3 - Eu não podia dizer a verdade a ela

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POV SIMONE

Fui para casa pensando no que Soraya havia falado. Ela estava tão infeliz que estava disposta a arriscar a própria vida, para viver nem que seja 15 minutos de felicidade.

- Oi, mamãe. Oque você está fazendo? - Me dei conta de que estava à um bom tempo parada dentro do carro em frente a minha mansão.

- Oi, meu Príncipe. A mamãe estava pensando - Segurei meu pequeno no meu colo e entrei para casa.

- Hoje minha turma estudou sobre os pássaros. - Falou animado.

- E você gostou?

- Eles não devem ficar presos, é muita crueldade com eles.

- É sim, cadê a maluca da sua tia?

- Está tomando banho. Mãe, posso jogar vídeo game?

- Pode sim. Mas só um pouco, porque vamos jantar. - Henry pulou do meu colo e foi correndo ligar o PS4 dele. Resolvi preparar uma lasanha, o prato preferido do meu filho e de quase todas as pessoas que experimentaram a receita maravilhosa da minha avó.

- Oi, sis. - Regina entrou na cozinha - Soube que te colocaram como babá - Riu, e a olhei sério.

- Não brigue comigo, Robin que falou.

- Ai como eu detesto esse homem, mas eu não estou de babá, estou procurando uma cura para uma doença muito rara.

- Nossa, que doença é essa?

- Ai que esta sis, eu não sei o que ela tem.

- Qual o nome da paciente?

- Soraya Thronicke.

- A menina da bolha. - A encarei. - O que?! Existem histórias sobre ela.

- Não tem graça, eu fiquei imaginando se Henry estivesse na mesma situação que ela, acabaria comigo

- Por que sis?

- Re, ela não pode fazer nada. Qualquer doença pode matá-la, não pode fazer exercícios físicos. Ela não teve infância... Se ao menos você visse o estado que está o braço dela de tanta injeção que tomou... É horrivel. - Eu nunca levava assuntos do trabalho para casa, mas eu não conseguia parar de pensar na loira.

POV SORAYA

Simone logo foi embora. Quando meus pais chegaram, eu me sentia exausta. Só queria que tudo isso acabasse logo, eu estava sofrendo e todos em minha volta também.

- Oi, filha. Posso entrar? - Meu pai bateu na porta. - Claro pai. - Eu já estava deitada.

- Como foi o trabalho? - Meu pai entrou no quarto usando uma roupa branca, luvas e uma máscara. Ele sentou na cadeira ao lado da minha cama.

- Meu dia foi chato, filha. Eu queria voltar para casa logo, para poder ficar com minha garotinha.

- Eu tenho 20 anos, pai. - Protestei.

- Não deixa de ser minha garotinha. - Ele ia segurar minha mão, mas assim que chegou perto recuou. Não me lembro de como era o toque dele, da última vez que ele segurou minha mão eu tinha 14 anos, sem querer ele acabou me passando uma crise alérgica, lembro da minha mão ter ficado inchada e vermelha foi horrível.

- Pai?

- Sim, minha princesa.

- Por que você e mamãe não tiveram outro filho? - Ele me olhou assustado, depois sorriu.

- Por que queríamos uma filha perfeita e conseguimos.

- Pai, eu não sou nem normal, quem dirá perfeita.

- Não fala assim. Você é especial e nós te amamos, muito.

- Estou cansada.

- Tudo bem então, descansa um pouco. Qualquer coisa é só chamar. - Ele se levantou e ficou me encarando por um tempo - Boa noite princesa. Te amo, muito - Então ele jogou um beijo no ar e se retirou do quarto fechando a porta. Esperei um pouco e comecei a chorar silenciosamente.

POV MARY (MÃE)

David tinha acabado de entrar no quarto, mal falou comigo e foi direto para o banheiro. Não achei ruim, sabia como ele ficava depois de ver a nossa filha. Esperei um pouco e logo ele saiu, com seus cabelos loiros molhados, sem camisa, deixando seu físico bem definido a mostra e uma calça de moletom.

- Snow. - Ele me chamava assim carinhosamente, dizia que era porque minha pele lembrava a neve, de tão branca que ela era. - Você acha que essa equipe conseguirá salvar nossa filha? Ela está cada vez mais fraca.

- Charming. - Esse é o modo carinhoso que eu o chamava. - Disseram que eles são os melhores, e Simone me parece bem interessada no caso.

- Nossa filha não é um caso. - Falou um pouco irritado. - Ela é nosso bebê, e não aguento vê-la desse jeito.

- Amor, eu sei disso. Mas eles são médicos, é assim que eles veem seus pacientes... Mas nossa filha é forte, ela vai ser curada você vai ver.

- Ela me perguntou porque não tivemos outro filho - Falou baixando a cabeça. Detestava vê-lo tão triste.

- E o que você falou?

-Eu não podia dizer a verdade a ela.

- Amor, sabe que Soraya detesta mentiras. Mas eu te entendo, não sei se conseguiria dizer a verdade para ela também.

N/A:

Gente, peço desculpas caso algum nome esteja trocado. Por ser uma adaptação isso ocorre diversas vezes, sem que eu perceba. Caso vocês percebam que algum nome não está batendo com o contexto da cena, por favor comentem para eu trocar. Obrigada aos que estão lendo, e um muito obrigada aos que se dispõem a votar na história.

Bjusss, boa leitura 🤍

You save me - Simoraya Onde histórias criam vida. Descubra agora