POV SORAYA.
Mais um dia, mais um dia em que eu olho pela janela imaginando como seria se eu fosse uma pessoa normal.
Minha vida inteira eu vivi trancada dentro dessa casa, com vários médicos me examinando, tentando descobrir qual era a minha doença e como iriam conseguir cura-la. Eu me sentia como um sapo sendo dissecado nas aulas de ciências.
Eu tomava cerca de 3 injeções por dia, fora os banhos de descontaminação, e os infinitos remédios que eu tinha que tomar. Só queria ir do lado de fora uma vez, sentir a grama nos meus dedos, os ventos em meus cabelos. Pode parecer ridículo para vocês, mas para mim era um sonho.
POV SIMONE
- Henry Daniel Tebet, se você não descer agora vai acabar perdendo o ônibus. - Quase que de imediato meu filho desce as escadas correndo.
- Já estou pronto. - Fala orgulhoso em ter se arrumado sozinho. Essa seria sua primeira vez em que iria para a escola de ônibus, e ele estava muito empolgado por estar crescendo.
- Eu irei para o trabalho e assim que você sair da escola vai direto...
- Para o hospital - Ele me completou rindo. A buzina do ônibus soou e ele correu em direção ao automóvel, mas é claro que antes me deu um beijo de despedida.
[...]
Cheguei no hospital e tudo estava calmo, cheguei até a estranhar. Fui direto para o trocador, coloquei meu jaleco branco e fui em direção ao refeitório.
- Tebet, o chefe quer te ver na sala dele agora. - Uma enfermeira me gritou. Me impedindo de pegar meu copo de café preto.
Corri em direção a sala do chefe, quando me deparo com o grupo de melhores médicos do Mato Grosso do Sul.
- Agora que todos estão aqui - O chefe começou a falar - Podemos começar... Para aqueles que não sabem, nós temos uma paciente muito importante na nossa cidade, seu nome é Soraya Thronicke - Eu conhecia sua história dessa época do Colégio. As pessoas espalhavam por toda a cidade que ela havia uma doença tão grave que poderia contaminar qualquer um que chegasse perto, por isso ela não saía de casa. Eu nunca acreditei nessa história, até porque ninguém nunca a viu.
- Primeiro vamos desmentir alguns boatos... Em primeiro lugar, a doença que ela tem não é contaminosa. Em segundo lugar, nós que podemos contaminar ela e não ao contrário, e por último, nenhum médico conseguiu descobri que doença ela tem.
- E nós estamos aqui para...? - Robin um dos médicos mais chatos que existe, falou.
- Senhor Robin, vocês estão aqui pois são os melhores do Estado. Enquanto um grupo estará aqui tentando desvendar uma maneira de curar a senhorita Thronicke, um de vocês vai estar com ela.
- Tipo babá? - Robin falou rindo. Que ódio eu tenho dele.
- Não se preocupe, senhor Robin. Não será você. A família Thronicke é muito importante, não deixaria qualquer um se aproximar da filha deles. - Segurei o meu riso. - Por isso eu escolhi a Dra Tebet para esse caso. - Levei um susto.
- Senhor?!
- Tebet, você estará responsável pela senhorita Thronicke.
- Tudo bem e em que quarto ela está? - Todos começaram a rir.
- Doutora Tebet, alguns dos boatos são de fato verídicos, e um deles é que a Senhorita Thronicke, não pode sair de casa.
- Agora podem ir. - Todos saíram da sala para começar suas pesquisas e eu permaneci na mesma.
- Dra Tebet, um carro te levará até ela.
- Chefe, eu não posso aceitar esse trabalho...
- Simone, você não está entendendo. A senhorita Thronicke está perdendo cada vez mais o peso, sua pele está ficando cada vez mais pálida, ela precisa de uma ótima equipe de médicos e para comandar essa equipe eu escolhi você.
Depois de muita conversa acabei cedendo. Não havia se passado nem 15 minutos e um carro preto chegou na porta do hospital.
- Doutora Tebet? - O motorista me chamou. Durante todo o percurso permaneci em silêncio, até chegar em uma casa enorme.
POV SORAYA
Meus pais resolveram trocar de médicos novamente, e hoje chegaria minha nova médica. Apesar de ser chamada de melhor médica do Estado, eu duvido que ela consiga desvendar o que eu tenho.
- Soraya, a nova médica chegou. - Minha mãe me gritou. Desci um pouco as escadas apenas o suficiente para ouvir minha mãe conversando com a média
- Dra Tebet, é um prazer conhecê-la. - Ela dizia
-E me perdoe por isso. - Minha mãe se referia a descontaminação necessária antes de entrar em casa.
- Tudo bem Senhora Thronicke, eu compreendo.
- Soraya está lá em cima, ela gosta de ficar sozinha, uma boa parte do dia.
- Gostaria de conhecê-la.
- Antes, deixa eu te mostrar a casa. - Minha mãe começou o tour e eu voltei a encarar o mundo através da minha janela, com o rádio ligado.
- Filha?! - Minha mãe entrou no quarto, desligando o aparelho de som - Essa é a Dra Tebet, sua nova médica - Eu não a olhei.
- Miss Thronicke, meu nome é Simone Tebet...
- Vamos dispensar apresentações. - Continuei olhando para a janela. - Você não quer saber quem eu sou, só quer logo descobrir o que eu tenho e assim se tornar a médica do ano.
- Soraya.- Minha mãe me repreendeu.
- Está tudo bem Senhora Thronicke. Soraya, o meu dever é te curar.
- Está perdendo o seu tempo. Ninguém sabe o que eu tenho, apenas me fazem de experimento, adivinha só... Eu não quero mais ser um experimento - Meus olhos se encheram de lágrimas.
- Eu não vou fazer de você um experimento, eu quero te curar.
- Ninguém conseguiu antes. Por que agora seria diferente? - Olhei para ela.
- Porque eu não vou desistir até encontrar uma cura, eu prometo a você que eu não vou desistir Soraya. - Eu queria mesmo acreditar naquelas palavras, mas eu sabia que no final ela acabaria desistindo.
- Pode me chamar de Soraya.- Voltei a olhar para a janela.
N/A:
Gente, peço desculpas caso algum nome esteja trocado. Por ser uma adaptação isso ocorre diversas vezes, sem que eu perceba. Caso vocês percebam que algum nome não está batendo com o contexto da cena, por favor comentem para eu trocar. Obrigada aos que estão lendo, e um muito obrigada aos que se dispõem a votar na história.
Bjusss, boa leitura 🤍
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You save me - Simoraya
FanfictionSoraya Thronicke, uma jovem mulher de 20 anos, que nunca saiu de casa, por conta de sua doença. Seus pais preferiram deixá-la em casa do que em um quarto de hospital. Nunca teve contato com o mundo exterior, e as poucas pessoas que conhecerá era seu...