Petals

99 10 22
                                    


Tear the petals off of you

And make you tell the truth

— Petals, Hole

***

Nova Iorque, 02 de setembro de 1990.

O glamour jamais poderia ser dado como um elemento subjetivo daquela festa.

Na efervescente Nova Iorque, o som eletrizante estourava pela atmosfera vibrante do ambiente. Com sua energia magnética, era impossível Nico passar despercebido enquanto adentrava a festa. Sua presença exalava mistério e fascínio. Seus cabelos selvagens e rebeldes, cuidadosamente desalinhados, dançavam ao ritmo do seu passo confiante. Vestindo uma jaqueta de couro justa e jeans rasgado, ele personificava a atitude e o espírito rebelde do rock 'n' roll.

Rachel Elizabeth Dare estava debaixo de seus braços com um cigarro na mão. Sua groupie favorita estava de volta à cena. Seus olhos verdes estavam cintilantes e Nico quase que não os conseguia ver por debaixo da franja ruiva da mulher.

Eles se moviam em perfeita sintonia, uma dança de cumplicidade e atração mútua que não passava despercebida. O astro do rock, com seu estilo marcante e atitude desafiadora, guiava a groupie pelos corredores repletos de convidados, atraindo olhares de admiração e inveja.

Enquanto adentravam a festa, os flashes dos fotógrafos pareciam se multiplicar, capturando a imagem do casal em momentos de intimidade e empolgação. A groupie, envolta em mistério, sabia exatamente como se movimentar ao lado de Nico, complementando sua presença icônica com um magnetismo próprio.

— Nico! — o trajeto foi interrompido quando uma face tão conhecida o chamou.

— Ramírez! — Nico soltou a mão de Rachel para abraçá-la.

Reyna, a anfitriã e sua melhor amiga, o abraça de volta, rodeada de charme e austeridade. Seus cabelos negros caíiam em cascata sobre os ombros, enquadrando com sua atitude confiante e combinando com um traje que mesclava elegância e rebeldia.

— Achei que não viria! — exclamou.

— Não é todo dia que se faz vinte e três, não é mesmo? — retrucou.

Revirando os olhos para a pequena provocação, ela se virou para Rachel, que havia voltado para os braços de Nico:

— Rachel, um pecado como sempre, não?

A garota ruiva sorriu e tragou seu cigarro.

— Bom te ver também, Reyna.

— Sempre um prazer — piscou. — Bem, aproveitem a festa, mas não preciso dizer isso para vocês.

E em um borrão, ela desapareceu no salão da mansão.

O local era conhecido por abrigar as maiores festas e eventos da cidade, um verdadeiro símbolo do glamour e da vida noturna. Nico recordou-se daquela primeira vez em que pisou na mansão, acompanhado por Jason. Naquela ocasião, ele havia contemplado a mistura perfeita entre o espírito do rock e o brilho de Nova Iorque.

No agitado open bar da festa, os habilidosos barmen preparavam coquetéis extravagantes e exóticos. O brilho das garrafas de bebidas premium refletia a iluminação colorida do ambiente, criando um espetáculo visual à parte. Alguns dos convidados se aglomeravam ao redor do balcão, dando sorrisos provocativos e nada discretos para o di Angelo, que apenas os retribuía com falsa cortesia e desinteresse, mas os outros apenas conseguiam ver aquilo como parte de seu charme.

Apoteótico | SolangeloOnde histórias criam vida. Descubra agora