• Qual a verdade? •

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- Primeiro, Senhor Espertão! Você também tem uma marca na mão de anel. Era sua aliança? Se sim, onde está sua esposa? Aposto que cuidando da vida dela! Segundo, quem você suspeita que seja, para questionar o que faço ou não, da minha vida e com meus filhos? E além disso...

Ao fundo, Amanda viu Yan e Ruan olhando os dois, e por alguns segundos recobrou toda a sua aspereza. De uma forma ou outra, para os dois, seriam os pais brigando, não a mãe e um desconhecido qualquer. Respirou fundo, fechando as mãos em punho e balançou a cabeça, dando alguns passos em direção a Antonio. Ao chegar perto do rosto do homem, que arqueava a sobrancelha vendo a figura baixa e fraca se colocando tão imponente a sua frente, abriu o riso olhando em seu rosto.

- Além disso, você deveria saber muito bem onde, "ele" está. 

Passou pelo homem, esbarrando seu ombro ao lado dele, fazendo Antonio dar um passo atrás e para o lado, abrindo espaço para ela. Pensou em várias respostas, para colocá-la em seu devido lugar, porém, como reagir a aquele cheiro. Lavanda e erva doce. Dezenove, vinte e seis, trinta e dois.

- Dezenove.

Amanda parou ao ouvir o número.

- Vinte e seis.

Amanda se virou para Antonio.

- Trinta e dois, Antonio.

- Eu a conheço, não é mesmo?

- Conhece.

- Eu te vi. Sonhei na verdade com você, e senti você. Porém... Eu não sei quem é você. Olha. Me desculpe se te assustei, se eu fui grosseiro ou rude. Eu gostaria muito de saber quem é você, e eu sinto que todos sabem bem, menos eu.

- Antonio... Eu não posso forçar você a lembrar. Eu posso te contar, quem sou e assim podemos conversar. Mas eu não posso te forçar.

- Então me conta, por favor. Eu sei que esconderam algo de mim, minha mãe, meus amigos, meu irmão. Esconderam você?

- Olha... Está tarde. Podemos nos encontrar amanhã?

- Claro. Mas... Seu nome?

- Amanda.

- Obrigado. Amanda, eu venho amanhã. Café?

- Sim, por favor. Quanto mais cedo, antes conversamos. Até amanhã.

- Até.

Amanda não deu seguimento a conversa. Entender que ele não se lembrava dela e das crianças, era uma coisa. Ver que ele não era mais o homem com quem ela viveu por anos, era algo completamente diferente. Tudo bem, ela não esperava que Antonio fosse um anjo, mas não queria também reviver o passado de quando se conheceram. Ela não queria que ele a procurasse, não queria ser encontrada e menos ainda dividir sua vida e seus medos com ele. E mesmo assim, ele invadiu o espaço dela, a procurou, insistiu até a verdade e por mais que a julgasse, a amou. Mas ver de novo, a versão que a feriu, deixou Amanda com receio de ser demais toda esta situação.

Ao voltar para o quarto na pousada, deixando o homem atrás dela ir em seu carro, Amanda deu de encontro com Larissa e Fred, sentados com os celulares na mão e o semblante preocupado.

- O que foi?

- Amandinha... Acho que você precisa ver isto.

"Antonio "Cara de Sapato" está em ilha paradisíaca. Fontes afirmam que ele não quer contato com a família."

- Inferno de jornalista! De onde ele tirou essa informação?!

- Ele não diz a fonte, Mands. Só diz na matéria do site, que moradores informaram isto. – Fred coçou a nuca – Mas já está em diversos sites, onde a fonte é o mesmo jornalista.

- Ok. Não era algo que eu queria lidar agora, mas se aconteceu, que seja. Larissa, liga pra Bel. Pergunta se ela pode vir aqui. Eu pago as passagens. Ela é a única que eu aceito conversar.

- Eu ligo Amandinha. Mas você está bem? Está pronta?

- Não. Mas pelo jeito se eu não falar algo, vai ser pior. Vou avisar a Wilma.

Em menos de 24 horas, a jornalista chegou à ilha acompanhada de sua equipe. Bonvien sempre impressiona ao primeiro olhar, pela beleza do lugar quase intocado pelo homem. Poderiam facilmente passar as férias por lá.

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