Violento

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Depois de 40 minutos desidratando de tanto chorar, conseguir resgatar o resto de dignidade que me sobrará e parei de agir como um bebê chorão, segurando as lágrimas e todo o resto que estava querendo sair de dentro de mim, New finalmente tinha me deixado, relutante claro, mas ele tinha que ir a sua aula, e os alunos estavam começando a chegar então eu tinha que engolir o choro de qualquer maneira, veriquei o meu braço olhando horrorizado para as marca arroxeada de dedos, que parecia gritar para mim. FRACASSO.

Tentei me concentrar ao máximo na aula do dia, mas minha cabeça, essa traidora, insistia em voltar àquela cena. Aquele momento maldito. Como se fosse um loop eterno. E, honestamente? Eu estava perdido. E foi ridiculamente fácil me perder.

Eu nunca admitiria para ninguém - NINGUÉM - que aquele idiota estava mexendo com a minha cabeça. A verdade nua e crua era que eu estava prestes a beijá-lo. Sim, me julgue. Três minutos. Três míseros minutos encarando meus lábios, e eu já estava pronto para ceder. Patético. Não podia me dar ao luxo de me apaixonar por alguém que estava claramente pronto para me empurrar do precipício. Fraqueza era um luxo do qual eu não podia desfrutar.

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Quando a aula finalmente acabou, corri para o dormitório. Eu precisava descansar antes de ir trabalhar e, claro, percebi que com todo o drama recente, eu nem sequer fui à aula de artes na noite anterior, é eu estava indo bem. Bem direto para a perda da minha bolsa . Abri a porta, e foi como se meu corpo inteiro tivesse virado geléia.

Ele estava na minha cama.

Sim, na minha cama. Como se fosse o seu trono. Ele estava perfeitamente relaxado, tão à vontade quanto um tigre preguiçoso, lançando um sorriso de canto e um olhar que, para ser honesto, me fazia querer pular da janela. Pisquei duas vezes, esperando que fosse uma miragem, mas não, aquilo era real. Real demais. E, nesse momento, eu sabia que toda a cor havia sumido do meu rosto.

Virei nos calcanhares, pronto para fugir. Mas ele me alcançou antes que eu pudesse dar dois passos. Tapou minha boca com a mão, e me prendeu com seus braços, como uma cobra envolta da presa, arrastando-me de volta para o quarto. Eu me debatia em desespero, mas parecia que o meu enorme esforço não mexia um fio de cabelo dele. Com facilidade, ele me jogou na cama e trancou a porta com uma calma irritante.

Eu estava em pânico.

Meu cérebro gritava "PERIGO", mas, como sempre, minhas pernas não colaboravam. Peguei uma pequena estátua de prata que estava no criado-mudo de New e a levantei com as duas mãos. Eu sabia que nada de bom ia vim dele.

E o que ele fez? Riu. Ele riu de mim. Como se eu fosse um cachorrinho tentando morder um gigante. A risada dele era suave, quase melódica. Completamente destoante da violência que emanava dele. Era assustador. E o pior? Estranhamente familiar.

- Que bonitinho... - ele desdenhou, aproximando-se com passos lentos, cada um mais insuportável que o outro. - Você realmente acha que isso vai te defender? Pobre garotinho.

Ele arrancou a estátua da minha mão com a facilidade de quem tira doce de criança e a jogou na cama, me empurrando contra a parede, segurando meus pulsos com uma única mão. Ele era muito rápido. Nem tive tempo de reagir. P'Max me encarou olhando para cada canto do meu rosto. Eu me encolhi ainda mais.

-Você é insanamente lindo, sabia? - disse ele, como se estivesse me elogiando. - Droga eu queria tanto... seu rosto... é perfeito.

Eu arregalei os olhos. Eu não fazia ideia do porquê ele tava me elogiando, poderia ser para me dá um golpe mortal sem que eu sentisse medo nesse meio tempo, vai entender como funciona a cabeça dos psicopatas.

Ele prendeu meus pulsos com apenas uma mão e passou as pontas dos dedos pela minha bochecha, eu me encolhi, o que raios ele estava fazendo? Tudo parecia tão quente a presença dele era sufocante, ele monopolizava qualquer ambiente em que estava.

The Beauty Of Chaos (Reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora