Me virei com agilidade, dando de cara com Odália escorada em uma mesa. Engoli seco após tomar um susto com sua voz inesperada vindo atrás de mim.
— Mãe, eu.. — Tentei dizer algo, mas minha voz pareceu sumir. Odália maneou sua cabeça negativamente, levando dois de seus dedos até sua têmpora massageando, ela sempre fazia essa pose de dramatização para dizer que está decepcionada conosco.
Ela suspirou. — Com esse seu mau comportamento para meu lado, eu decidi te entregar um presente.
Franzi o cenho ao escutar sua fala, eu estava esperando que ela dissesse qualquer coisa, menos isso.
A mulher se afastou do lugar, me deixando ali e indo pegar uma caixinha — Quase igual aquelas que entregam anéis no mundo humano para se comprometerem. — Ela então me entregou após se aproximar de volta, e apontou com seu queixo para a caixa em minhas mãos.
— Abra — Ela ordenou, senti um arrepio na espinha ao ouvi-la, mas obedeci.
Quando abri, dei de cara com uma pequena peça. Ela era ligada de fios verdes e vermelhos, ao lado havia uma pinça, mais a baixo delas tinha apenas um tecido de algodão.
Virei meu olhar para minha mãe, ela não tirava seu sorriso horrível da sua cara.
— O quê é isso?
— Um produto de uma parceria. Você está muito rebelde nestes dias, desde que entrou naquela porcaria do mundo humano. Se não fosse pelos tesouros humanos, você nem teria pisado lá. Mas enfim, vou precisar avisar que isso pode doer um pouco.
Percebi uma outra mulher chegando pela porta, ela carregava uma maleta transparente, onde mostrava vários produtos afiados e desconhecidos para mim. Em sua mão esquerda, havia uma seringa. Arregalei os olhos ao observá-la, olhei para Odália, a mesma não demonstrava um pingo de remorso pelo que estava fazendo. Ela apenas pegou a caixa de minhas mãos e entregou para a mulher.
— Recomendo que se sente na cadeira mais a frente, nossos experimentos às vezes causam desmaios, mas nada além disto. — Ela disse soltando uma curta risada enquanto pegava a caixa.
Eu estava totalmente paralisada, não conseguia esboçar uma reação no momento. Minha própria mãe iria me matar?
— Você tem certeza disso? Quer mesmo que sua filha seja cobaia desse experimento humano perigoso? — Ouvi a mulher de cabelos cacheados perguntar a Odália, sussurrando para que eu não ouça.
Odália deu de ombros. — Que mal tem?, ela deve aprender a me respeitar. Não se meta nisso e faça seu trabalho.
Percebi a mulher abrir e fechar a boca para debater, mas então logo assentiu e veio até mim, provável que eu esteja tremendo mais que qualquer coisa no momento.
— Muito bem, eu vou começar. Você vai sentir uma pequena agonia mas logo passará, não se preocupe em esbravejar de dor, Odália conseguiu essa sala com paredes grossas especialmente para isso.
Engoli seco e me permiti olhar novamente para Odália, que me observava com um sorriso asqueroso. Ela tocou em seu colar de pérola que usava para se comunicar comigo por telepatia.
— Agora você aprenderá a me respeitar, Amity. — Odália disse pelo colar, e logo se virou.
— Quando terminar me ligue, esse processo é demorado, não? — Ela perguntou.
— Ah sim. Mais ou menos meia hora, pode deixar que te chamo, Senhora Blight. — A mulher respondeu e então Odalia se retirou
Meus olhos ficaram ainda mais arregalados, pra que esse tempo todo? O que iriam fazer comigo?
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My Girlfriend Is a Witch!
أدب الهواةUma nova cidade, Uma nova vida. Isto era o que Lúcia ou Luz escutou de sua mãe enquanto se mudavam para uma cidade, que de estranha coincidência, tinha o mesmo nome que uma região ficcional do seu livro favorito. Sua criatividade ficcional estava "a...