Esperança

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-Sim...

Estava em uma terapia,me sentia presa nesse lugar fechado.O homem está me fazendo perguntas sem parar,estou ficando sem paciência,quero joga-ló no limbo e afundar minha cabeça no Divã de couro cor escura.Tendo prestar atenção em suas perguntas e palavras,afinal eu vim aqui para reconhecer a mim mesma,para saber meus sentimentos e reconhecer meus pensamentos.

-Você tem tido pensamentos suicidas nesses últimos tempos,Sarocha?-Sua voz é grossa,não dei nem o trabalho de encarar seu rosto desde que entrei nesse cativeiro.A sala é cinza,assim como a minha vida,dessa vez não tem tulipas amarelas então não enxergo cor alguma.

-Ka...-Minha resposta é seca,tão seca quanto uma folha de uma árvore no outono,uma folha tão seca que quando você pega ela,ela nem se mexe de tão seca,tão seca que quando você amassa ela com suas mãos lentamente ou pisa nela de forma lenta ,seu barulho crocante que penetra no ouvido como um milhão de folhas sendo amassadas em seu ouvido.

-Por que tem tido esses pensamentos?-Me irrito com sua pergunta,eu vim aqui exatamente por causa disso,por que eu não sei do porque de eu fazer isso.Olho para o velho homem sentado em uma poltrona com seu café na mão,seus óculos de grau inclinados na ponta do nariz,vejo seus olhos em minha direção esperando por uma resposta.Volto a olhar pro teto que é Cinza nos meus olhos.

-Qual é a cor do teto,Senhor?

O senhor me olha confuso,pois minha pergunta não tem nada a vê com sua pergunta.Me olha tão confuso quanto um cachorro quando tenta entender oque seu dono estar falando.

-A cor?-ele olha para o teto para se certificar-Cor Caramelo....

Olho para ele e volto meus olhos para o teto,sua resposta não bate com oque vejo,meio confuso posso me dizer.

-Você gosta do caramelo,senhor?

-Sim,me lembra os olhos da minha filha.

-Sua filha?-Minha voz era passiva,entre sussurros e suave,sem pressa alguma em dizer.-Devo imaginar que ela deve ser linda.-O homem ri com meu elogio indireto,o homem era realmente lindo,mas não significava que tinha atração por ele,espero que ele não entenda errado.

-Sim,ela costumava ser linda-Ele diz com a voz serena e triste,fico confusa com o "Costumava" dele,ele percebe meu semblante de confusão e curiosidade,solta uma leve risada.Não vejo cor nesse sorriso,vejo tristeza e vazio.-Ela morreu quando tinha oito anos....-Sua xícara de café está em uma mesinha a sua frente agora,seus óculos estão em suas mãos-Ela infelizmente pegou uma forte pneumonia e não aguentou,ela era forte e bondosa,mas sua saúde era frágil...-Vejo lágrimas escorrendo no seu pobre rosto entristecido.Nessas lágrimas  tinha sentimentos de culpa,reconheço essas lágrimas,já me desmanchei nessas lágrimas dolorosas e salgadas.

-Até os psiquiatras precisam ser ajudados,no fim,sempre temos que ajudar uns aos outros-"Frase da minha querida mãe Nun.."

-Freen,come tudo,você só comeu hoje de manhã e ainda foi cereal.-Heng dizia preocupado,tinha dez minutos que a comida estava na mesa e eu nem sequer encostei nela.

-Hum-Nam concordava-Desse jeito se um vento vim pode te carregar,você tem que se nutrir Freen...-Os dois pareciam bem preocupados comigo,mas estou sem apetite,não quero comer,qual é a parte que eles não entenderam ainda?Suspiro sem parar,o cheiro da comida me enjoa,se eu comer tenho certeza que vou vômitar,e eu não quero isso,a sensação de algo estar saindo da minha boca me causa ânsias,só quero ir pro meu quarto e assistir um filme animado,me esquecer que tem um mundo aqui fora.

-Eu não quero comer isso...

-VIU HENG??!...eu disse que ela odiava sashimi de lula-Nam  sussurava a ultima frase pois se envergonhava do tom que ela falou,as pessoas olham na nossa mesa ,sinto olhares,é como se o tempo parasse,é como se as pessoas parecem de fazer oque estão fazendo para nos olhar,isso me deixa tão desconfortável que tenho vontade de desaparecer dali.

Yellow-FREENBECKYOnde histórias criam vida. Descubra agora