As vinte e quatro horas que seguiram o encontro mais recente de Louis e Edward foram, para Harry, como um sonho febril.
O alfinha, é claro, ainda era um adolescente e, junto com a idade, vinha também uma barreira natural montada ao seu redor para manter os outros longe. De alguma forma, no entanto, a cerca elétrica e os alarmes que ele havia acrescentado por conta própria pareciam ter sido removidos – ou, no mínimo, desligados por um tempo.
Em casa, o rapaz havia se desculpado com a irmã mais nova pela explosão violenta, explicando exatamente o que a tinha causado e pedindo para que, em ocasiões futuras, tivesse seu espaço respeitado quando pedisse por isso. Alice, assim como Emmett, concordou alegremente, também pedindo perdão pela parte que lhe cabia em toda aquela confusão.
O mais surpreendente, no entanto, veio em seguida, quando, pela primeira vez em muito tempo, Edward, sem que ninguém precisasse pedir, sentou à mesa e jantou ao lado de sua família. É claro que aquilo costumava acontecer de qualquer forma, mas não sem que Harry precisasse ordenar, nunca sem que Harry precisasse ordenar.
Sim, o adolescente havia se mantido em silêncio durante grande parte da refeição, mas ainda estava ali porque queria e isso, para o ômega, era como um milagre, um no qual ele jamais colocaria defeitos.
Mais cedo naquele dia, ao sentir os braços de seu filhote ao redor de sua cintura pela primeira vez depois de anos de tentativas de abraços rechaçadas, Harry pensou que seu coração sairia pela boca, mas escolheu agir naturalmente, não querendo fazer nada que estragasse o gesto que havia se tornado tão raro.
Com seus olhos, no entanto, agradeceu a Louis, que certamente tinha algo a ver com a brusca mudança no comportamento de Edward. O ômega não sabia exatamente o que havia sido conversado entre os dois alfas – e nem gostaria, não se essa escolha não partisse de seu filhote – mas confiava no professor o suficiente para aproveitar aquele momento sem permitir que preocupações o afligissem mais do que o normal.
Um dia depois, enquanto colocava uma travessa de lasanha no forno, ainda não havia se arrependido da sua escolha. Na verdade, estava cada vez mais certo dela, especialmente enquanto espiava seus três bebês assistindo algo juntos na televisão da sala.
Estava entretido com aquela cena – que não tinha realmente nada de especial, mas, para ele, era a mais linda do mundo – quando a campainha tocou, o fazendo sair de seu transe. Antes que qualquer uma das crianças pudesse levantar, o ômega passou por elas em direção à entrada principal da casa, tentando lembrar se havia marcado algo com um de seus amigos.
A pessoa que avistou através do olho mágico, contudo, era alguém pela qual jamais estaria esperando.
– Louis? - Harry liberou um cumprimento confuso quando finalmente abriu a porta, depois de perder algum tempo instintivamente passando os dedos pelos seus cabelos para garantir que estavam no lugar certo.
O alfa, ainda que estivesse parado na frente da casa do ômega, pareceu ter sido pego de surpresa pela sua aparição, como se apenas a presença do mais novo tornasse real a sua decisão de ir até lá.
Sua postura foi recuperada instantes depois, no entanto, e um sorriso tenso e quase envergonhado se abriu em seus lábios.
– Olá, Harry - tirou uma das mãos de onde estava escondida, no bolso da sua calça, para acenar em direção ao outro homem - Cheguei em um mau momento?
– Não, de forma alguma - o ômega se apressou a responder, temendo que Louis desse meia-volta e fosse embora mais do que gostaria de admitir - Mas preciso dizer que estou surpreso com a sua visita. Aconteceu alguma coisa?
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Fight For Love (ABO) - L.S.
FanfictionHarry Styles não sabe mais o que fazer. Na sua infância, enquanto sonhava acordado com um futuro de contos de fadas, o ômega não se imaginava na situação em que acabou: divorciado e lutando para criar seus três filhos sem a ajuda do alfa com quem j...