Capítulo 16

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Baran

Finalmente conquistar aquela boca macia me deixou em êxtase, mesmo assim não queria transar com ela de imediato. Queria sentir se realmente ela estava receptiva ao meu toque e ao meu beijo. Se realmente não era só carência.

Na minha cabeça tocava uma melodia e eu dancei com ela em silêncio dentro daquela água. Eu nem me importava se tivesse alguma cobra que pudesse me picar. Eu queria mantê-la em meus braços.

Tudo estava perfeito, Nossos beijos, nossas caricias. Sua recepção e, começou a trovejar novamente e o tempo se fechou rapidamente.

- Temos que voltar para o acampamento. Não podemos arriscar a ficar aqui. - Eu não queria solta-la, mas era inevitável.

Ela olhou pra cima e viu as nuvens cinzentas no céu. Voltou a baixar a cabeça, olhando pra mim.

- Se a gente não for logo. Essa chuva vai nos pegar! - ela riu.

- Vamos... - Nos separamos e o frio da água nos atingiu nas partes que trocávamos calor.

Deixamos o lago vestindo nossas roupas rapidamente. Apanhei a sacola com as mangas, a mão de de Julie e voltamos rápido para o acampamento debaixo de chuva.

Julie ria como uma criança travessa e apanhou uma camisa que ela havia trazido pra o acampamento da sua mala, e passou a secar os cabelos e o meu rosto.

- Acho melhor alimentarmos o fogo. Ajuda muito contra o frio. Acho que a chuva não vai nos deixar caçar e pescar hoje.

Ela se aproximou de mim e secou meus cabelos e meu rosto com aquela camisa que tinha o seu perfume de jasmim

- Você tem razão. Vamos por mais lenha e nos abrigar. Pelo menos temos o lagarto como almoço.

- E as mangas, e água fervida! - ela deu de ombros. - Vamos ficar bem!

Ela se deitou, dobrando a camisa que havia acabado de usar de modo a ficar semelhante a um travesseiro.

- Vem deitar, não vamos conseguir fazer nada com essa chuva.

Sorrimos um para o outro e tomei a camiseta de suas mãos e passei a secar seus cabelos.

Ela colocou umas lascas de lenha dentro da lata que funcionava como um fogareiro já que a chuva não permitia que a nossa fogueira ficasse no chão. Ela tomou a camisa da minha mão dobrando-a de modo a ficar semelhante a um travesseiro. Ela tomou minha mão e adentramos a barraca.

Assisti Julie tirar a roupa delicadamente. Totalmente nua ela passou os braços pelo meus ombros e me beijou. Não tinha como não ficar excitado ao sentir seu corpo. Segurei sua cintura e a beijei guloso, apaixonado e cheio de luxuria.

Ela sorria e me beijava ousada, sedenta. Acariciando meus cabelos, me fazendo sentir o seu corpo. Ela se afastou por um breve instante, apenas para ajeitar a camisa no chão para apoiar nossas cabeças.

- Vem! - ela me chamou novamente se deitou e eu tirei a minha roupa, contemplando aquele corpo lindo e seu sorriso desejoso. Nu me deitei ao seu lado a puxando para mim.

- Vamos devagar... - Pedi acariciando seu seio esquerdo que ficou com o mamilo rígido ao meu toque. Sibilei entre os dentes.

- Defina devagar! - ela pediu.

- Só... Sentindo nossa pele, nossos corpos... Sua boca. - Passei o polegar em sua boca e a beijei.

- Hum! - ela pareceu pensativa - Tá bom! - ela concordou e me deu um novo beijo. - Mas, estamos nus...

- Estamos. - eu ri de sua expressão e a beijei. - Deixa rolar...

- Eu estou olhando para o seu linguado! - ela cantarolou.

- Então pare de olhar. - disse me sentindo envergonhado e rindo e tapei seus olhos brincando e a beijei.

- Isso não é justo. Você não me deixa tocar, não me deixa olhar...

- Porque não quero que seja sexual o que estamos tendo. - Eu não sei se tinha deixado claro.

- E não faz parte do processo? - ela tentou me convencer.

- depende! se for só sexual para você então vai querer ir rápido, mas... Se tem um pouco de sentimento é gostoso esse jogo de sedução, essa troca de energia, de fluidos.

- Tá, então vamos trocar fluidos não sexuais! Desde que você me abrace e não se esquive de mim.

Eu sorri e a beijei apertando sua bunda.

- Posso pedir uma coisa?

- Sim... - disse olhando para seus olhos e afastando seus cabelos de seu rosto.

- Me chama pelo meu nome? Queria saber como soa na sua boca, com esse sotaque gostoso

- Juliane. - Seu nome saia como julian com o n mudo e ficava até interessante.

Ela sorriu e me beijou

- Eu achava o meu nome tão ridículo, tão comum!

- Seu nome é lindo! Você é linda! - minha voz saiu rouca.

- Eu passei por uma fase que eu queria esquecer aquela menina da Carolina do Norte. As garotas da faculdade eram todas lindas e sofisticadas e eu era só uma caipirinha. - ela riu

- Eu diria que adoro o seu jeito caipira. As vezes você deixa ela aparecer. Seja sempre autentica, Juliane! Não deixe suas raízes morrerem. É elas que nos dá forças! é nossa origem! Eu posso ter o GreenCard americano, mas eu não deixo o meu lado meio Europeu. Eu amo meu pais, amo minhas raízes. - acariciei seu corpo.

- Eu adoro esse seu sotaque. - ela riu.

Sorri com ela e voltamos a nos beijar deixando o mundo lá fora cair em água. Estávamos no nosso mundo criado por nós dois. Não tinha ninguém mais para nos tirar daquele momento tão prazeroso.

Ficamos trocando beijos e caricias, rolando naquela barraca. Uma hora eu estava sobre ela ou ela sobre mim, mas sem sexo. E confesso que foi bem difícil resistir a vontade de me enterrar nela.

Por fim dormimos abraçados pela exaustão, acordei com a noite caindo e o vento soprando muito forte. Abri a barraca para ver o nosso fogo e a plataforma que fizemos para manter o fogo aceso e não chover nele.

- Ficamos sem o fogo e a tenda... O vento levou! - fechei rapidamente a barraca. - Acho que uma arvore caiu bem atrás de nós. Começando a achar que é perigoso ficar aqui entre essas arvores. - acendi a pequena lanterna.

- É sério? - ela se preocupou. - Pra onde vamos?

- Não tem como sair nessa tempestade... o vento está muito forte. - me sentei e a abracei. - Que Alah nos proteja.

- Vamos rezar e amanhã procuramos outro lugar pra acampar. Um pouco mais distante do mar.

Eu estava com fome, perdemos energia trocando calor. Concordei com ela e ficamos em silêncio escutando o vento assoviar e as arvores rangerem ao se envergarem. A noite foi bem difícil, dormimos por exaustão e pela manhã vimos o quanto a ilha tinha sido devastada.

Coloquei as mãos na cabeça olhando para tudo aquilo. E realmente nossas orações deram certo, provavelmente o tornado havia passado bem perto de nós. A mala de Julie foi parar numa arvore. as roupas que estavam nela foram jogadas e espalhadas pela floresta. o Helicóptero não aparecia mais, nem as hélices.

- Temos que reconstruir nosso abrigo. - disse desolado. - Estou com fome. Vou tentar pescar alguma coisa antes de trabalharmos.

- Vou procurar algumas palhas, pra reforçar e trazer um pouco mais de lenha.

- Muito cuidado por aí... - A puxei para mim e beijei a sua boca.

- Pode deixar!!!

Apanhei a faca e a arma e dei a ela a arma.

- Quem sabe um javali resolve fazer uma graça. - rimos. - A faca é para cortar lenha ou... Algo que apareça na sua frente.

- Eu não me atreveria a tentar enfrentar um javali com uma faca.

Eu abri um largo sorriso e concordei com a cabeça.

- Até daqui a pouco. - toquei em seu queixo e fui para o mar.

BARANOnde histórias criam vida. Descubra agora