Amanda.
Deitada em uma maca do hospital, o homem de olhos azuis me examinava. Meus joelhos estavam ralados, mas não foi algo tão grave. Ele examinou a minha pressão e pediu que eu fizesse alguns exames de rotina.
— Tem alguma doença? — ele pergunta, enquanto retira o aparelho de meu pulso.
— Apenas sou cardiopata. — o respondi.
— Sua pressão estava um pouco baixa. — ele diz.— Se alimentou hoje?
— Não, doutor. Acabei de chegar hoje, não tive tempo para isso.
— Está explicado. — ele dá de ombros e me entrega alguns papéis. — São alguns exames de rotina para verificar para ver se tudo está bem, depois você marca um retorno e volta aqui.
— Tudo bem, muito obrigada. — eu sorri gentilmente e me levantei indo em direção à porta.
— Mais uma pergunta. — me virei para ele.— Eu conheço você?
— Eu não sei. Acho que não, doutor... — olhei para o seu crachá. — Thomas.
— Desculpe a pergunta. Achei que nos conhecíamos de algum lugar, porque seu rosto me é familiar.
— Eu entendo. — eu dei uma risada. — Inclusive tive a queda por isso, eu acho.Droga, por que falei isso?
— Ah, esquece o que eu disse. — eu disse depois totalmente sem jeito. — Até logo!
— Até!Saí daquela sala totalmente sem jeito e com as minhas bochechas queimadas. Me preparei para ir para casa, mas marquei logo os exames no hospital. Pedi um táxi e assim que cheguei em casa, me assustei com a presença de Chris na minha porta, levando um espasmo.
— Cara, que susto! — levei a mão até meu peito.
— Desculpa, eu saí agora do trabalho e vim ver se estava tudo bem.
— Vamos entrar.Para falar a verdade, o imóvel que Chris me forneceu era bom e eu achei a minha cara, mesmo que não fosse algo fixo. Tinha até uma varanda com uma mesinha e era a minha parte favorita da casa, eu amo aquela varanda mais do que amo o David Bowie.
Assim que entramos, eu servi um café com algumas torradas e levei até o balcão, me sentando ao lado do meu melhor amigo.— Aceita? — eu o pergunto.
— Óbvio que sim. — ele diz pegando a xícara. — Escuta, terá uma festa amanhã na minha casa. Apenas para amigos mesmo, se quiser ir...
— É claro que eu vou, preciso socializar. — eu disse não ironicamente.Eu havia me afastado de amigos no meu relacionamento com Charles, não tinha tempo para eles, porque só vivia em função dele. Eu não o achava abusivo, meus amigos lá da Cuba, Canadá e Austrália eram distantes de mim, meu ex dizia e eu acreditava nele. Esse foi um dos motivos para termos terminado o noivado e o motivo também de querer recomeçar a minha vida.
— Está tudo bem? Tem certeza que não quer conversar sobre aquele assunto proibido?
— Estou ótima, sem tocar no assunto proibido. — eu dei uma risada.
— Animada para a festa? — ele perguntou.
— Eu adoro festas, você sabe.Odeio o esteriótipo de latina, mas sou literalmente parte dele. Amo festas, amo bebidas, adoro dançar e não abro mão disso tudo. Sei que os americanos em sua maioria não gostam de nós latinos, mas por pura xenofobia que muitas vezes escancarada. Eu sei lidar com preconceitos, principalmente em um lugar novo para mim.
Chris falava empolgado sobre os seus amigos, que me deixava ainda mais curiosa para conhecê-los. Principalmente de um chamado "Tom", um provavelmente apelido. Dizia que o "Tom" passa por um divórcio bem complicado. Simplesmente, ele casou com uma moça que trocou ele pelo professor de Yoga dela. Como diria o meu amigo uma longa história.— E ele não fez nada? — o perguntei.
— Bom, ele me disse que ficou muito mal e depois refletiu que não adiantaria fazer nada. Depois ele pediu divórcio.
— E eles se falam?
— Quando se vêem, sim. Ele diz que hoje em dia percebe que aquele relacionamento não daria certo, questões muito diferentes.
— Eu e o Charles somos assim, completamente diferente. — eu disse rindo.
— Está tudo bem?— ele pergunta do Charles. — Você fala do falecido constantemente.
— Oh, céus! Tudo está bem, estou sendo irônica. — eu reviro os olhos.
— Falou com ele hoje?
— Não, prefiro cortar laços. Não quero me contradizer.
— E, mudando de assunto, o que aconteceu com os joelhos?
— Tive uma queda de pressão indo para o supermercado e acabei desmaiando na rua. Ainda bem que havia um médico por lá e me socorreu.
— Médico? — ele riu.
— Sim. Você é burro ou não sabe o que é um médico? — brinquei.
— Eu sei, mas e aí? Fará exames? Acha que está boa dos joelhos até amanhã?
— Chris, os meus joelhos apenas ralaram. Eles não estão em carne viva. — eu sorri. — Para a sua infelicidade, eu irei comparecer.
— Queria tanto que você não fosse. — respondeu irônico.
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Segunda Chance
روحانياتEssa história é um relato de amor proibído que a morte separou temporariamente, mas a reencarnação deu mais uma oportunidade. Em 1890, Célia Blake foi prometida para um duque, Bernard March, mesmo que seu coração pertencesse à outro alguém, Arthur T...