Capítulo 02

1.6K 227 126
                                    

Para a maioria das pessoas, acordar depois de uma noite que envolveu, pelo menos, um engradado de cervejas, meia garrafa de vodca e algumas - muitas - doses de uísque seria, no mínimo, desconfortável. Louis Tomlinson, no entanto, estava intacto.

Quando abriu os olhos naquela segunda-feira - os espremendo por causa da luz solar que invadia o quarto em que estava e se amaldiçoando por ter esquecido de fechar as cortinas estúpidas - não sentia mais do que preguiça e uma enorme vontade de fazer xixi.

O alfa era, como reclamavam seus amigos, inimigo da ressaca.

O que tinha, todavia, após toda e qualquer noite de bebedeira, era alguém ao seu lado na cama. Com cuidado, se desvencilhou dos braços que estavam jogados por cima da sua cintura e analisou a pessoa com quem estava: uma ômega que havia conhecido entre shots e que, durante as horas anteriores, lhe havia feito companhia.

Não conseguia lembrar do nome da garota, que não parecia ter mais que 25 anos, e nem tinha intenção de aprendê-lo, uma vez que sabia que a esqueceria assim que lavasse os lençóis em que estava deitado e, dessa forma, se livrasse do cheiro doce que já estava impregnado neles.

Quando a sua necessidade de ir ao banheiro finalmente venceu o seu desejo de passar mais algumas horas naquela mesma posição, Louis se levantou, sem se incomodar em vestir qualquer peça de roupa antes de fazer seu caminho até o espaço anexado ao cômodo em que estava.

Aproveitou para escovar seus dentes e tomar um banho rápido, muito mais confortável quando o único aroma em sua pele era o costumeiro sândalo. Nunca havia se adaptado a cheiros de ômegas em seu ambiente por mais do que um breve período, mesmo que não os considerasse ruins.

Este era apenas um dos motivos pelos quais, aos 33 anos de idade, continuava alegremente solteiro. Havia tentado, no começo da sua adolescência, manter relacionamentos mais longos - como todos os seus amigos pareciam estar fazendo - mas nenhum deles durou mais que poucas semanas.

Se tornou rotina que, mesmo ao lado do mais incrível dos seres humanos, se cansasse de toda a dinâmica de casal em um espaço de tempo mais curto do que a duração de todo o processo que antecedia o namoro. Sem explicação, Tomlinson enjoava das conversas, dos toques e, o pior de tudo, dos cheiros.

Por fim, aceitou que não era um alfa feito para compromissos a longo prazo e passou a aproveitar esta realidade, deixando suas intenções claras para todos que o conheciam e se divertindo com as pessoas dispostas a isso. O recado, porém, nem sempre ficava claro o bastante.

– Bom dia - foi surpreendido por uma voz manhosa em seu ouvido e mãos escorregando pelo seu corpo enquanto terminava de pentear seus cabelos castanhos e lisos, os arrumando de uma forma que não cobrissem seus olhos azuis - Dormiu bem?

– Como um anjo - assentiu, saindo do abraço antes que a fragrância, que agora reconhecia como cereja, o cobrisse novamente - E você...

– Lia - a mulher suspirou quando percebeu que seu nome havia sido esquecido, mas, logo em seguida, deu de ombros e voltou a sorrir - A noite de ontem foi incrível. Você tem algum plano para hoje ou...

– Sinto muito, não vai dar - ele disse rapidamente, assistindo enquanto o semblante da outra caía.

– Ah - murmurou chateada - Trabalho?

– Aniversário da minha mãe - foi sincero, mesmo sabendo que não aceitaria aquele convite mesmo que sua agenda estivesse completamente livre - Inclusive, tenho que ir buscar o bolo.

– Legal - ela se animou - É aqui por perto? Nós podemos tomar um café antes, eu sei onde são vendidos os croissants mais gostosos de Londres!

– Olha, Lia - a interrompeu com a feição séria, odiando precisar ter que entrar naquele assunto - Você parece uma garota muito legal, de verdade, e eu adorei o momento que nós tivemos juntos, mas não vai passar disso.

Fight For Love (ABO)  - L.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora