Cap 14| não irei ceder para você.

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Depois de tudo que Deimos me disse, entrei no meu quarto e fiquei pensando sobre Karina. O que levou ela fazer isso?

Quando vejo a hora me sinto melhor, logo logo anoitecerá e poderei falar com o demônio novamente.

Não quero imaginar para onde tudo isso me levaria, mas, certamente para o inferno. Conversar com um demônio e gostar da companhia dele, deve ser um pecado abominável.

Desço para a cozinha em busca de pegar algum lanchinho, Deimos disse que é minha casa também então...
Abro a geladeira e seus armários, mas não tem uma bobagem se quer.

— Nenhuma bolachinha.— falo triste.
— Não, você tem o paladar de uma criança. — Deimos aparece atrás de mim. Levo um pequeno susto por isso. — Se está com fome coma algo de verdade.
— Bolacha é algo de verdade. — Digo brava.

— Vou preparar alguma coisa para você. — ele diz enquanto começa a pegar alguns ingredientes na geladeira. Vê-lo na cozinha é melhor ainda, ele fica maravilhoso de todos os jeitos e fazendo qualquer coisa.
Fico em pé apoiada no balcão da cozinha olhando tudo que o mesmo faz.

— Ei, eu não gosto de tomate. — Falo enquanto o vejo cortando aquela fruta vermelha, me deixa triste só de vê-la.
— Não perguntei nada, vai comer do mesmo jeito. — solto um suspiro brava.

Fico em silêncio apreciando a cena, um colírio para meus olhos. As suas costas é como um colchão, me imagino deitada encima dele.

— Você tem quantos de altura? — pergunto curiosa.
— Dois metros, por? — ele diz ainda de costas para mim.
— Só curiosidade, é meio difícil olhar pra cima para falar com você. — o mesmo solta uma risada.

Deimos é sem dúvida o cara mais lindo que já vi.

Ele termina de fazer minha janta e me serve.
— O que é isso? — Olho confusa para o prato com o que parece um mingau verde com várias coisas dentro.
— Guacamole, fácil de fazer. Coma. — Ele diz enquanto se senta ao meu lado.

Recuo um pouco para comer mas quando provo, a sensação é maravilhosa.
— Você cozinha muito bem.
— Eu sei. — ele diz orgulhoso.
Nesse momento, penso que viver aqui não é tão ruim. Deimos não é uma pessoa má e me acostumaria com ele.

O mesmo me observa comer com um sorriso no rosto.
— Você acredita em demônios, anjos, essas coisas?—
Pergunto na intenção de quebrar o silêncio e puxar assunto.
— Seria burrice eu não acreditar e você, acredita?
— Sim, antes eu não acreditava mas aconteceu algumas coisas que me fizeram mudar de ideia.

Ele me olha atentamente, seus olhos passam por todo o meu rosto, especificamente meus lábios.

— Quer contar?
— Não sei, você me acharia louca. — falo sem graça.
— Eu seria a última pessoa do mundo à pensar isso de você.

O que ele disse foi algo bobo, mas, me pegou de um jeito que não sei explicar. Minha barriga novamente fica fria. Imagino coisas com ele que não poderia pôr em palavras.

Meu cabelo cai nos meus lábios, enquanto eu como. Deimos tira delicadamente os fios que estão em minha boca, colocando-os para trás da minha orelha.

— Por que você faz isso? — falei com uma voz baixinha, quase um sussurro.
— Isso o que, Dalila? — seus olhos estão cobertos de malícia.

— Parece que você quer me provocar a todo estante.
— Você que se sente provocada. Me diz, nunca sentiu um homem antes?
— Isso não é da sua conta mas não, sou virgem. — digo brava.
— Então é por isso que você me chama com os olhos.

Me levanto da cadeira e fico de pé em sua frente, um medo me invade, medo de acontecer alguma coisa aqui. Com certeza se ele fizesse algo comigo, eu não iria querer que parasse.

O mesmo se levanta também, me olhando fixamente.
Deimos passa seus dedos em meu rosto, acariciando minha face. Logo seus dedos descem, passando sobre meus lábios, delicadamente.

Isso seria muito ruim se eu não gostasse dele de certa forma, mas eu estou deixando, sem perceber.

Me aproximo dele inconscientemente. O mesmo se abaixa para ficar na minha altura, sinto uma vontade descontrolada em beija-lo.

Quando nossos lábios estão a centímetros de se tocarem, pensamentos intrusivos me invadem.
Penso que se eu ceder agora, seria apenas mais uma e não quero isso. Prefiro ser uma amiga e nada mais.

Me afasto dele e vejo seu rosto ficar confuso, mas malicioso como sempre.

— Não vou ser usada por você, para depois ser jogada fora. — digo sem demonstrar expressão ou sentimentos.
— É assim que acha que sou?— Agora o mesmo está sendo recíproco em não demonstrar nada.

— Não acho, você é rodeado de mulheres, então faz o que eu falei uma certeza. Afinal o que iria querer com uma garota como eu além de se divertir?
— Pare de se rebaixar. — seu semblante está sério e ameaçador.

Solto um suspiro e caminho até as escadas.
— Boa noite, Deimos. — Falo enquanto subo para o meu quarto.

Respiro aliviada, deito-me na cama e me forço a dormir. Quero vê-lo novamente, é muito estranho? Querer a companhia de um demônio? Sinto que vou enlouquecer sozinha, meus pensamentos são rápidos demais.

Acabo pegando no sono quando vejo o sol nascer. Fiquei horas o esperando, mas hoje ele não apareceu.

Acordo de mal humor por isso, agora não sei se foi real ou se estou delirando...

Amor diabólico by Cristini Onde histórias criam vida. Descubra agora