Capítulo 12

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Baran

No dia seguinte navegamos até próximo ao Hawaii, o mar estava agitado e recebemos o alerta de que vinha uma tempestade, eu tinha que levantar voo com a aeronave de qualquer jeito e o barco teria que voltar para Los Angeles.

- No hotel tem o heliporto. É mais seguro vocês irem para lá e voltarem assim que o iate voltar. - disse o comandante.

- Tudo bem. - disse calmo e olhei para Julie. - Pegue suas coisas vamos deixar o Iate.

-Mais essa!- Julie esboçou e enfiou um colete salva-vidas no corpo- Eu me sinto mais segura assim!

Torci a boca e peguei sua bolsa e subi a escada que dava para o Helicóptero. coloquei a mala no compartimento e ela me deu a minha mochila.

- O vento está piorando. - comentei. - Entre que vamos decolar o mais rápido possível.

-Será que não era melhor ficarmos aqui?

- Quer ficar? eu tenho que levar a aeronave para um lugar seguro. Não podem deixa-lo aqui no iate ou pode provocar um acidente grave. - a olhei abrindo a porta para ela entrar. - O vento está piorando. precisa decidir.

-Onde é mais seguro? -ela indagou

- Terra! - Eu esperava não me arrepender do que tinha dito. Mas eu preferia mil vezes estar em terra.

-Tudo bem! - ela concordou e se adiantou a minha frente

Fechei a porta assim que ela entrou e dei a volta me acomodando e ligando a aeronave. Dei os fones de ouvido para ela, pois o barulho era alto e só conseguíamos falar por ele.

Comecei a ligar os botões para ligar o motor, chequei a quantidade de combustível, óleo, instrumentos de alavanca e liguei para as pás começassem a girar.

No rádio o comandante alertou de que um possível tornado estaria se formando, eu teria que dar a volta por trás e não ir direto para a ilha do Hawaii. três minutos depois levantamos voo e Julie gritou de medo e emoção pela movimento lateral que fiz para deixarmos o Iate, nos afastando do local.

- Você ainda vai me matar de susto!- ela riu

- Ainda vai voar muito comigo, Courtney! - brinquei.

- Só não sei de onde eu vou tirar a coragem.

Eu estava dando a volta pela tempestade e percebi que não íamos conseguir passar por ela. O meu rádio começou a falar e só consegui entender que era um furação tropical. O jeito era ou pousar em alguma ilha para e esperar aquela tempestade passar ou teria que tentar atravessa-la. Optei por achar uma ilhota.

- Vamos ter que pousar. - informei a ela.

- Como assim? -ela começava a ficar assustada.

- Recebi o alerta de furacão... - informei e passei a procurar uma ilha que fosse fácil de pousar e quanto mais eu me aproximava da tempestade mais tinha dificuldade para controla-la.

Julie agora estava apavorada, falando sem parar, chamando Deus e fazendo o sinal da cruz cada vez que a aeronave chacoalhava.

Com dificuldade de visão consegui ver algo lá embaixo e forcei para ir de encontro. Escutamos um estrondo e o alarme de pane começou a soar e perdemos altitude.

Forcei para nos manter numa rota só para não cairmos girando. Julie gritou apavorada e desmaiou.

- Há! QUE ÓTIMO!

Só senti o impacto na água que começou a entrar rapidamente, desafivelei o cinto e procurei desafivelar o de Julie, uma onda forte dez a aeronave rolar e nos jogar, quase nos afogando. A porta do meu lado foi arrancada por uma enorme pedra, segurei Julie para ela não cair para fora. A aeronave voltou a girar e eu me agarrei a ela ainda desmaiada e dei um jeito de sair. Por sorte Julie estava com o colete salva vidas. Segurei firme e nadei puxando-a até a praia.

- Julie!? - tirei o salva vidas dela quando chegamos a areia, dei uns tapinhas em seu rosto e a chuva caia forte, Estava muito frio.

- AH MEU DEUS... NÓS VAMOS MORRER!!!- ela acordou gritando

- Você está no céu... - Dei dois tapinhas em seu ombro.

Olhei em volta e escutei Julie chorar como uma criança desesperada.

- Temos que sair da chuva. E de perto da água. - Forcei ela a se levantar.

Ela olhou em volta depois me encarou, secando as lágrimas.

- Está muito frio aqui! - ela resmungou. - Vamos morrer de hipotermia se não nos abrigarmos.

- É... Eu sei... - olhei em direção ao Helicóptero. - Tente achar um lugar naquelas arvores, vou tentar pegar a minha mochila e o primeiro socorros... - Ela segurou o meu braço

- Não corre o risco da aeronave explodir?

- Não... - Menti, Mas eu precisava pegar algumas coisas antes que ela afunda-se.

- Não demore! - ela pediu.

Julie se afastou correndo até chegar as arvores e eu respirei fundo deixando o medo de lado e me enfiar na água.

Foram minutos de terror até chegar ao helicóptero, e com dificuldade consegui apanhar a minha mochila, a bolsa de Julie e uma bolsa preta que parecia ser uma barraca de campim. Meu coração até bateu forte.

Agora precisava voltar para a praia e com tantas coisas para puxar eu decidi que a barraca era mais importante e minha mochila, pois tinha minha faca e minha arma. Soltei a bolsa de Julie e lutei para chegar a praia.

Saí do mar praticamente me arrastando, o vento forte com a chuva parecia canivete, chegava a doer na pele e no rosto. Me levantei e segui até onde Julie estava, pois o mar havia me jogado para mais longe.

- Acho que tem uma barraca dentro desta bolsa preta. - ela era grande e comprida.

- Deixa eu te ajudar! - ela me ajudou a puxar a bolsa para fora, apontou para as árvores onde eu havia lhe mostrado. - Tem um espaço entre aquelas árvores que não molha muito, a copa é alta e tem trepadeiras que impedem o fluxo da água. Podemos nos abrigar lá. Logo vai anoitecer!

- Tudo bem... acho que podemos tentar monta-la ou vamos morrer de frio... - eu e ela batíamos os dentes do frio cortante.

- Tem alguma chance de conseguirmos fazer uma fogueira?

- Não... Está muito molhado o solo e as arvores. não dá para sair para pegar lenha... Vamos ter que... Nos aquecer...

Chegamos ao local que ela indicou e abrimos a bolsa e começamos a tentar montar a barraca.

- Acho que é para duas pessoas... - o vento dificultava a montagem e acho que levamos mais de duas horas. Julie estava congelada que mal conseguia se mexer.

- Pronto... Tire a roupa e entre, não vamos molhar lá dentro.

- Está brincando? Eu estou congelando!

A olhei feio e ela bufou, tirando a camisa e a calça encharcadas. Resmunguei algo em turco e passei a tirar a roupa ficando só de cueca.

Entramos os dois se esbarrando e fechei o zíper para a chuva não entrar, deixando uma pequena abertura para eu puxar minha mochila para dentro. Nós dois tremíamos de frio, a boca de Julie estava roxa.

- Aqui... - achei meu cantil com uísque. - bebe...

- Não tem um casaco aí?

- Nós seremos o cobertor... - dei um gole no uísque. aquilo queimou a garganta.

Julie tomou a garrafa da minha mão e deu um gole

-Isso ajudou!

O vento soprava forte lá fora. Dei outo gole no uísque e me deitei me sentindo exausto.

- Vem! Vamos nos aquecer ou vai acabar ficando doente.

Julie deitou ao meu lado, e se aninhou a mim, seu corpo pequeno se encaixou ao meu e eu sentia sua respiração quente de encontro ao meu peito. Ela me abraçou e esfregou minhas costas com as mãos.

- Tente relaxar... Logo vai estar quente... - Respirei fundo e fui tomado pela exaustão e apaguei.

BARANOnde histórias criam vida. Descubra agora