Capítulo seis

111 19 1
                                    

— Você quer jantar aqui? — Foi o que perguntara a mãe de Henry para Ray. Ray não sabia como negar o convite, até porque ele queria, sim, jantar ali ao lado de Henry. Por isso, meio desconcertado, respondeu:

— Claro! Por que não?

Kris abriu um sorriso. Henry, porém, permaneceu encarando Ray, ainda incrédulo e confuso sobre como Ray fizera seus pais mudarem de opinião da noite para o dia. Lá fora, a chuva continuava a cair diante da casa dos Hart's.

— Que bom. Henry, vá buscar almôndegas com seu namorado no supermercado.

Henry não respondeu. Estava paralisado e, tudo que conseguia pensar estava dentro de um pequeno mundo onde só existia Ray e ele. Cogitava perguntas como; "Como você fez isso acontecer?" "Meu pai nunca foi com sua cara. Você sabe fazer algum tipo de magia que eu não sei?" "De que jeito você conversou com eles?" E mais, provavelmente, centenas de perguntas.

Só voltou a se mover quando notou que Ray já estava o esperando na porta.

— Mas ainda está chovendo! Não quero me molhar. — Reclamou Henry.

Jake estendeu um guarda-chuva para Henry que, de um ímpeto, pegou o objeto e saiu com Ray.

.

— Como você fez aquilo? — Indagou Henry, enquanto Ray abria a porta dos freezers do supermercado, procurando pelas almôndegas congeladas.

— Fez o quê?

— Aquilo, com meus pais.

— Henry, seja mais específico. — suas mãos pararam de se mexer para pousar em sua cintura, e então encarou Henry. — O que eu fiz com seus pais?

Henry imitou a posição de Ray.

— Você fez eles mudarem de opinião da noite para o dia. Como isso aconteceu?

Ray hesitou antes de responder.

— Só... conversei com eles. Por quê?

— Curiosidade.

Os dois ficaram em silêncio e Ray voltou a procurar o alimento. Só ouviam a conversa alheia e o som dos funcionários passando produtos, também, alheios. Henry decide tirar outra dúvida, quebrando o silêncio.

— Ray, por que você está concordando com isso?

Ray franziu a testa.

— Corcordando com...?

— Meu Deus! Tem que especificar tudo pra você? Estou perguntando o motivo de você ter aceitado fingir ser o meu namorado.

Quando Ray finalmente encontrara as tão desejadas almôndegas de carne congeladas, deu um largo sorriso. Agarrou o pacote em um ar triunfal e exclamou, olhando para Henry:

— Achei! Eu achei as almôndegas!

— Responda a minha pergunta.

Ray permaneceu sorrindo, mas hesitou antes de responder e olhou para o chão.

— Olha... Henry, tem uma coisa que você precisa saber. — Declarou. — É meio que bem difícil dizer isso, mas... Henry, eu...

Mas, abruptamente, olhou por cima do ombro do loiro e parou de falar.

Henry ficou confuso quando o sorriso do super-herói rapidamente foi dissolvido. Ainda mais quando escutou uma voz arrastada e nada familiar, enxergando uma silhueta por trás de si.

— Também queria umas almôndegas, Raymond. Que tal você largar elas por hoje?

Ray de repente, estava completamente furioso. A expressão do Manchester estava séria, mas dava a perceber o quão irritado estava quando deixou o pacote cair e cerrou, com força, as mãos. Henry olhou para trás e se deparou com um sujeito baixo, que media mais ou menos um metro e meio. Ele tinha um cabelo longo. Longos e lisos fios negros, quase que nem diante da luz do supermercado clareava. seus olhos eram do mesmo tom de seu cabelo, escuros como um breu, porém ainda com um certo brilho. Ele tinha a pele morena como a de Ray, mas a estrutura corporal era bem diferente. Ele era magro e sem um pingo de músculos.

Namorados de mentirinha(ou não) [ Henray ]Onde histórias criam vida. Descubra agora