Prova

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Eu queria provar pra mim mesmo que conseguia resistir, que conseguia tocar a boca dela e não sentir nada, a resposta foi que eu não provei porra nenhuma.

Apoiei minha mão atrás da cabeça dela na parede, encarando seu rosto após nossas bocas se afastarem, eu me controlei pra não esmurrar o concreto... Os olhos dela me deixavam calmo ao mesmo tempo que me dava vontade de enlouquecer

— Tá debatendo tanto assim internamente? — ela sussurra pra mim de um jeito que seria capaz de me derreter.

Hikari... Segurei seu rosto com apenas dois dedos, sentindo que segurava a minha respiração junto.

— Você é uma péssima sedutora, Hikari Nanase — Murmuro antes de dar as costas e me afastar...

Ela é uma ótima sedutora pra mim, dessa vez essa maluca me deixou ir embora. Graças a tudo que possa existir de sagrado, não nos encontramos durante uns dois dias...

Até ela invadir o meu quarto com um chute na porta pleno sábado de manhã.

— Quem morreu? — perguntei depois de me sentar na cama após o barulho estrondoso que ela fez.

— Eu esqueci! Temos um evento pra ir! Veste alguma coisa esporte fino, passo o que vai acontecer pra você no caminho pra lá! — Ela grita e sai correndo do meu quarto — ANDA LOGO!

EU PRECISO DE UNS MINUTOS ANTES DA MINHA ALMA VOLTAR PRO CORPO, SUA PUTA!

Tá, depois disso eu fui tomar um banho e vestir esporte fino... O que quer que seja isso.

— Que porra é esporte fino? — Digo tacando uma quantidade de roupas que eu nunca imaginei ter pro alto.

— Você ainda não se arrumou? — Foi nessa hora que Hikari voltou — Que idiota, meu Deus.

Ela agarra duas peças no ar e joga em mim.

— É isso? — Faço uma careta, olhando a porra de uma camisa social preta e uma calça cáqui... — Eu não vou vestir essa calça.

— Veste logo, você tem uma bunda linda, vai ficar muito boa — Mais uma vez ela me deixando constrangido!

Simplesmente sai de perto dela pra vestir a roupa com mais mal gosto que eu já vesti... Só pra encontrar minha noiva falsa quase formando uma piscina de baba quando me vê.

☀ — Não exagera!

Deu pra aparecer também?

☀ — Você pode e eu não?

Não disse isso.

— Você deveria usar mais camisas sociais, o tempo inteiro de preferência na real — ela se aproxima pra obviamente encostar nos meus peitos e eu consigo desviar!

☀ — Sem graça.

Vai ser sem graça quando eu agarrar seus peitos em público.

☀ — eles são tão pequenos que tu nem vai sentir.

Tá brava?

☀ — por que?

Cheia de ponto final, caralho, parece que tá puta.

Falando sobre roupas, eu tive certeza que Hikari Nanase não se vê corretamente, ela usava uma camiseta preta com um decote coração e eu podia reparar que marcavam os peitos dela... Não eram grandes que nem melões mas não são pequenos do jeito que ela faz parecer, a saia branca combinava com o casaco que usava, não dá pra ela estar de enchimento nas roupas, elas são tão simples e fluidas!

Sem falar que eu já vi a Hikari bem mal arrumada e ela tem sempre as mesma proporções... Não que eu repare.

— Nem fodendo — Resmungo enquanto testo um pouco a resistência desse tecido que estava realmente apertado na área dos braços — Pra onde a gente vai?

— Jóquei clube... Depois uma coisa na escola jujutsu — ela suspira enquanto abre a porta do carro, fazendo sinal pra que eu entre.

— Que porra é essa? — Pergunto com as mãos na cintura.

— Um jóquei clube? — Ela ia começar a me explicar enquanto ainda segura a porra do caralho do cacete da buceta da porta do carro.

☀ - a sucessão de palavrões mais longas que eu já li.

— Para de segurar a porta pra mim — Tomo o lugar dela de quem segura a porta — Entra ai antes que eu me aborreça.

Ela entrou e eu entrei logo depois, já me acostumei com essa coisa de motorista.

☀- Depois eu que sou a dondoca.

Eu nunca disse que você era.

— Você ficou bravo por eu estar segurando a porta pra você? — Ela pergunta com a cara deslavada!

— Não deveria? — Reviro meus olhos e viro meu rosto pra janela.

O carro finalmente deixou a frente daquela mansão, o rumo do interior, já assumi que seria longe.

Na hora que estava tentando pensar em qualquer coisa que não fosse a mulher ao meu lado, lembrei de algo meio de repente...

— Fazem meses que eu não aposto em nada — Foi mais surpreso comigo mesmo, eu não ficava uma semana sem isso.

— Isso é incomum? — Voz de Hikari me mostrou certa curiosidade.

— Eu gosto de apostas — Só uma olhada rápida o rosto dela já me dizia algo.

☀ — Viciado.

Sai daqui porra, tem um monte de parte pra tu, some da minha cabeça, desgraça.

— Gosta do tipo... É viciado? — Ela se puxa mais para o meu lado do banco, fazendo nossas pernas se encostarem.

— Tipo isso, mas eu sou bom — Cruzo meus braços.

— Beeem — ela imita aquelas campainhas de resposta errada — eu acho que você tá mentindo pra mim.

— Acha dai que eu fico com a minha verdade daqui — Viro meu rosto enquanto sinto ela se aproximar.

— Você esqueceu das apostas por minha causa, Fushiguro gatão? — Ela diz pra me provocar, encostando sua cabeça no meu ombro.

— Claro, você me dá tanta dor de cabeça que eu nem tenho tempo pra pensar no que eu gosto — Digo entre dentes, quase rosnando pra essa desgraça que bagunça meus sentidos.

— Tô me sentindo especial — ela dá uma risadinha.

— Não se sinta, foi exatamente assim com a Megumi — até aí eu nem tinha notado que falei demais, mas eu sempre falo demais com a Hikari — eu esqueci que eu era um destruidor... Mas a morte dela me lembrou disso direitinho, não pretendo cometer o mesmo erro com você.




A Princesa e o Assassino - Toji Fushiguro Onde histórias criam vida. Descubra agora