Darius

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Agatha estava fazendo de tudo para que eu não percebesse as ligações de Gabriel e a audácia dele de ficar enviando presentes. Ela precisava parar ele ou teria que me tirar da cadeia, eu ainda nem tinha superado o resultado do teste de DNA e não ia conseguir lidar com esse moleque idiota. Soltei um suspiro e bati com o punho sobre a mesa.

-A pirralha já te deixou? -Letícia entrou na sala.

-Ela não é uma pirralha e não vai me deixar.

-Não se iluda Darius, você sabia que tem um garoto louco por ela?- ela se sentou na cadeira em frente a minha. -Ele já veio aqui várias vezes, mas Yasmim o mandou embora.

-Sim, eu sei disso.

-E ainda tem tanta confiança assim?

-Por que não teria? -eu ri. -Se ela quisesse estar com ele, não tinha casado comigo.

-Isso não quer dizer muita coisa.

-Letícia cuide do seu trabalho e deixe a minha vida.

-E o exame de DNA? Já fez o outro?

-Você parece interessada demais nisso. -olhei sério.

-Se largar Agatha, vou dar um jeito de Marine voltar para sua vida sem percalço algum.

-Eu não preciso da sua ajuda para Marine voltar, eu posso fazer isso sozinho. -estreitei os olhos. -Não mecha comigo Letícia, existe um lado em mim que você não conhece e se eu tiver que mostrar ele, isso não vai fazer bem para nenhum de nós.

-Isso é uma ameaça?

-Não, é um aviso.- sorri gentil.

Ela jogou a pasta que estava nas mãos e saiu. Agora até Letícia me provocaria sobre isso? Passei a mão pelo rosto e resolvo ligar para Agatha.

-Alô?

-Bom dia Gataki.

-Bom dia.

-Está tudo bem?

-Sim, sim.

-Sua voz está sonolenta, -falei preocupado. -tenho certeza que isso não é culpa minha.

-Eu só estou me sentindo um pouco cansada. -ela comentou.

-Devia ir ao médico, pode ser falta de alguma vitamina.

-Não se preocupe, já estou marcando os exames do meu check-up. -ela riu.

-Estou pensando em irmos naquele restaurante japonês que você gostou.

-Vamos, te encontro lá, pode ser?

-Sim, querida.

-Até mais tarde.

-Até.

Desliguei o telefone e voltei para as minhas atividades. Durante o dia pensei no pedido de Agatha sobre ir no psicólogo e acho que ela tem razão, mesmo que o segundo resultado do teste seja diferente, tudo isso mecheu demais com o meu psicológico.

Finalmente chegou o fim do expediente e eu fui para o restaurante, comecei a olhar para o relógio impaciente depois de quinze minutos. Agatha não se atrasava, quando peguei o celular para ligar, ela finalmente apareceu.

-Boa noite. -ela disse com um sorriso sem graça. -O trânsito estava um tanto ruim.

-Tem certeza que foi só o trânsito?

-Sim, foi só o trânsito. -ela afirmou. -Como foi o seu dia?

-Foi bom e o seu?

-Passei a tarde marcando os meus exames, foi bem chato. -ela riu. -Eu estranhamente quis que você estivesse em casa o dia todo e quando meu celular tocou e vi seu número, fiquei muito feliz.

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