Atrocidades - VII

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Manjiro Sano

Me sinto um tolo.

Um completo idiota, que no fundo, sabia seu lugar, só não queria admitir.

Olhando para o topo da montanha russa, na cabine mais alta e em meio aquela multidão, perdido em sentimentos confuso, minha mente viaja aquele dia.

Emma entrou como um furacão em casa, gritando aos quatro ventos que havia feito novas amiga.

Isso a um ano atras, ou mais. Ela disse que, a maioria morava em um bairro nobre e estudava em uma escola de riquinhos, mas que eram pessoas maravilhosas e gentis. Eu e Izana fomos obrigados a escutar horas dela falando sobre as novas amigas. Então, ela mostrou uma foto que havia tirado naquela tarde com seu novo grupo de amigas.

Uma loira sorria ao seu lado. Ela era alta e tinha um sorriso grande no rosto. Outra com o cabelo avermelhado tinha um sorriso calmo, e carregava uma mochila cinza. Nos braços de Emma, uma outra garota me chamou a atenção.

Emma disse que seu nome era Sakura. Seus cabelos eram rosados, em tom de pétalas de cerejeira, os olhos verdes e puros, e sorriso gentil.

Eu perguntei, tentando não transparecer meu interesse, quem era aquela garota, e quando poderíamos conhecer suas amigas. Emma disse que, talvez algum dia possamos conhecê-las. Mas eu fiquei encantado.

Dias se passaram, e Emma todos os dias contava novidades de suas amigas. Eu era o irmão que mais a ouvia, pois ela sempre falava de Sakura. Algum tempo depois, Emma e Kenchin começaram a namorar, o que me deixou ainda mais feliz. Quando saiam em encontros, Emma me contava inúmeras histórias de Sakura, que sempre esteve presente em seus encontros com Draken.

Kenchin também começou a me contar sobre ela. Ele disse que, a considerava uma verdadeira amiga, e que ela era uma boa pessoa. A cada dia, eu me apaixonava mais.

Então, um dia nos vemos, de longe. Draken foi até ela, dizer olá, enquanto eu fiquei ao longe, com vergonha. Pois não queria me aproximar tanto e assustá-la.

Mas então, a oportunidade surgiu. Ir ao novo restaurante, com as amigas de Emma, seria a desculpa perfeita para me aproximar da rosada, a qual me vi apaixonado.

Mas então, aquilo aconteceu.

Ele chegou como se já conhecessem. Como se tivesse tido algo antes de mim. Se Baji tivesse a conhecido antes daquele dia, ele teria contado.

Mas então, eu me lembrei, que no mesmo dia, ele havia dito que, viu sua vizinha, e se apaixonou por ela. E eu entendi tudo.

A vizinha era Sakura. Mesmo que ele não tivesse me admitido, eu sabia.

Baji era um dos meus melhores amigos, eu o conhecia melhor do que ninguém.

Passei aquela noite em desconforto. Eu havia escutado sobre ela primeiro, eu havia a amado primeiro, eu havia a encontrado primeiro! Porque Baji era quem estava com ela nos braços? Porque era Baji que estava sentado ao seu lado?

Porque era Baji era quem a levara para minha casa aquela manhã?

Me senti não só traído, mas impotente.

Sakura soltou de minha moa correu entre as pessoas e o encontrou. Meu melhor amigo, estava com a mulher por quem me apaixonei e eu não poderia fazer nada.

Ver eles subindo na roda gigante, me trouxe desespero. Ali eu sabia. Eu sabia que não poderia fazer nada.

O certo a se fazer é observar calado o desfecho desta história. Mas não condiz com minha a personalidade.

Caminhei entre a multidão, voltando para minha moto, de cabeça baixa. O caminho até minha casa, foi calmo. A brisa em meu rosto e rua vazia e escura, combinava com minha mente naquela noite.

Meu maldito vizinho; Keisuke Baji (crossover)Onde histórias criam vida. Descubra agora