O que será que tem na lua, Seonghwa? (Seongjoong)

Caminho para o perigo

Naquela tarde, Hongjoong aproveitou que não havia ido trabalhar e foi até o quintal de sua casa. Sua mãe estava na sala com visitas; estava tão distraída que não viu o seu filho passar em silêncio pela sala até a porta da cozinha. O garoto precisava de algo para distrair, seu trabalho o ajudava a não pensar nas coisas que aconteciam. Mas, não havia muito o que ser feito, logo o deixa entediado. Resolveu se sentar próximo de uma árvore e ali ficou por um bom tempo, encarou a casa por algumas vezes. 

Por diversas vezes, se pegou pensando em Seonghwa, mas logo fez questão de dispensar aqueles pensamentos. Estava cansado daquela situação. Queria fazer algo para se distrair, se manter ocupado por um longo tempo, mas tinha a menor ideia de como fazer isso. Pensou em pegar o carro de sua mãe e tentar dirigir, mas não sabia onde sua mãe tinha guardado as chaves. Depois de seu acidente, seus pais haviam trocado as chaves de lugar, eles sempre colocavam as chaves penduradas perto da porta de entrada, agora, Hongjoong não sabe onde elas são deixadas. 

Repousou a sua cabeça na árvore e ficou olhando para o céu, se perguntando se seu irmão estava fazendo o seu trabalho ou se estava mais atrapalhando do que ajudando. Respirou fundo ao perceber que estava se sentindo um inútil naquele momento. Pensou em caminhar um pouco, já que estava do lado de fora de sua casa e que sua mãe estava muito ocupada e pensou em voltar antes que as visitas fossem embora. Levantou com um pouco de dificuldade e se virou para olhar para a vasta árvores que estavam atrás dele. Antes de adentrar por aquelas árvores, ele olhou pela última vez para aquela casa e caminhou com dificuldade; fazia cara de dor sempre que apoiava com a perna machucada. Poderia ficar em casa repousando, mas ele queria manter a sua mente ocupada e sabia que não seria possível dentro de sua casa.

Hongjoong pensou em voltar, mas estava alguns metros longe de sua casa e decidiu prosseguir com o seu caminho. Caminhava lentamente, com cuidado, pois não sabia onde pisava. Mesmo com os boatos que circulavam naquela pacata cidade, muitos caçadores arriscaram em colocar armadilhas pela floresta na intenção de capturar alguns animais. Hongjoong chegou a desarmar algumas com a ajuda do irmão e seu pai quase se feriu com uma das armadilhas se ele não estivesse atento por onde pisava. O garoto com cabelo estilo mullet, reparou que havia uma armadilha a poucos metros que ele estava, pegou algo que pudesse usar para desarrumar. Com cuidado, tentou desarmar, mas foi flagrado por um caçador que estava a poucos metros dali.

ㅡ O que pensa que está fazendo? ㅡ perguntou o caçador furioso enquanto caminhava na direção de Hongjoong. Ele tomou a vara que Hongjoong usou para tentar desarmar. ㅡ Não meta o nariz onde não é chamado, seu pirralho. Dê um fora daqui antes que eu te dê uma surra que você vai se lembrar pro resto de sua vida. ㅡ o caçador fez um gesto na intenção de intimidá-ló.

Um som foi escutado por detrás de algumas árvores, fazendo com que o caçador olhasse para onde aqueles barulhos haviam sido escutados. Hongjoong também olhou. Não dava para ver o que era, mas foi o suficiente para despertar a curiosidade de ambos.

ㅡ O que será que foi isso? ㅡ perguntou Hongjoong olhando em direção ao barulho.

ㅡ O que você acha que possa ser? Um animal. ㅡ disse o caçador se afastando, ele caminhou em direção de uma caixa e tirou uma espingarda de dentro. 

Hongjoong olhou espantado ao ver o que estava nas mãos do caçador. Queria fazer algo para impedir que aquele animal tivesse a sua vida ceifada, mas naquele momento, ele era quase um inútil; não havia muito que poderia fazer. Tentou ir até onde o caçador estava, mas parou ao perceber que o curativo estava manchando de sangue. 

ㅡ Eu vou pegar esse miserável e ninguém vai me impedir. ㅡ disse o caçador se colocando em uma possível onde poderia ser fatal para o animal. 

Hongjoong ainda queria fazer algo para salvar o animal de sua morte, mas ele mal estava conseguindo se mover. Se detestou em pensamento por não ter ficado onde tinha que estar e por não poder fazer o que fosse necessário para aquele animal não fosse morto. O garoto decidiu ir até onde o caçador se encontrava com a ajuda das árvores, estava à espreita, aguardando pelo tal animal. O garoto estava decidido a impedir que o caçador matasse aquele animal.