Queimadura Solar

1.7K 103 15
                                    

— Tá me achando com cara de puta?

— Eu estou te oferendo dinheiro pra você fazer algo por mim!

— É EXATAMENTE ISSO que putas fazem.

— Você também...

— A

Como chegou a isso? Então...

Um sorriso doce e ações bondosas, esse tipo de gente parece muito mais frequentador de uma academia de super heróis do que de jujutsu.

Jujutsu é nojento, envolve sangue e gente se matando pra evitar que mais gente morra sendo que eles vão morrer de qualquer jeito.

Mas não era isso que Hikari Nanase fazia parecer, aquela garota linda... Conseguia o feito de ser amada pela hierarquia e pelos feiticeiros autônomos.

— Não dá pra entender essa merda, quem quer acabar com ela? — Rio enquanto estou no bar bebendo. O meu informante tradicional tinha me perguntado o que eu faria se alguém pedisse para eu matar Hikari Nanase.

— Aah Toji! — O homem bate levemente na bancada, ele tinha um cabelo ralo e bigode fino. Não parece do tipo perigoso. Mas não duvide — Quanto você precisaria?

— Ela é do nível do Gojo — Pego um palito de dente — Pelo menos um bilhão de dólares só pra começar a conversar.

A cara dele me deu uma certa esperança, ele estava teclado no celular bem rápido.

— Que isso hein? — Pergunto terminando minha bebida.

— Nada não, mas talvez semana que vem tenha alguma coisa — ele dá aquela risada de rato dele. Quem sabe eu tenha alguns bilhões em breve.

— Saquei — Digo me levantando da cadeira mequetrefe que ele comprou pra esse bar — Tô indo, o mercado fecha daqui a pouco.

Bufo, nunca me disseram que ter um filho ia ser tão difícil.

Sai daquele lugar cinza com iluminação de néon e fui até o mercadinho mais próximo comprar as coisas pro Megumi, lembrei que o leite e as fraldas estavam acabando hoje de manhã, também aproveitei pra comprar umas frutas.

Quando eu tava saindo tinha uma mulher brigando com alguns caras na área do estacionamento de motos, eu não ligaria se eles não estivessem brigando bem na frente da minha moto.

— Você não pode fazer uma coisa dessas ok? — ela estava gritando com eles enquanto batia neles com a bolsa.

— Sai daqui sua vadia louca, a gente faz o que quiser — um dos homens empurra ela justamente contra a minha moto! Porra!

A mulher de cabelos castanhos claros meio amarelados cai e detona a minha moto, eu ia me manifestar quando vi aqueles olhos amarelos brilhando de raiva. Não é possível...

Eu me escondi na virada de uma parede e fiquei observando de maneira furtiva.

A mulher se levantou e conferiu se a garota no chão estava apagada, a cutucando com o pé. Sua expressão não tinha muito humor e isso não é comum para essa pessoa em especial.

— Certo — Ela põe a mão na direção dos homens — Hiyake.

Vocês não podem imaginar a minha surpresa de ver a doce e linda feiticeira jujutsu executar dois homens a sangue frio bem na minha frente. Hikari Nanase é uma assassina

Eu ainda preciso resgatar a minha moto, então cheguei como se nada tivesse acontecido, assobiando uma música qualquer.

— Mas que porra aconteceu com a minha moto? — um grande ator como eu sou, deixei as sacolas pra levantar o meu veículo inocente aqui.

— Aí meu Deus... Era sua? — a mulher se vira pra mim — Olha... Eu pago tá legal? Toma!

Ela me entrega um papelzinho com o seu número, seu rosto era realmente de alguém preocupado.

— Você tem um bebê? — ela perguntou depois de dar uma olhada rápida na minha sacola.

— É, eu tenho um filho — comento enquanto coloco as coisas no bagageiro da moto, era fácil contar pra ela... Isso deve estar em algum aspecto de aura. Eu nunca conto sobre o Megumi.

— Huum — ela dá um sorrisinho — E você é casado com a mãe dele?

Ela tomba a cabeça enquanto nossos olhares se encontram, provavelmente ela sacou a falta de aliança.

— Não — puxo de dentro da camisa o meu colar que o anel era usado como pingente — Ela morreu a um ano...

Eu não sei como tô falando tanto.

— sinto muito... — ela pega a última sacola que era extremamente leve... Mas ela parecia estar fazendo muita força só pra me entregar.

— Não tem necessidade, a gente não era muito junto mesmo — Suspiro e guardo, trancando o bagageiro.

— A é! — ela sorri enquanto eu me preparo pra ir — A gente não se apresentou! Sou Nanase Hikari

Ela sorri docemente, ela deve ser muito boa escondendo suas intenções ou só é tapada mesmo.

— Sou Fushiguro — ponho o capacete pra me impedir de falar mais do que isso.

Cheguei em casa e as luzes estavam acesas e o cheiro estava bom.
A minha casa é em um lugar meio escondido, não chega a ser simples mas também não reflete quanto eu ganho de verdade.

— Emma — Chamo a babá, ela é a salvação da vida do meu filho

— Fushiguro-Sama! — Ela chega com um pano de prato nos ombros — eu dei uma adiantada no jantar e o Meguminho já tá dormindo.

Ela estava com roupas de sair, o que significa que não vai direto pra casa depois de sair daqui, ela é uma adolescente afinal.

— Te atrasei? — pergunto colocando as coisas na mesa da cozinha pra guardar mais tarde

— Não muito, as festas ficam melhores mais tarde mesmo — a garota de cabelos loiros põe o pano de prato na bancada da cozinha e estende a mão. — mas quero hora extra.

— Mercenária — Murmuro com um sorrisinho enquanto pego minha carteira e conto as notas.

— Olha quem fala — ela levanta os ombros e confere depois de receber o dinheiro — Não tem como me dar mais uns cem não?

Reviro meus olhos e dou mais cem pra ela

— Juízo hein, mocinha! — Falo antes que ela saia... Desde que não fique grávida ou morra tá ótimo.

Fui conferir o jantar, estava basicamente pronto e também fui dar uma olhada no moleque.

Ele estava dormindo que nem um anjo, o que me fez sorrir um pouco enquanto eu passava a mão pela cabeça dele.

— como pode ter o cabelo tão rebelde?

Fui comer meu jantar e quando o Megumi deu uma acordada de madrugada eu dei comida pra ele também.

Ter a Emma vindo cuidar do Megumi me impediu de comer tanta porcaria, já que ela cozinha bastante me impede de comprar batata e frango frito.

Durante o banho eu pensei quão perto de uma confusão estive hoje, encarando os azulejos marmorizados do meu banheiro, tive a realização que se ela tivesse me reconhecido...

— Cala a boca — Murmuro pra minha própria cabeça enquanto abro a água gelada do chuveiro. Eu preciso relaxar



A Princesa e o Assassino - Toji Fushiguro Onde histórias criam vida. Descubra agora