Protegido

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Max:

Viver era encarar a feiura de frente, mergulhar nas profundezas do lado negativo da existência. Era uma jornada de transformação constante, de encontrar a beleza mesmo envolto em horrores indescritíveis . Nat e eu éramos completos opostos, não havia espaço para discussão e se houvesse seria uma decisão unânime. Ele era o sol radiante e alegre, enquanto eu me via como uma nuvem chuvosa e triste.

No entanto, recentemente descobri que Nat e eu tínhamos passado por provações terríveis na vida. Talvez ele tenha enfrentado ainda mais do que eu, mas as semelhanças paravam por aí. A diferença é que. Ao contrário de mim, ele não deixou que as adversidades o afundassem. Com coragem e resiliência, ele resistiu aos golpes cruéis da vida. Já eu, covarde e fraco, não fiz qualquer esforço para manter a minha essência.

Nat era, de fato, um pequeno sol brilhante em meio à escuridão da sua vida. A sua determinação e força eram de fato invejável para alguém tão pequeno e sensível. Enquanto eu me deixava levar pela tristeza, ele estava lutando para se manter fiel a si mesmo dia após dia. Ele era tão incrível em diversos aspectos que eu duvidava que Nat Natasit tinha algum defeito, e isso era assustador porque eu tinha muito deles, ainda mais para ter alguém tão impecável ao meu lado.

Através da pouca luz que entravam pela janela olhei para o garotinho que dormia em meu peito tão tranquilamente, eu ainda não tinha conseguido dormir desde o momento que Nat esteve deitado ao meu lado, apenas fiquei observando enquanto um fino assovio saia pelo seu nariz e sua respiração ficava estável.

Todas as coisas pelas quais Nat tinha passado estavam me assombrando e provavelmente eu nunca as esqueceria, eu queria chorar novamente por vê-lo tão infeliz e machucado. Eu também queria me bater pois enquanto eu estava sendo um imbecil egoísta de sempre meu pequeno estava passando pelas coisas mais horrorosas que um ser humano poderia passar. O pior era que a raiva estava emergindo sob minha pele como se fosse um necessidade vital, eu queria encontrar Gun bater nele até não restar mais nada da sua putrida existência, fazer com ele pior do que ele fez com o meu lindo bebê, queria poder torcer o seu pescoço com minhas próprias mãos, quebrar os seus braços...

O celular de Nat que se encontrava em cima da criado recebeu uma notificação acendendo a tela. Eu sabia que era errado, que eu não devia fazer nada do que estava pensando mas o meu desejo de vingança fez qualquer reserva que eu tinha sobre boa conduta ou privacidade pessoal se tornarem pó. Eu precisava encontrá-lo. Olhei para Nat ainda dormindo em meu peito. Sem muito esforço estiquei o braço e peguei o seu celular, a barra de notificações mostrou uma mensagem de Gun, onde ele deixou claro que Nat ia dormir na próxima vez no apartamento dele, a raiva borbulhou dentro de mim. Se aquela porra de maníaco achava que ia se quer ver Nat ele estaria tão incrivelmente enganado. Botei o celular no lugar e tirei Nat de cima de mim lentamente tomando todo o cuidado para não machucá-lo, ele se contorceu um pouco mas logo caiu em um sono profundo novamente

Sai da cama devagar com o celular do meu garotinho na mão.

-Aonde está indo?

Perguntou Zee no meio da penumbra.

-Pegar um ar volte a dormir.

-E o celular de Nat que você pegou? Também precisa de ar?

Eu fiquei calado não tinha uma desculpa para isso. Tive um vislumbre de Zee se levantando em meio a escuridão. Ele pegou em meu braço me puxando para fora do quarto.

-Você está louco imbecil!? Olha para aquele garoto lá dentro você não acha que ele sofreu o suficiente? Acha que ele vai ficar feliz por ver você sendo preso por matar ou seja lá o que esteja planejando para aquele maníaco?

The Beauty Of Chaos (Reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora