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                                                                        liv's

Falar com o Matt sobre tudo foi... Foi incrivelmente bom. Dividir isso com alguém foi mais do que libertador. Eu nunca havia contado isso para ninguém, nem mesmo pra psicóloga maluca que eu fui obrigada a ir por uns três meses depois do acidente. 

Espero que ele saiba disso, que eu nunca disse aquilo para ninguém e que ele perceba o quanto ele é especial e importante para mim. Ninguém nunca tinha perguntado sobre, só Matt. E eu me senti segura em dividir aquilo com ele. 

Sei que o garoto fez o máximo que pode para me entender, assim como eu faço com o mesmo também.

Dês dos treze anos, Matt havia crises de ansiedade e nem sempre ele ficava bem. Mas sempre que eu podia, tentava ajuda-lo. Nick e Chris faziam o melhor deles para ajudar o irmão e eu também. 

As vezes, ele não queria falar com ninguém, ou não ir a escola. Eu entendia, queria tentar entender pelo menos. 

Acabamos de pousar, voltamos para Los Angeles. E eu não estou nem um pouco animada para ver meu pai de novo. 

Aqueles garotos são como o meu porto seguro. Quando estou com eles, os problemas simplesmente desaparecem, ou parecem desaparecer.

Como a cicatriz. Ontem, quando fui entrar no no mar com Matt, eu quis tirar a camiseta, me senti segura. Mas mesmo que por cima dela estivesse metade de um frasquinho de corretivo que Madi me deu, que eu apliquei e rezei muito para que não saísse quando estivéssemos na água. Por sorte, ele devia ser aprova da água.

Não sei, eu realmente tive vontade, me senti pronta para tirar a camiseta, como se não houvesse meio frasco de maquiagem por cima da cicatriz. Pensei que talvez Matt entenderia, não ficaria assustado nem nada. 

Mesmo depois de quatro anos, ela ainda não está totalmente clara. Lembro de me recusar a passar a pomada para clarear que a médica prescreveu na época, estava com coisa demais na cabeça e não dei atenção. Mas agora eu me arrependo, porque ela poderia estar bem menos escura, quase imperceptível talvez.

Nesse exato momento, Matt está estacionando o carro na frente da minha casa. Já tínhamos deixado Madi antes, a casa dela fica no caminho pra cá. Os garotos descem e vem se despedir, um de cada vez. 

Abraço forte Nick, que me segura e me gira. Chris me abraça tão apertado que eu praticamente fico sem ar, mas é o jeitinho dele de demonstrar amor, então eu entendo.

Matt é o último, abre os braços e me abraça, colando nossos corpos. Tento não fazer besteira, mas o garoto interrompe meus pensamentos e diz, baixinho:

- Se acontecer alguma coisa ou quiser conversar, me liga. Eu venho te buscar o mais rápido que puder. 

Me solto do abraço e digo um obrigada, sem sair som, só mexendo os lábios. Dou um sorriso para os garotos e entro em casa. 

Passo direto pela cozinha, torcendo para que meu pai esteja fora de novo. Mas eu ouço sua voz me chamando e sou obrigada a voltar.

- Olha quem voltou, Olive! Já passou por essa sua cabeça que sumir por praticamente três dias e não me avisar onde está indo é maluquice? Você estava com aqueles garotos, de novo? Eu já não te disse que não vou com a cara deles, muito menos que você fique com eles.

- Oi pra você também, pai. Sim, já passou pela minha cabeça que sumir sem avisar seria idiotice. E sim, eu estava com os garotos de novo. Por sinal, eles tem nome e eu sei que você sabe muito bem disso. Aliás, eu avisei sim o senhor, mais de uma vez. 

Our Stars | Matt SturnioloOnde histórias criam vida. Descubra agora