Surrender.

capítulo oito.

Os alunos desciam aos montes do trem, empolgados e eufóricos, pedi calma algumas vezes, totalmente em vão, é claro.

O último vagão se esvaziou, rapidamente se juntando aos outros alunos.
Estávamos em frente ao grande, ou melhor, Imenso local de exposição, a fachada do lugar era extremamente atrativa, tinha no mínimo onze metros de altura, os portões eram ilustrados com cores chamativas e inebriantes, julgo que a pintura fazia menção a logo responsável pela captura e soltura das criaturas.

Eu estava tão ansiosa quanto todos os alunos, então antes de pedir calma a eles, teria que pedir a mim mesma.
Respirei fundo, e me virei para a grande turma. Pedi por alguns minutos de silêncio, no melhor tom possível, frente a minha própria empolgação, e em seguida eu expliquei, que assim como na sala de aula, quando exponho algumas criaturas, aqui não seria diferente em questão do tratamento, pedi que fossem atenciosos e cuidadosos para não deixar a criatura agitada, mais específicamente para não tentarem atiçá-la.

Todos pareceram ter compreendido, então comecei a guiar os alunos para a entrada, junto aos outros professores.

Logo na entrada, tinham dois seguranças, estavam com a mão instintivamente nas varinhas, como qualquer outro bruxo responsável pela segurança de algo.
Eu me aproximei e entreguei um papel, que era uma autorização direta para a nossa entrada.
Presente do meu professor da universidade, que inclusive ficou feliz em saber que eu estava seguindo os passos dele e me saindo bem na profissão.
O guarda baixinho olhou para a turma curiosamente, e depois olhou de volta para o papel por alguns segundos, antes de abrir passagem.

[...]

Se a parte de fora já parecia tão atrativa, imagine a parte de dentro.

Tinham vários pequenos habitats com as mais diversas criaturas.
Todas estavam ali temporariamente, em algum momento seriam devolvidas ao seu habitat natural. Bem acima de nossas cabeças, tinha pendurado ao teto um imenso fóssil de dragão, era tão grande que provocava uma pequena megalofobia.

Havia um homem vestido de branco dos pés a cabeça acompanhando a turma, ele estava dando informações sobre todas as criaturas pelas quais nós passávamos e citando curiosidades sobre cada uma delas, mesmo eu já conhecendo bem todas as criaturas eu fiquei feito uma criança ouvindo ele falar, o brilho de felicidade e empolgação no meu olhar era claramente perceptível.

Alguns alunos pararam diante de um grande aquário, ele estava lotado de água e repleto de musgo nos cantos.
Havia uma criatura deitado no fundo do aquário, eu parei para observa-la juntamente com a turma, enquanto o homem de branco, que eu descobri que se chamava Simon, disparava curiosidades sobre ela. Inclusive o fato daquele espécime em específico ser cego por complicações no parto, mas já estavam encontrando uma solução.

- Olhe só Potter, seu parente está se afogando, que emocionante, tem os mesmos bracinhos esqueléticos que você, é até cego igual.

Um grupo de garotos da sonserina estavam rindo de uma forma nada discreta das palavras de  Draco Malfoy, Harry Potter por outro lado apenas ignorou o comentário, eles pareciam se provocar constantemente.

Minerva e Sprout estavam um pouco ao fundo acompanhado os alunos, e tentando ouvir o que Simon falava, eu estava na frente como uma esfomeada para poder ver tudo.
E então, reparei a presença de Severo, na lateral do aquário, Ele estava com as mãos no bolso encarando a criatura, sua expressão era de pura curiosidade, ele parecia intrigado com as escamas dela, a visão dele apertando os olhos para tentar entender a aparência da criatura me fez sorrir.

[...]

Passamos por diversas criaturas, a maioria delas Simon apresentou, e algumas outras eu citei, eu contava com empolgação todos os detalhes e curiosidades sobre as criaturas, até que, finalmente, chegamos à criatura mais almejada.