Capítulo 5 - West coast

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Hyunjin ninava Honghab em seus braços, tentando fazê-lo adormecer outra vez, mas era como se ele soubesse que havia sido deixado. Ele não aceitava leite, não precisava de uma troca de fralda, algo o assustou e não podia ter sido apenas o tom de voz mais alto que o homem usou.

Até as ondas do mar soavam desconfortavelmente moribundas, o vento formou dunas na areia e depois se foi, deixando o ar insuportavelmente parado. A maresia tinha um gosto salgado no paladar do Hwang, ou seria esse o sabor de seu próprio desespero?

— Shh, shh, shh... Não chore, Hongie, eu estou aqui.

O bebê afundou o rosto em seu peito, aos prantos.

— Você não precisa se preocupar, eu não vou deixá-lo sozinho. Não vamos deixar você desamparado. O tio Yongbokie está voltando, ele vai falar com a sua mamãe e acalmá-la. Você vai ficar bem. Vocês vão ficar bem. Nós ficaremos todos bem.

Ele queria acreditar nas próprias palavras. Felix disse que ele conseguia demonstrar segurança no que dizia mesmo que não soubesse o que estava fazendo, ele gostaria de ver funcionando e aquela era uma ótima oportunidade.

Caminhava com o garotinho por toda a extensão do piso de madeira incessantemente, da cozinha para a sala de estar e vice-versa até se cansar de memorizar cada detalhe dos poucos móveis e decorações que ali haviam. Cantarolava algumas melodias infantis que ouviu de seus pais quando criança e o sacudia em seus braços até que os músculos começassem a reclamar do cansaço.

— Eu entendo que esteja com medo, eu também estou, mas nós vamos dar um jeito juntos. Eu prometo — Hyunjin cheirou os cabelinhos do menino e depositou um selar ali, e aquilo imediatamente o acalmou.

Como se fosse mágica. Como um truque de paternidade.

— Isso... funcionou?!

Ele engoliu em seco e respirou fundo. O sol já começava a se esconder entre as nuvens, o moreno se perguntava se naquela ilha anoitecia mais cedo ou se o tempo tinha corrido tão rápido.

Quando Felix saiu os raios queimavam vibrantemente os céus, a nativa não poderia ter ido muito longe, por que ele estava demorando tanto? O Hwang estava começando a se desesperar.

Ele tentou se distrair focando apenas no bebê que precisava dos seus cuidados, checou sua fralda várias vezes, preparou com cautela uma nova garrafa de fórmula que com certeza levou bons minutos, tentou alimentá-lo — sem muito sucesso — e o embalou em seus braços para fazê-lo adormecer. Não foi muito efetivo, talvez Honghab também estivesse aflito.

Ficar perdido em uma ilha nunca foi tão assustador!

Ele se deu conta de que só manteve a compostura porque tinha Felix ao seu lado. Mas naquele momento, tão solitário com o pequeno Hongie, ele se afogava em um mar de preocupações.

E se a nativa tivesse atacado o rapaz? E se alguém o tivesse raptado? E se ele tivesse se perdido? E se ele tivesse sofrido algum acidente e ficado inconsciente, por isso não conseguia voltar?

E se... Felix tivesse sido resgatado e ele ficasse para trás?

E se Hyunjin fosse esquecido e abandonado pelos outros? A mera possibilidade gelava suas mãos e apertava os seus pulmões, de forma que o ar não pudesse entrar.

Os olhos vermelhos do Hwang transbordaram, por mais que ele lutasse com tudo o que tinha para afastar os pensamentos estúpidos e não desabar. Ele soluçava como uma criança abraçado a Honghab, que em silêncio só agarrava com firmeza o tecido de sua camiseta em suas mãozinhas.

Ele não fazia ideia de quem era aquele bebê, mas o senso de responsabilidade que surgiu assim que o encontrou desamparado e sozinho o fazia pensar que tinham uma relação muito estreita e próxima. Naquele momento, Hongie era tudo o que ele tinha e ele era tudo o que restava para o garotinho. Ele não se importava de mostrar sua vulnerabilidade e buscar nele o acalento que tentava também o propiciar.

Stray Dads | HyunLixOnde histórias criam vida. Descubra agora