Vacilos de um delinquente - VIII

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Sakura Haruno

Bati algumas vezes na porta de madeira. O prédio não era alto, quatro a cinco andares, com uma estrutura simples e fofa. Flores estavam crescendo pelas paredes do prédio, e no quinto andar, uma senhora regava suas orquídeas e sorria para os beija-flores que circulavam o lugar.

- Oi, demorei muito? - O loiro questionou abrindo a porta.

- Oi Fuyu! Não, acabei de chegar. - Respondi sorrindo.

- Que bom, não quero deixar a namoradinha do Baji esperando. - Seu tom brincalhão me faz corar.

- Para com isso, nem estamos namorando. - Falo, com uma pontada de nervosismo.

Keisuke e eu não estabelecemos bem uma relação. Bem, não tocamos no assunto ainda. Nem sei se quero tocar no assunto e desestabilizar o que temos, estamos em um momento tão bem e nosso que me pego pensando pela madrugada, se vale a pena colocar essa pauta em nossas conversar no Chock’lit, que tem se tornado nosso ponto de encontro.

Era uma singela quinta feira, a qual dispensei minha aula e também a carona de Keisuke para passar um dia com Chifuyu. O Vice capitão do meu - não - namorado, tem se tornado um grandioso amigo nesse curto tempo. Durante a reunião da toman, a qual tive que me ausentar com ele, Chifuyu e eu conversamos muito sobre relacionamentos.

O loiro me contou que estava entrando em um, mas não sabia como contar aos amigos, ou se era isso mesmo que ele queria.

Kazutora era alguém um tanto quanto excêntrico. Seu jeito bruto e marrento afugentava muita gente, mas Chifuyu se manteve firme para ao menos ficar com o Hanemiya, e agora, depois de quase dois meses trocando cartas, presentes e mensagens, Chifuyu queria oficializar tudo e me pediu que o ajudasse.

Estamos caminhando pelo centro da cidade, discutindo o que seria melhor para comprar para o meio loiro, já que Kazutora não gosta de anéis e tem preferência em colares, tambem odeia coisas cafonas como arranjos de flores decorados demais e ursinhos de pelucia. As lojas na grande cidade me deixam nervosa, mas ao mesmo tempo é bom ver quanta gente se reúne em uma quinta feira comum. Keisuke já me ligou inúmeras vezes perguntando por que rejeitei sua carona, também perguntando se pode me buscar no colégio já que Chifuyu não foi.

Mal ele sabe que nos dois estamos olhando flores para o futuro namorado do loiro.

- Rosas não... - Ele fala, sinto receio em sua voz e percebo o quão nervoso ele fica para escolher um arranjo. - Não o vejo segurando um buque de rosas e ficando contente, ele odeia coisas melosas. Vejo ele segurando espinhos e sorrindo, isso sim.

Torço o nariz e fico imaginando como Kazutora é pessoalmente. Algumas fotos e vídeos me foram apresentados, esses o quais Chifuyu fazia e mostrava sempre ele como um cara marrento, mas que desmoronava com um elogio de Chifuyu ou um chamado, como “Tora”.

Kazutora era um amigo próximo dos amigos de Keisuke, mas depois de alguns desentendimentos eles se afastaram. Chifuyu era interessado no Hanemiya, e mesmo depois disso insistiu em se aproximar e acabou se jogando em uma teia de amores e uma paixão abundante cresceu entre os dois garotos.

- O que acha de cravos? - Sugeri pegando um em meus dedos. Um cravo rosado e delicado, mas ao seu lado um cravo avermelhado como sangue se destacava. - Dizem que cravo significa amor e afeição. Acho que ele combina com cravos.

Chifuyu sorriu animado e concordou, fazendo o pedido para a moça que prontamente agendou a entrega do buque.

Observei a floricultura um pouco. O cheiro doce, a mistura das cores, a simplicidade de cada detalhe era encantador. As flores iluminavam o local a sua maneira, e conforme eu tocava em alguns arranjos, me imaginava ganhando um.

Meu maldito vizinho; Keisuke Baji (crossover)Onde histórias criam vida. Descubra agora