A Seleção

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Entrei na arena de seleção e estranhei o fato de não haver muitas pessoas presentes. Parecia que eu tinha chegado cedo demais.Meu cabelo curto estava balançando por causa do vento,estava usando um vestido branco simples.

Enquanto esperava comecei a recordar de como tudo começou. Eu estava dormindo no meu quarto quando ouvi alguém batendo na porta lá embaixo. Meus pais foram atender, então não me preocupei em verificar quem era. Logo em seguida, meu pai me chamou:

“Querida, desça aqui.”

Levantei-me, acabara de acordar. Em frente à minha cama, havia um espelho onde meu curto cabelo castanho escuro até o pescoço estava todo bagunçado. Eu estava usando uma blusa branca suja e um short rosa curto. Como não estava esperando ninguém, não me preocupei em me arrumar muito. Coloquei um chinelo e desci, sentindo apreensão sobre quem poderia estar lá. Ao chegar, vi um jovem de estatura elevada, dotado de quatro braços peludos e surpreendentemente, possuía asas que se estendiam a partir de suas orelhas. Seus olhos eram inteiramente negros, contrastando com as bolas azuis claras que se encontravam no centro deles. Esse estranho ser carregava consigo uma mensagem. Tinha me esquecido, hoje era meu aniversário de 17 anos, o dia em que me tornaria uma elementalista.

Estou aqui para convocar a Senhorita Alves para se tornar uma heroína”, disse o Altyrianos.  Não sei se seus pais lhe contaram, mas os sátiros convocam possíveis heróis todos os anos. Eles treinam por… “.

Antes que ele pudesse terminar, interrompi-o e completei sua frase: “anos, e depois recebem um elemento para utilizar na luta contra monstros, criminosos ou vilões.”

“Exatamente”, respondeu o Altyrianos “Você aceita?”

Claro que aceitei. Recebi uma espada como arma após meu primeiro treinamento com Crew, e estava ansiosa pelo que seguiria. Milhares de pessoas continuavam chegando para assistir à seleção de seus filhos, além de outros curiosos. A ansiedade tomava conta do meu corpo. Se um dos Deuses não me escolhesse, voltaria para casa humilhada, sentindo que todo o meu treinamento teria sido em vão e minha única saída seria me tornar uma guarda real ou tentar novamente daqui à 2 anos.

Depois de algumas horas, a arena estava cheia. Eu não conhecia quase ninguém ali, exceto por Zoe e Bianca. Zoe era uma garota negra de cabelos cacheados, que os deixava soltos com uma bandana amarela amarrada neles. Sua irmã, Bianca, não era muito diferente, também negra, porém com cabelo liso que às vezes ficava preso. Elas lutavam com arco e flecha e vivia implicando comigo.

“Sejam bem-vindos, senhores”, disse uma voz nos alto-falantes. A seleção estava prestes a começar. O portão estava fechando quando um garoto negro, com roupas um pouco largas para seu corpo e uma espada pendurada nas costas, entrou correndo pelo portão. Como alguém poderia se atrasar para algo que se preparou por 2 anos? “Bom, vamos começar”, continuou a voz.  “Chamarei vocês pelo sobrenome. Ao ouvirem o seu nome, dirijam-se às esculturas dos Deuses. Se passarem três minutos e nenhum Deus os chamar, vocês terão que ir embora ou serão levados pelos guardas.”
Então o primeiro nome foi chamado
Matins.

Uma família conhecida, muito rica e respeitada. Acho que já tinha ouvido falar de Scott Matins e Lisa Matins. Eles se adiantaram. Scott, negro de cabelos cacheados, usava uma camisa branca, calça preta e um casaco longo preto. Trazia uma lança a suas costas e a tirou, colocando-a ao seu lado. Lisa usava um vestido preto um pouco curto e meias arrastão. Um grimório estava preso à sua cintura. Eles se posicionaram. Lisa olhou para frente com as mãos posicionadas uma em cima da outra, sua expressão era de medo, mas tentava manter a calma. Scott olhou para cima com uma expressão confiante e, então, um pequeno sino soou. Uma luz roxa percorreu seu corpo e suas roupas ganharam tons de roxo. Suas armas também brilharam dessa cor. Scott fez uma reverência e se virou para frente, pronto para partir. Quando o mesmo sino soou novamente, ele se virou e a mesma luz que percorreu seu corpo e tingiu sua roupa fez o mesmo com sua irmã. Eu imaginava que era sua irmã, e seu grimório brilhou assim como a lança de Scott. Lisa ficou feliz com isso, fez uma reverência e com um sorriso no rosto seguiu à frente. A expressão de Scott não era mais de felicidade ou de confiança, era de raiva. Não entendia o motivo pelo qual ele estava assim, mas, por fim, foram direcionados a outra entrada. Provavelmente estavam sendo levados para sua equipe. O próximo nome a ser chamado foi

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