Capítulo 2 - Hyun Bed

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Hyunjin tentava improvisar sua cama e travesseiro com as almofadas do sofá e uma colcha com a jaqueta jeans que possuía. Ele não levou cobertores, não esperava precisar estando hospedado em um grande resort.

Apesar do verão, à medida que a noite caiu e trouxe consigo uma chuva intensa, a temperatura baixou a ponto de sua pele se manter constantemente arrepiada.

— O que está fazendo? — Felix veio da cozinha depois de terminar de jantar e guardar as sobras na geladeira. A papinha de Honghab foi armazenada como marmita.

Enquanto o mais novo se banhava, Hyunjin aproveitou para lavar a louça e a guardar devidamente em seu local de origem — ou onde ele achava ser —, portanto tudo estava limpo e organizado. Ele escovou os dentes quando o banheiro foi liberado, e aproveitou o tempo sozinho para refletir e encontrar um ponto de razão naquela situação inusitada.

"Uma trégua parece bom. Nós passamos por muita coisa hoje e é importante que trabalhemos juntos para sobreviver. Vamos colocar qualquer diferença de lado por enquanto e focar em cuidar de nós mesmos e do bebê."

— Me preparando para dormir.

Os pingos de chuva contra o telhado pareciam o som de fundo perfeito para cair em sono profundo.

— Dormir? Isso está mesmo acontecendo? Teremos mesmo que passar essa noite aqui? — Yongbok suspirou audivelmente.

— Parece que sim. Seja lá o que estiver acontecendo, ainda não acabou — o mais alto abraçou uma almofada.

Felix enfiou as mãos nos bolsos e se apoiou na parede de madeira. Ouvindo as gotas de chuva batendo contra a janela, sob a meia luz do abajur amarelo da sala, ele se conformou.

— É... — suspirou. — Mas não é tão ruim, certo? Aquele chuveiro realmente limpa e renova os ânimos — sorriu, tentando se manter positivo.

— Ele é incrível — Hyunjin concordou. — E essa tempestade, apesar de não estar branda, também não está sendo violenta ou assustadora. Acho que teremos uma noite de sono tranquila.

— Eu nem posso acreditar que terminamos assim — o mais baixo jogou a cabeça para trás, encarando o teto. — Não consigo parar de pensar: se eu tivesse feito as coisas de uma forma diferente... — voltou sua atenção para a tela brilhante de seu celular, que tirou dos bolsos e desbloqueou. O ícone de rede ainda estava sem nenhum sinal.

Hyunjin dobrou os joelhos, apoiando os pés calçados com meias no estofado do sofá, e abraçou as próprias pernas.

— É definitivamente uma situação complicada. Sem sinal de telefone é difícil ligarmos para o resgate ou entrarmos em contato com alguém fora daqui. Se esse realmente não é o lugar certo, teremos que encontrar a nossa própria maneira de voltar.

— Se ao menos eu tivesse tentado falar com o condutor da lancha antes de viajarmos... Eu não teria embarcado, teria encontrado a nossa assistente e-

— De que adianta pensar no que poderíamos ter feito? O que passou, passou, precisamos olhar para frente agora. É noite, está chovendo, não temos como entrar em contato com ninguém, não sabemos onde estamos e nem como voltar. Portanto, não há nada que possamos fazer além de dormir e esperar. Pela manhã com a luz do sol podemos explorar melhor essa ilha, caso já não tenhamos sido resgatados.

— A teoria sobre estarmos em uma pegadinha ou programa de TV foi por água abaixo?

— Parece improvável e sem sentido, e levando em consideração o fato de não haverem câmeras, também é inviável. Mas ainda assim, é a única razão que eu consigo aceitar para haver um bebê aqui sozinho desse jeito.

Stray Dads | HyunLixOnde histórias criam vida. Descubra agora