i knew you were trouble | anthony larusso!

você chama a guitarra de princesa?

APÓS A última aula, MacKenzie é a primeira à sair da sala. Ela fica do lado de fora, esperando por Max. Quando a ruiva aparece, Kenzie a puxa pela manga do moletom e a abraça.

— Desculpa, tá? Eu só estou muito estressada com tudo o que aconteceu hoje e não estou preparada para falar sobre isso agora. — Díaz sussurra no ouvido de Mayfield, que a entende completamente.

— Tudo bem, amiga. Eu sei. Mas saiba que sempre vou estar aqui, ok? E não é nada de pena! Trate de tirar essa paranóia sem sentido da sua cabeça. Nos preocupamos com você, só isso. — Ela responde, saindo do abraço.

— Tá bom. — Kenzie sorri. — Tenho que acompanhar o Kenny agora, então, mais tarde nos falamos?

— Mais tarde nos falamos. — Elas se despedem e caminham para lugares distintos.

Miguel sabe dirigir e sempre vai de carro à escola. Robin pega carona com o irmão, mas MacKenzie sempre preferiu ir de ônibus para proteger Kenny dos amigos de LaRusso.

— Eaí, chocolate? — Mack passa o braço por trás do pescoço de Kenny, enquanto caminhavam juntos até o ônibus.

— Eaí, café com leite? — Ele responde. Riram ao se chamarem pelos apelidos.

Subiram no automóvel e o sorriso de Mack desapareceu, quando seus olhos se cruzaram com os de LaRusso.

Kenny ao perceber, fitou Anthony com fúria e abraçou Kenzie de lado.

Os olhos raivosos de Anthony acompanharam o trajeto do braço de Kenny indo até a cintura de Mack, lentamente.

Eles caminhavam para o fundo do ônibus, quando LaRusso colocou o pé para Payne tropeçar.

— Opa, desculpa aí. — Riu LaRusso, junto de seus amigos.

— Qual é o seu problema, Anthony!? — Díaz se estressou.

— Fica na sua, MacKenzie. — Ele responde, sério.

— Vem, Kenny. Deixa ele pra lá. — Ela pega na mão do amigo delicadamente, e os dois se acomodam no último acento.

LaRusso ficou muito incomodado com o braço na cintura de Kenzie e as mãos entrelaçadas, mas jamais admitiria aquilo em voz alta.

Após algumas paradas, a casa de Anthony e de MacKenzie fora vista no final da rua. O ônibus nunca vai até lá, então, quando o automóvel parou, LaRusso e Díaz se despediram de seus amigos e desceram.

Não trocaram uma palavra até metade do caminho.

— Vai almoçar lá em casa, domingo? — Perguntou Anthony, enquanto caminhava.

— Vou, né. Não tenho escolha. — Murmurou, friamente.

— Dá pra parar de ser grossa comigo, pelo menos uma vez na vida!? — Disse, irritado.

— Dá pra parar de mexer com o Kenny, pelo menos uma vez na vida!? — Ela responde, no mesmo tom.

— É claro. Porquê ele é o que só importa para você, não é? — Ele solta, sem pensar.

— Não. Você tá com ciúme? — Perguntou, cruzando os braços. Um sorriso malicioso nascia em seus lábios.

LaRusso ficou sério, de repente. Aproximou-se de Kenzie até demais, o que fez a garota arregalar os olhos.

— Aprende uma coisinha, Mack. — Seu apelido soou ironicamente nos lábios dele. — Eu nunca sentiria ciúmes de uma garota como você. — Sussurrou, friamente.

Aquilo a afetou, mas obviamente, fingiu que não se importou.

— Ótimo! Até porquê, se um garoto como você sentisse ciúmes de mim, não iria ficar orgulhosa, e sim, aborrecida por ter despencado tanto no quesito: "Chamar atenção de menino bonito". — Ela não se ouviu quando disse essas palavras, mas não ficou ali para ver a reação do garoto. Apenas saiu na frente, entrando em sua casa e fechando a porta com toda a força.

Foi para seu quarto e sentou em sua cama, bufando. Passou seus olhos pelo local e não encontrou nada de interessante. De repente, começou a ouvir um som abafado de guitarra. Franziu uma sobrancelha e se aproximou de onde vinha o som. Abriu sua cortina e teve a visão de Anthony LaRusso, com seus cabelos incrivelmente bagunçados, tocando sua guitarra. Mack encarou surpresa, a forma como ele dedilhava seus dedos pelo instrumento, ele certamente dá a vida naquilo. E toca tão bem. "Como ele pode ser extremamente bom em alguma coisa?" Se perguntou, MacKenzie, admirada.

Ele está furioso, isso é bem notável. E pelo jeito, está descontando na guitarra.

Quando percebe que está sendo vigiado, ergue a cabeça e Kenzie, tomada pelo desespero, se desequilibra e cai. Ela estava com os pés apoiados na ponta da cama e as mãos na janela, então, era óbvio que iria cair alguma hora.

— Ouch! — Murmurou a garota caída no chão, com uma mão em seu joelho, e a outra na testa. Os locais onde foram atingidos.

— Devia tomar mais cuidado, Mack. — A garota rapidamente se levanta, ao ouvir a voz de Anthony. — E por quê estava me observando? Eu não era o feioso? — Ele sorri, convencido.

— Primeiro, pra você é MacKenzie. Segundo, eu não estava te observando, só abri a janela para limpar e acabei me distraindo com o som horrível que estava saindo da sua guitarra velha. E terceiro, você ainda é feioso para mim. — Disse Mack, cruzando os braços e sorrindo irônica.

— Olha como fala com a Princesa. — Disse Anthony, abraçando o instrumento da cor vermelha.

— Princesa? Você chama a guitarra de princesa? — Kenzie começa a rir, tendo que se sentar na cama, para não cair no chão outra vez.

— É claro. Mais respeito com ela. — Disse, emburrado. Mas no fundo, feliz por ter feito a garota rir. Ele nunca tinha conseguido aquilo e considerava uma tarefa impossível.

— Tá bom. — Ela diz, se recuperando de sua crise de riso.

O clima ficou estranho entre os dois. Quero dizer, eles nunca tinham passado mais de dois minutos sem se xingar, e agora Mack estava rindo de algo que Anthony disse.

— E-eu preciso voltar lá pra baixo. Vou sair com meus amigos. — Disse Anthony, posicionando a guitarra no suporte. Ele coça a nuca, aparentando estar desconcertado.

— É, eu também preciso terminar de limpar a janela, então. — Riu, sem graça. — Tchau, Anthony.

— Tchau, MacKenzie. — E o garoto sai do quarto, deixando a porta aberta.

A garota passa a tarde toda fazendo lições de casa, e escutando música. Quando a noite chega, ela vai tomar um banho, coloca seu pijama e aproveita para cochilar um pouquinho até a hora do jantar.

Mas seu celular apita assim que ela deita na cama. Com um semblante confuso, ela alcança o aparelho no criado-mudo e clica na notificação do WhatsApp.

Era uma mensagem de Kenny, mandada no grupo que ela tem com seus amigos.

Ao terminar de ler, sua feição mudou para uma enfurecida. Se ganhasse dez reais por cada vez que se estressasse, estaria feita. Anthony e seus amigos mexeram com Kenny de novo. Fingiram ser Lia para enganar Kenny, e faze-lo ir à praça da cidade, usando uma fantasia de um personagem.

— Eu estou farta das suas gracinhas, LaRusso. Farta. — MacKenzie sussurra para ela mesma.

Após conversar com Kenny e conforta-lo pelo acontecido, ela deixa o celular de lado e deita na cama novamente.