei em sair com Thomas. Disquei o seu número rápidamente e aguardei que ele aceitasse a chamanda. Ele disse um "oi" mas não foi um oi normal, foi como se: "nossa eu estava esperando mesmo a sua ligação".

— Lembra que combinamos de sair quando eu melhorasse?
— Claro, como iria me esquecer disso?— ele falou animado da outra linha.
— Pode ser hoje? Às quatro da tarde?
— Pode ser na Laduree e depois vamos dar uma voltinha na praia.
— Combinado, nos encontramos na Laduree.
— Até mais tarde.

Depois disso desliguei e voltei à minha rotina normal. Ainda estava de repouso, pois peguei alguns dias de atestado e ficava organizando tudo em casa. Decidi tirar um cochilo até chegar perto do horário de ir.
Quando chegou por volta das três da tarde, eu comecei a me arrumar. Estava um pouco frio e tomei um banho morno, então vesti um moletom em um tom terroso e uma calça larga com o meu coturno preto. Coloquei alguns brincos de argolas pequenos e passei uma maquiagem leve.

Pedi um uber até a Laduree e embarquei na viagem. Para a minha surpresa, Tom já estava lá. Estava com um sorriso gracioso quando me viu, senti o meu coração aquecer. O abracei e ele puxou uma cadeira para que eu sentasse.

— E ai? — eu disse. — Como foi o seu dia?
— Estou um pouco virado do plantão, mas isso é o de menos. O radiologista, Noah, está me dando nos nervos! — ele suspirou fundo.— Ele estava humilhando um dos maqueiros do hospital, o Urás.
— Noah Prescot?
— O próprio! Nossa, ele chamou o cara de emprestável.
— E o diretor do hospital falou o que?— o indaguei.
— Nada, tudo lá é muito injusto.
— Eu também acho, mas nunca comentei isso com ninguém. Só tenho amizade com você e alguns enfermeiros do hospital.
— Você não acha estranho alguns funcionários terem mais direitos que outros?
— Eu acho.— respondi de imediato.— Já ouvi alguns cochichos do ortopedista e da fonaudiologa sobre eu ser cubada, que não sou digna de estar lá.
— Nunca os ouvi falando sobre você, mas no dia que eu ouvir, irei te defender com unhas e dentes.

Chris tinha razão, era notável que Tom estava interessado em mim. Ele pediu um café expresso e eu um Cappuccino. Conversar com ele era como ouvir aquela sua música favorita e querer repití-la várias e várias vezes. Tenho a mesma musica favorita há anos, American Pie de Don McLean. Ela se tornou a minha favorita em uma viagem quando fiz quando tinha dezesseis anos e lembro que ela se repetiu incontáveis vezes, porque eu sentia uma sensação inexplicável quando a ouvia e ainda sinto. É como a primeira vez.

Sentia que Tom me escutava, assim como eu o escutava. Ele me admirava como eu o admirava. Me olhava como eu o olhava. E eu não sabia o que estava sentindo, mas não queria me enganar e nem enganar ele. Depois da Laduree, ele pagou a conta e decidimos ir ao Central Park. Tom estacionou o seu carro do lado de fora e depois descemos do veículo e entramos no local ao ar livre. Começamos a andar pelo local agradável, nunca tinha visto algo tão bonito na minha vida. O pôr do sol estava quase acontecendo e nos sentamos na grama para apreciar.

— Eu amo morar em Nova Iorque.— ditei alegre.
— Você gosta?
—Sim, está sendo maravilhoso morar aqui. Quando segui a minha intuição, eu estava certa.
— Você tem uma intuição muito forte, eu admiro isso em você.— ele me lança um olhar encantado.
— Tom, você tem algo a me dizer?— o indaguei curiosa.— Achei muito repentino esse encontro.

Ele fica alguns minutos em silêncio, como se procurasse palavras exatas para se explicar.

— Amanda, eu acho você extremamente atraente. Não só em beleza física, mas o seu intelectual... Tudo em você, desde a primeira vez que eu te conheci melhor.
— No hospital desmaiada?— brinquei.
— Não, Amanda. — ele riu.— Quando eu "descobri" o mistério por trás dos seus olhos.

Eu não podia negar que também me sentia atraída por Tom e às vezes tinha que me controlar para não o beijar descontroladamente. Eu fiquei em silêncio quando ele havia dito aquilo, não soube como reagir. Ele continuou me encarando e depois continuou falando:

— Eu não quero uma resposta sua, sei o quanto é difícil reagir diante essa situação. Eu só não quero esconder o óbvio.
— Eu fiquei em choque, realmente não sei o que falar ou o que fazer. — ri de nervoso.
— Não precisa dizer nada, Amanda. — ele sorriu gentilmente.

Thomas era tão, mas tão gentil que faz você se perguntar se realmente é real ou é um personagem, mas era tudo real. Continuei paralisada e sem ação devido ao que ouvi e fomos caminhando até o seu carro. Meu cérebro não parou um segundo de pensar e nossos olhares se cruzavam a todo momento como se ele quisesse me decifrar como um enigma de uma esfinge. Tom dirigiu até o meu apartamento e quando fomos nos despedir eu o abracei. Meu coração começou a palpitar e quando nos afastamos, nossas respirações estavam próximas e nossos rostos quase colados. Eu dei um sorriso e recuei.

— Foi muito bom passar o tempo com você à sós. — ditei. — Te vejo na próxima.

Por que eu disse isso?

— Até a próxima. — ele se despediu esperançoso. — Obrigada por hoje.

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