Célia.
6 de janeiro de 1890.Hoje os criados decoravam o salão de nossa grande casa para um baile que teria. Papai queria arranjar um marido para mim, mas eu não pensava em nada disso. Eu queria viver. Naquela manhã, minha irmã penteava meus longos cabelos loiros e tagarelava sem parar, eu poderia colocar rojões nos meus ouvidos. Ela de fato tinha o dom de me irritar quando bem quisesse, mas era minha irmã.
— Célia, não sei por qual motivo não queres casar.— ela revira os olhos.
— Elenor, tu és nova, nunca vais entender. — eu sorri sutilmente.
— Não, eu quero casar cedo!
— Mas eu poderia ficar sendo solteirona para o resto da vida.Elenor me olha com uma cara de confusão, mas logo depois ela sorriu e mamãe entrou no quarto nos olhando, mas para mim ela olhava com despreso. Provavelmente ela havia escutado o que eu havia dito para Elenor. Ela faz um sinal para que Elenor pudesse sair do quarto para que nós pudessemos conversar e assim que a mais nova sai ela fecha a porta, fazendo um estrondo. Eu me encohi e continuei a olhado.
— Por que não para com essas brincadeiras estúpidas, Célia?— ela me olha enfurecida.
— Eu não..— ela me interrompe.
— Imagina se o seu pai ouve ou outra pessoa? Você sabe como é decepcionante uma solteirona.
— Pelo menos deixe que eu escolha o meu marido.— disse em um tom submisso.
— Pelo bem da nossa família, não.— ela deu de ombros.—Esteja impecável hoje.
— Tudo bem, mamãe.Ela fecha sai do comodo e fecha a porta novamente com raiva. Em momento algum disse que meu interesse em casar era improvável, eu nunca sequer me apaixonei e eu quero casar com alguém com quem eu goste, com quem me mereça, com alguém que saiba me amar. Nunca havia falado de minhas ideias para o meu pai, mas não as considero como uma besteira. Os negócios da família estavam se afundando e meu pai e minha mãe desejam que suas filhas casem com quem tem bastante capital, com quem tem terras. Por isso é tão difícil de achar quem tenha ou queira casar por amor.
Meu vestido do baile estava separado, eram cores claras, pois eu era uma moça ainda. As luvas também estavam ali próximas e eu sonhava com o baile, mas napolitano para arranjar um marido como a minha irmão mais nova, eu queria dançar. Naquele dia o sol conversava com o jardim tal como fosse verdade.
Ao chegar a noite, comecei a me aprontar. A criada prendeu os meus cabelos em um coque e ajudou-me a vestir. Era um vestido esbranquiçado com detalhes azuis claro e alguns babados. Coloquei o colar de pérolas e sai de minhas instalações, caminhando até mamãe que estava no salão. Todos estavam ali e não tiravam os olhos de minha pessoa, apesar de Elinor também está esplêndida. Um cavalheiro de cabelos morenos e pele branca se aproximou de mim, seus olhos eram claros, azuis como o céu de uma manhã tranquila. Ele se curva diante para mim e eu o cumprimento também me curvando.— Me concede uma dança, senhorita? — ele pergunta estendendo a sua mão.
Elenor e mamãe me dão alguns leves empurrões e logo eu o correspondi, dando a sua mão. Fomos até o centro do salão, colocando uma de suas mãos em minha cintura e a outra prosseguiu segurando a minha mão. Posicionei a minha destra em seu ombro e olhei em seus olhos. Movimentávamos nossos corpos conforme a música e confessor que nunca senti algo igual como sentia naquele momento. Sentia o meu coração palpitar, enquanto íamos nos movendo pelo salão. Ele me olhava com admiração e fomos dançando até a grande varanda do salão até que paramos e eu sorri, o olhando.
— Eu adoro dançar. — disse me encostando no parapeito.
— Você dança muito bem, senhorita. — ele me olha com o seu sorriso. — Como se chama?
— Célia Blake. — disse como resposta. — E como tu se chamas?
— Arthur Thompson. Prazer, senhorita Célia, é mais bonita pessoalmente.
— Obrigado, eu nunca o vi ou ouvi falar em você, mas fico lisonjeada em te conhecer. — profiro gentilmente.
— Gostas de estrelas?
— Eu adoro, se poderia ficaria observando-as por horas. Certa vez, escrevi um poema sobre estrelas.
— Um dia eu poderia dar uma olhada?
— Ah, claro. — eu o respondi de imediato.
— Quer passear pelo jardim?
— Eu acho que...— ele segurou a minha mão.
— Vamos! — ele disse de forma contagiante e eu concordei.De uma forma discreta, passamos por todos no salão e descemos as grandes escadas, indo para os fundos casa e caminhamos calmamente até o jardim. Haviam rosas por todos os lugares e flores de variadas espécies. Nossas mãos estavam entrelaçadas enquanto corríamos, até chegarmos no centro do jardim. Sentamos na grama próximo ao pé da árvore, sob a luz do luar. Arthur me contou varias coisas sobre ele e pude o conhecer um pouco melhor. Ele escrevia e era um visconde, sua família havia muito dinheiro, mas apenas restará ele. Seu pai morreu em uma batalha e sua mãe foi assassinada. Ele escrevia muito bem e era um amante da literatura.
Não podia negar o quanto me sentia atraída por ele, mas ainda era muito cedo para termos algo ou dizer que sentia algo, assim como ele.— Sabe, venho te observando há um tempo. — ele me diz. — Gosto de ti da forma mais bonita e genuína.
— Não sei o que dizer...— fui interrompido pela chegada de minha irmã mais nova.Ela correu até onde estávamos e nos levantamos. Elenor tomou fôlego e assim pode retomar o que iria dizer.
— Nosso pai está te procurando. —ela diz.
— Tenho que ir. — me afasto de Arthur e ele segura a minha mão com delicadeza.
— Eu esperarei por uma resposta sua, nem que espere por uma eternidade. — ele me deu um sorriso caloroso.Demonstrei um sorriso em resposta e me afastei, correndo junto com minha irmã até dentro da residência. Para ninguém desconfiar, entramos pelos fundos e tivemos acesso novamente ao grande salão. Papai e mamãe conversavam com uma família e logo me avistaram de longe.
— Célia, este é o seu futuro marido. — ele apontou para o loiro e o cumprimento com desgosto.
— O que disse? — perguntei.
— Foi o que ouviste. — respondeu o homem que eu cumprimentava. — Me chamo Bernard March, prazer.Foi aquele dia que eu tivesse o desprazer de conhecer o Bernard, eu mal sabia que a minha vida viria a se tornar um inferno.
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Segunda Chance
EspiritualEssa história é um relato de amor proibído que a morte separou temporariamente, mas a reencarnação deu mais uma oportunidade. Em 1890, Célia Blake foi prometida para um duque, Bernard March, mesmo que seu coração pertencesse à outro alguém, Arthur T...