Eu odeio ela, odeio os olhos brilhantes invadindo a minha cabeça, odeio o talento no jujutsu, odeio como ela ama o meu filho e como me faz sentir bem... Eu odeio!
Ainda faltam meses pra eu me livrar dessa garota, eu teria que suportar sua obsessão pelos meus peitos ou músculos. Mas eu precisei mandar a real...Quando eu beijei ela no jardim, a última coisa que eu pensei foi no trabalho, a última coisa que eu pensei quando ela apertou os meus cabelos foi em parar, a última coisa que eu queria era dar as costas para aquela sensação euforica e excitante de ver ela ofegante da minha frente e saber que fui eu quem a deixou assim, com o rosto vermelho e o corpo uma bagunça... O que eu mais queria fazer com ela aquela hora nem podia ser escrito.
Mas eu tinha que lembrar, pra ela e pra mim, que isso não é de verdade, que a gente não vai ficar junto e que isso não tem chance de existir. Que a chance de algo entre nós acontecer seria a mesma de eu estragar tudo, de eu arruinar a vida de mais alguém além da minha mesma.
— Olha só o nanico acordado — Sorrio vendo meu filho, ele é uma criança tão quieta.
Me aproximo dele e me sento ao seu lado no chão. Ele tá até mais gordinho... Com esse pensamento eu encosto meu dedo em suas bochechas, pareciam travesseiros branquinhos e macios, ele olha pra mim com um biquinho, Megumi anda já fazem alguns meses, até fala um pouco... É uma pena saber que a mãe dele nunca vai vê-lo fazer isso.
A lembrança dela que me faz ficar alerta, que grava na minha mente que eu não posso me envolver, eu sou inútil e destrutivo. O único legado que eu deixo é uma terra arrasa e dinheiro... Mas o que é dinheiro em um lugar gelado não é?
Eu cresci com muito dinheiro e nem isso me deixou mais feliz, parece que a Hikari pensa o mesmo... Merda.— Gumi, você gosta da Hikari? — pergunto pro bebê, tirando sua chupeta.
— Kari! — ele dá um sorriso de dentinhos nascendo.
Eu odeio como você é uma criança tão fofa! Era pra você ter chorado quando eu tirei a sua chupeta, sei lá... Faz alguma coisa pra me irritar! Pra me dar vontade de enfiar você numa caixa de sapato e largar na porta de alguém.
Mas é óbvio que o Megumi não fez isso, ele só me deu uma girafa de brinquedo e a gente ficou nessa até ele pedir pra dormir, e advinha onde ele dormiu? Bem no meu peito.
— Você é melhor do que qualquer um que eu conheço... Eu nem deveria ser seu pai — Sussurro fazendo carinho em seus cabelos enquanto ponho ele em sua cama.
– Ele vai ser um garoto enorme né? — ouvir a voz dela me deu um susto, eu não senti ninguém chegando!
— Sai que ele tá dormindo — Digo indo na direção dela.
Hikari estava apoiada na porta com um sorrisinho, ela parecia ter acabado de tomar banho, estava com uma calça de moletom e uma camiseta branca cheia de buracos... Eu tenho certeza que ela tem roupas melhores.
— Eu vim te procurar, seu imbecil — ela chuta meu joelho, mas com certeza o pé dela doeu mais do que as cócegas que eu senti.
— Prá quê? —Reviro meus olhos e vamos andando um ao lado do outro.
— Aqui ó, você me disse que tinham te feito uma oferta de sete milhões semana passada, toma — ela me entrega um recibo de um depósito bancário de 14 milhões.
— É ótimo fazer negócio com você, nunca ganhei dinheiro tão fácil na vida toda — falo colocando o recibo no bolso.
Olho pra ela que ficou em silêncio uns instantes, lá vem...
— Não parece tão fácil né, afinal eu sou chata e insuportável — ela faz isso e eu tento tapar a boca dela — não vai me calar não, eu não sou chata, insuportável, então vai me ouvir que eu tô pagando.
— Nem fodendo que eu vou te ouvir falando merda — Era muito difícil segurar a risada enquanto ela se esquivava de mim correndo pelo corredor — Não vale usar jujutsu!
Bato o pé no chão quando ela some em um clarão e vai aparecer só lá no fim do corredor.
— Então não vale nem super força e nem super reflexos! — ela diz fazendo careta pra debochar de mim.
— Eu vou quebrar os seus dentes, sua mimadinha — Marcho na direção dela só pra ver ela se teleportar pra trás de mim.
— lado errado — ela cantarola.
— Eu te odeio — falo olhando pros lados pra ter certeza de onde ela está — qual é o gatilho dessa merda?
Toda técnica tem um gatilho, essa tem que ter também!
— Eu te digo se me deixar apertar seus peitos — ela pisca pra mim... Eu vou apertar o pescoço dessa mulher... E nem é no sentido de agressão.
— Eu vou te pegar e vou descobrir sozinho então — corri pra cima dela só pra perceber que ela nem tentou fugir dessa vez.
Segurei ela em meus braços, ela estava se acabando de rir e eu nem percebi que estava sorrindo também... Bom trabalho Toji, você fala de compromisso, mas é o primeiro a quebrar isso.
Encostei meu rosto no ombro dela, respirando um pouco ofegante enquanto sinto ela acariciar meus cabelos.
Encostei ela contra a parede e ficamos muito tempo próximos, eu sentia o cheiro de sabonete no corpo dela.
— Eu quem tá misturando as coisas? — ela segura meu rosto me fazendo olhá-la.
— Claro, eu só tô deixando nossa convivência menos insuportável — Eu não vou admitir — a culpa não é minha que você não entende o que é ser amigo.
Meu olhar estava fugindo do dela.
— Eu tenho mais amigos do que você, tá bom? — Ela me dá um sorrisinho cínico.
Eu odeio esse sorriso, eu odeio todos o sorrisos que ela me dá.
— Cala a boca — Resmungo e encosto minha testa na dela, eu não consegui e simplesmente beijei sua boca, incapaz de resistir a esse momento... Mas vou dar um jeito de negar isso quando acabar... Eu sei que vou. Eu tô sempre negando e fugindo mesmo.
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A Princesa e o Assassino - Toji Fushiguro
FanfictionA brilhante feiticeira jujutsu de família tradicional, Hikari Nanase, está sofrendo pressão da família para se casar o quanto antes. Ouvindo os conselhos de um colega, ela acha que um noivado falso não seria uma má opção... E quem é melhor noivo fal...