i knew you were trouble | anthony larusso!

jamais permita que seja tarde demais.

AO INVADIR a casa dos LaRusso, ela pega um copo d'água e caminha até o quarto de Anthony. Joga em sua cabeça, sem mais nem menos, o acordando.

— Bom dia! Quer ir visitar minha vó? — Perguntou, com um sorriso angelical no rosto.

O garoto a fita, indignado.

— Relaxa, isso é água, vai secar. Vem, eu já chamei o Uber. — Ela arranca o garoto da cama, que quase se debruça para alcançar suas muletas.

Não deu dois minutos e o Uber havia chegado. Adentraram o carro, que deu partida até o hospital.

— Eu nem escovei os dentes. Seria bem mais fácil uma mensagem ao invés disso tudo. — Cruzou os braços, de mal-humor.

— Duvido que você ia acordar apenas com o "plim" do WhatsApp. E outra, por um milagre dos deuses, nós dois sabemos que você não tem mau hálito de manhã. Para com essa cara, vai. — Disse, por fim, fazendo Anthony revirar os olhos e sorrir.

Ao chegarem no hospital, pagaram o moço e desceram do veículo.

Anthony percebeu a tensão de MacKenzie. A surpreendeu, entrelaçando sua mão na da mesma. Ela olhou para ele e sorriu, ele fez o mesmo.

— Você consegue. Não está sozinha nessa. — Sussurrou, dando forças à ela.

Ela apenas sorri mais ainda, e o puxa para dentro do local. O coitado sofre para tentar acompanhar a amiga, pelo fato de estar com as muletas.

— Oh, que visita maravilhosa! Olá, meus amores, como vão? — Dona Rosa disse, sentada em sua cama. Ela está com uma aparência diferente, parece mais fraca, indisposta, cansada. Ela também está pálida, e há fios de cabelo por toda a parte de seu travesseiro.

— Vamos bem, vó. E você? Se sente melhor?

— Não, meu amor. Mas logo, ficarei. Você vai ver.

— Eaí, vó. O que está fazendo de bom? — Perguntou Anthony, mudando a rota do assunto.

— Acabei de almoçar. Sopa, como sempre. — Ela riu, mas logo começou a tossir.

— Vó? — Mack a chama, preocupada.

— Estou bem, apenas com falta de ar. — Mentiu, sorrindo para a neta.

Passaram um tempo, conversando sobre qualquer coisa. Mas a Dona Rosa teve que entrar em um que todos ali evitavam, inclusive ela.

— Escuta, Mack..Eu não vou sair daqui. Você sabe bem disso, já deu minha hora. — Começou, sorrindo.

— O quê? Não, vó, vira essa boca pra lá. — Ela disse, ficando com a voz embargada e os olhos marejados.

— Para com isso, você sabe que sim. E está tudo bem, querida. Eu te prometo que ficarei bem, para onde quer que eu vá. — À esse ponto, MacKenzie já está soluçando de chorar. Anthony a abraça de lado, mostrando apoio. — Eu só quero que saiba que sua avó te ama muito, e te pede desculpas pela Carmen. Ela ficou diferente com o tempo, eu sei muito bem o que é, mas eu não posso te contar, não é assunto meu. Talvez, um dia descubra, ou talvez ela nunca te conte por medo. Mas me prometa uma coisa? Não seja uma covarde como sua mãe, e assuma o que sente. Eu sei que você o ama, eu sei que ele te ama também. — Apontou para os dois, que choravam com as sábias palavras da mais velha. — Então, não deixem ninguém apagar essa chama que existe dentro dos dois. Lutem pelo amor que sentem, não deixem que suas mães atrapalhem isso. Jamais permita que seja tarde demais, combinado? — Ela termina, séria como nunca. Os dois afirmam com a cabeça.

— Só quero que sejam felizes. — Sussurrou, deixando um sorriso crescer em seus lábios.

— Sem você aqui, vai ser difícil. — Choramingou.

— Não vai nada, MacKenzie. Você não pode parar a sua vida, por mim. Fica de luto? Fica. Mas depois, vive. Viva sua vida radicalmente e emocionalmente, sem ter medo do que vier. Não peço para que esqueça de mim, mas peço para que sua cabeça não gire em torno do que aconteceu comigo. Coloque na mente que eu estou bem, e que sempre estarei lá por você. Tá?

— Tá bom, vó. Eu te amo. — Ela correu para os braços de Rosa, que a recebeu de bom grado.

— Venha também, querido. — Ela sussurra para Anthony, que se aproxima, tímido.

A mais velha o puxa logo de uma vez para o abraço, os fazendo rir.

Passaram a tarde com Dona Rosa, contando piadas, comendo, assistindo filmes. Mas quando checaram a hora, tiveram que se apressar para irem embora, logo suas mães chegariam do serviço.

Quando o Uber parou na casa deles, ambos o pagaram e saíram do veículo.

— Se divertiu hoje? — Pergunta Kenzie.

— Muito. Adorei ver sua vó de novo. — Falou, parando em frente a porta da casa dela.

— Como você já sabe, faltei hoje na escola também. Se você não vai, qual é o sentido de ir?

— Estudar? — Riram.

— Besta. Nos vemos amanhã?

— Amanhã.

— Boa noite, Thony.

— Boa noite, Kenzie.

Deram um selinho, e ela adentrou sua casa. Ele sorriu, indo para a sua.