• Surpresa •

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- Quatro da manhã.

Quatro da manhã.

Eu acordei, mais uma vez com a vontade de fazer xixi. Eu havia me esquecido como grávidas vão ao banheiro por qualquer gole de água que tomam. Voltei ao quarto e me deitei de novo, entretanto, senti o desconforto em minha barriga me tirar um suspiro de dor, o qual preferi ignorar. Muito tarde para começar a ter questionamentos filha, sobre como você está aí dentro.

Ah, Antonio.. Me peguei pensando em você. Em como adorava pousar sua mão sobre meu corpo, acariciando a minha barriga, dizendo que podia sentir com clareza a nossa pequena. Comecei a conversar com nosso bebê, falar sobre como você é, contar detalhes do seu rosto. Sabe, da forma como seu maxilar fica saltado quando algo não lhe agrada, ou como milagrosamente, seu nariz não fica assim tão torto quando você está conosco, em casa. Ela se mexia, me deu pequenos chutes, parecia sentir tantas saudades suas quanto eu.

Novamente, senti a barriga apertar em resposta, às lágrimas que insistiam em escorrer por meus olhos. Este foi meu último pensamento, antes de cair no sono. Onde está Antonio?

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