Capítulo 8

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Era 17 horas da tarde quando o pontual relógio de Londres soou por toda a capital. Nesse mesmo estante que todos os alunos começaram a sair. Fiquei ao lado de fora de longe é claro observando a movimentação, a sua procura, mas ela não saiu. Continuei ali por mais alguns segundos e nada, então resolvi ir à sala dela e já estava vazia. Onde será que ela estava?  Também não vi os amigos que com ela estavam na sala. Se aquele cara tiver chegado perto dela, não sei nem o que dizer. Sabia que não deveria ter deixado ela ao lado deles, ela mal chegou e já foi desviada. Malditos!

Estava de pé a sala quando vejo uma menina, a que vi mais cedo enquanto entrava na sala de aula onde a Dove estudaria, lembro que a diretora disse que ela era a representante de turma, talvez ela soubesse de algo. Caminho até ela que estava sentada, de pernas cruzadas e mexendo no celular.

— Olá... — digo, colocando as mãos atras do corpo.

A vejo se virara rapidamente para mim e sua postura mudar completa, ficando ereta e escondendo o celular.

— Professor? — ela me olha ainda com supressa.

— Desculpa, lhe assustei? — pergunto ainda parado ao seu lado.

— Não, está tudo bem. — ela volta a olhar para a frente.

— O que faz aqui sozinha? — pergunto com cautela. — Esta tarde e logo a escola vai fechar.

— É, eu sei. — diz ela me olhando. Logo percebendo seu tom de voz, ela leva a mão direita a boca. — Desculpa.

— Não, está tudo bem.  — sorrio tentando acalma-la e me acalmar. Como eu vou chegar onde eu quero chegar? —  Está esperando alguém?

— Infelizmente sim. — respondeu ela, um pouco seria. — Meu imã está aqui dentro ainda, estudando com a amiga dela e meu pai não quer dar duas viagens vindo me buscar e depois ela. Então, ele me “obrigou” a esperar ela.

— E onde ela está? — vamos, me der alguma informação sobre a minha Dove.

— Provavelmente na biblioteca. — ela respirou fundo.

— E porque ao invés de esperar aqui, você não lá ficar com elas? — questiono, querendo saber se haveria chances de ela ir até lá.

— Não, está tudo bem até. — diz ela sorrindo e volta a olhar para a frente. — O senhor é de Londres mesmo?

— Sim, sim... — me aproximo me sentando ao seu lado. — Sou de Londres, mas por causa do seminário...

— Seminário? De que?

— Além de professor, também sou padre. — minha resposta a surpreendeu e vejo seus olhinhos brilhar para mim.

— Padre?! — fico supresso quando a vejo escorregar ao meu lado e ficar de joelhos. Levou sua mão até a minha a segurando e puxando, levando até aqueles lábios pequenos manchados do glex rosa e brilhante.

Ela beijou ali. Naquela posição, diante de mim, a vejo como total submissa a mim. Afasto minha mão de seus lábios e ergo minha mão ate sua cabeça e faço um carinho ali. A vejo fechar os olhos e suspirar. Será? Não, meu foco agora é outra pessoa. Mas, isso não me impede de aproveitar aquele momento, minha mão deslisa em sua pele, meus dedos tocam sua pele, sinto o pó de sua maquiagem, meus dedos erguem seu queixo a fazendo olhar para mim.

— Minha família é muito, muito religiosa. — explica ela. Apenas sorrio, e a faço voltar a sua posição ao meu lado, sentada como antes. Me levanto me lembrando do meu objetivo principal. 

— Tudo bem, não vou te atrapalhar. — lhe dou um último sorriso antes de me afastar dela e ir para o colégio.

Sigo pelo corredor até está de volta aos corredores do colégio, que não demorou muito, já que os corredores eram entre ligados. Me lembro brevemente onde é a biblioteca, eu deveria ter prestado mais atenção na explicação da diretora, demoro alguns minutos até chegar à biblioteca, depois de ter pegado um corredor ou outro. Para o meu alivio, ainda havia pessoas ali, o que significava que a Dove não estava sozinha com quem fosse que estava ali dentro. Começo a andar entre as prateleiras olhando em volta, falando com alguns alunos que ainda estavam ali, até encontra-la, que realmente não estava sozinha. Com ela, estava a Manuelle L´Blac e Austin Castillo. 

Perdão, eu pequei. Onde histórias criam vida. Descubra agora