Fontaine - Meu Amor de Verão [NOVA TEMPORADA]

🐾. Responsabilidades

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[21/06 - 19:24 .Marinette]: Oii?

Faziam alguns bons minutos que eu olhava para aquela mensagem, já tinham 9 meses. Me perguntei o que Marinette poderia estar fazendo naquele exato momento em que eu olhava o chat dela mais uma vez. Será que ela já tinha encontrado alguém? Será que ela ainda lembrava de mim ou tinha se esquecido?

Enquanto eu me perguntava sobre ela, meu pai entrou bruscamente no quarto sem nem bater na porta, como fazia de costume, para ver se me pegava no flagra conversando com alguém que ele não tinha conhecimento ou algo parecido. Meu pai era bem controlador e eu devia viver sempre nas rédeas para não "causar problemas para a imagem dele." Assim que o vi, desliguei meu celular e o joguei de lado, tentando o esconder.

— Está pensando em besteiras de novo, Adrien? — ele disse ríspido.

— Não, pai. — respondi com medo de ele pegar meu celular.

— Ótimo. — ele respirou fundo e olhou para a janela.

— É. — eu disse.

— Bem, eu só vim avisar que teremos uma reunião com a Madame Audrey Bourgeois. Suas colegas Chloé e Zoé estarão lá e ao final da reunião, com educação e elegância, vocês poderão sair. — ele disse frisando que eu deveria ser educado.

— Ok, pai. Obrigado por avisar. — eu disse indiferente.

Ele saiu do quarto sem expressão alguma e eu esperei um tempo até pegar no telefone de novo, assim que percebi que ele não voltaria para o quarto, eu peguei no celular. Liguei a tela e lá estava o chat de Marinette de novo, fazendo com que eu suspirasse involuntariamente. Abri a foto de perfil dela e dei zoom, olhando para os detalhes dela. Já tinham se passado 3 anos e ela não tinha mudado nada, só ficado mais linda ainda e eu não podia vê-la de perto. Era engraçado, mas mesmo depois de tanto tempo, eu já tinha me acostumado a sentir o calor de Marinette e perder isso por 3 anos me arrasava de uma forma que não era possível explicar. Me lembrei do meu primeiro beijo com ela no Festival das Luzes e meu coração saltou do meu peito. Sacudi a cabeça em negação e tentei afastar aquelas lembranças da minha mente. Era só um amor de verão que já tinha chegado ao fim. Só isso.

O fato é que no período de 3 anos, a minha vida tinha mudado completamente e eu tinha novas responsabilidades aos meus 18 anos, que eu nem imaginava aos 15. Agora além de ser modelo, eu também ajudo meu pai com o design das roupas e tenho me focado cada vez mais na vida privada, pois meu pai quer que eu seja influencer, assim como Chloé, mesmo que eu não goste de me expor tanto assim. Isso foi uma das coisas que me impediu nesses 3 anos de poder viajar até Shanghai e conseguir ver Marinette, eu alcancei o auge da minha carreira. Eu me senti muito frustrado nesse meio tempo, mesmo que talvez não devesse e agora estou tentando melhorar dessa coisa toda.

Durante esses dois anos, eu não cheguei a conversar sobre isso com ninguém, mas algo que também me desanimou um pouco das coisas, foi descobrir que meu avô está muito doente e não houve sinal de melhora. A mamãe conversou comigo durante esse tempo e disse que ele está muito mal, ela tentou me tranquilizar por algum tempo. Só que recentemente, o vovô tem piorado e a mamãe disse que não há mais chance de melhora, ela me pediu pra ter forças enquanto não posso viajar até lá, pois meu pai ainda me proíbe. Ela explicou que ele está em fase terminal e nós fizemos algumas chamadas de vídeo para que ele pudesse me ver, porque não sabemos quando ele vai partir. Mas me parte o coração ver meu avô naquele estado, imóvel, sem conseguir falar muito e nem se mexer. Eu tentei ser forte em todas as vezes, mas parece que meu coração se vai um pouco, a cada vez que vejo ele dessa forma. Eu queria estar lá e abraçá-lo por algumas últimas vezes, mas tenho medo que não dê tempo. Sei que ele está sofrendo e se segurando pra não ir e eu só queria poder tirar todo aquele sofrimento dele, para ver meu velho bem.

Uma das outras coisas que aconteceram no último ano, foi o fato de eu ter engatado um namoro com Kagami. O papai disse que seria bom para os negócios Agreste se eu me juntasse com alguma família relevante e incentivou que eu ficasse com Kagami. Pra ser sincero, não me sinto tão apaixonado por ela, mas é mais fácil porque tenho ela como confidente, amiga e companheira. Só que de uns tempos pra cá, Kagami se mostrou mais amarga e mais séria, mesmo que eu tente fazer de tudo para não magoá-la, acho que ainda assim magoo, pois ela deve imaginar que ainda tenho uma paixão secreta pelo meu amor de verão que é a Marinette, mesmo que eu tente suprimir isso com todas as minhas forças, pois sei que não é justo com as duas. E foi por isso que eu me afastei de Marinette, mas também não queria magoá-la dizendo que eu estou com outra pessoa. Ainda assim, tenho a sensação de que fiz tudo errado e magoei todo mundo.

A realidade é que eu ando meio desanimado de tudo, mas acho que isso é normal aos 18 anos de idade, porque não somos mais tão novos e acabamos por enxergar a realidade de forma mais clara. Por sorte, eu ainda tenho pessoas incríveis como Zoé e Nino que estão sempre ao meu lado, no caso do Nino, é à distância, mas mesmo assim não me deixam cair. Após pensar bastante sobre esse turbilhão de coisas acontecendo, resolvi me arrumar para a reunião que teríamos, provavelmente na sala que nós tínhamos na mansão somente para isso.

Havia se passado algum tempo depois da reunião que por sinal foi super chata. Papai e a Madame Bourgeois pediram um tempo sozinhos dispensando eu, Chloé e Zoé. Chloé estava com pressa de ver o capítulo de sua novela favorita e foi embora. Zoé me chamou para tomar sorvete e nós dois concordamos em usar disfarces para que fosse um rolê mais tranquilo, afinal já estava de noite e seria mais difícil de nos reconhecer. Durante a noite, não aconteceu nada de especial, nós só tomamos os nossos sorvetes, zoamos um pouco como de costume e por fim, seguimos caminho aproveitando a brisa suave de Paris que soprava em nossos rostos. Mas algo me chamou atenção.

Vi um par de marias-chiquinhas em um cabelo azulado e uma mecha especial que eu já conhecia de longe entrando em um hotel.

— Ei, tudo bem? — Zoé colocou a mão no meu ombro, me puxando de volta para a realidade.

— Ah, sim, tudo! — eu sorri e sacudi minha cabeça, nos encaminhando pra bem longe dali.

Será que minha mente estava pregando peças em mim? Afinal, não tinha possibilidade de "ela" estar em Paris. Talvez eu estivesse pensando demais nela. Era só isso. 

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