A gente chegou mais rápido do que eu gostaria.☀ - hum, queria ficar mais tempo do meu lado?
Começou cedo hoje.
Enfim, era um jóquei clube, daqueles que tem corridas a cavalo, jogos de polo, restaurantes caros e gente insuportável.Eu já fui em lugares assim, mas na maioria das vezes não me esforçava pra agradar e não se esforçavam para me agradar.
Só que agora eu estava com a chave para todos os tipos de tratamento VIP andando com essa mulher, assim que ela segurou a minha mão, minúscula em comparação com a minha, mas quente e delicada. Foi como um holofote acendido bem em cima da minha cabeça. Eu não sei se gosto da sensação.
Quando a primeira atendente nos viu, eu esperava uma cara de nojo ou algo esquisito ou me dizer que a entrada pra funcionários era do outro lado... Mas os olhos dela brilharam me olhando e depois disso ela ficou rígida ao olhar pro rosto da Hikari.
— Bem vindos, senhores — Ela diz fazendo uma reverência profunda, quase a realeza mesmo — os pais da senhorita estão esperando no camarote.
— Obrigada — A voz da minha noiva falsa era suave, mas a veia ligeiramente saltada na mandíbula dela me fez dar um sorriso.
☀ - por quê será, não é mesmo?
Eu não faço ideia.
☀ - não faz não, claro que não faz.
— Se você olhar pra trás, eu explodo ela com uma queimadura solar — a voz de um anjo sussurrou no meu ouvido essa ameaça.
☀ - amém .
O anjo aí.
— Pera, a gente vai assistir uma corrida de cavalos? — percebo enquanto ela me levava por um corredor chique, cheio de quadros de cavalos premiados com molduras douradas e vasos decorativos.
— Sim... — Ela suspira — em minha defesa, você não disse que tinha problemas com apostas até a gente estar vindo pra cá.
Nossa, ela tá achando mesmo que eu tô bravo?
— Não tem problema nenhum, tá na hora de eu dobrar o meu bônus — dou uma apertada no ombro dela. Vencer uma aposta num clube desses deve dar uma bolada.
— O que acha de apostar um contra o outro? — ela vira o rosto pra mim, sorrindo enquanto o vento balança seus cabelos castanho mel dourados pelo sol da manhã.
— Você já apostou na vida, Nanase? — admito que fui bem arrogante na pergunta.
— Fala como se fosse o único apostador da terra — Dou um sorrisinho quando ela cruza seus bracinhos.
☀ — Bracinhos...
Você tem bracinhos, Hikari.
☀ — não tô reclamando disso.
— Vai apostar em qual cavalo? — Perguntei quando pegamos o folheto de um dos funcionários.
— Esse aqui é bonitinho e tá com uma carinha de motivado — ela fala apontando para um dos cavalos, o número 4.
— Não é assim que funciona, ce sabe disso né? — olho pra ela por alguns instantes e logo vou procurar os dados dos cavalos — Eu vou no sete.
Ele tinha ótimas estatísticas e era forte.
— Vai apostar quanto? — Perguntei enquanto preenchia a minha aposta.
— Um milhão — ela diz enquanto preenchia o cartão, dando uma mordidinha suave no lábio inferior, por alguns segundos eu acabei perdendo o rumo.
— Arriscada — resolvi igualar a minha aposta na dela.
— Só se for pra você — Essa salafrária, lança uma piscadinha pra mim.
— Depois diz que não humilha pobre, né filha da — ela cobre minha boca antes de completar o palavrão.
☀ — não é lugar!
Foda-se o lugar, deixa eu falar filha da puta em paz.
Enfim, a gente fez as apostas rápido e ela me levou finalmente até os pais. Os dois coroas velhos da última vez... Só que tinha um cara com eles, um cara meio mais novo que eu, com uma cara de almofadinha. Eu sei que a Hikari não tem irmãos... Então quem é esse aí?
— O que tá fazendo aqui? — Senti os dedos de Hikari apertarem meu antebraço.
— Seu primo queria conhecer o seu futuro marido, achamos por bem apresentá-lo ao Toji de uma vez — a mãe dela fala, estava usando um vestido azul e branco ridículo.
— Meu ex noivo queria ver pra quem ele perdeu a minha herança — o tom da Nanase era rasgado. Ex noivo? Ela ia casar com um cara desses?
Ele era magrelo, o terno dele deveria ser da merda de um tamanho infantil. Nunca daria conta de aturar essa daqui.
— Eai — puxo Hikari para os meus braços — Eu sou Toji Fushiguro.
Me apresento bem calmamente, ela já parecia nervosa, dois nervosos aqui e a gente ia rolar na porrada.
— Podem se sentar — O pai da Kari indica os lugares... Eu não gostei.
A mesa era o suficiente pra nós, o problema é que o pai, a mãe e o esquisito aí se sentaram de um jeito que eu não poderia me sentar perto da Kari sem problemas. Tem algo estranho mesmo.
☀ — Kari?
É só um apelido.
☀ - eu gostei!
— Pode sentar, amor — Seguro o queixo dela e dou um beijinho em sua boca, sentindo logo depois o gosto de seu gloss... Cereja.
☀ - acertou!
Deixo ela se sentar e logo depois, eu simplesmente ergui a cadeira do almofadinha e o coloquei sentado do ladinho da minha sogra, deixando o caminho perfeitamente livre pra que eu me sente bem de frente para a minha noiva.
— O-o que você fez, seu selvagem? — o esquisito diz só quando já tá bem longe da minha mulher.
— É que a vista da corrida é melhor desse ângulo — Levanto meus ombros.
Os pais dela nem souberam reagir, mas o sorriso da Kari apagou isso facilmente da minha cabeça.
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A Princesa e o Assassino - Toji Fushiguro
FanfictionA brilhante feiticeira jujutsu de família tradicional, Hikari Nanase, está sofrendo pressão da família para se casar o quanto antes. Ouvindo os conselhos de um colega, ela acha que um noivado falso não seria uma má opção... E quem é melhor noivo fal...