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A floresta era tão escura e bela.
Acho que me lembrava um pouco do meu coração.
De mim.
Estava confusa.
Chateada.
Uma voz chegou em minha mente. Como se houvesse alguém ao meu lado. Um homem. ("Não se preocupe, vai ficar tudo bem, vamos ficar juntos e cuidarei de você"). Talvez fosse carência de pai afinal eu nunca tive um...
Gostaria de ter.
Algum dia.
Talvez.
Ele cuidaria de mim agora.
Coisa que "ela" não fez.
Que King Kong, eu simplesmente andaria pelo colégio de cabeça baixa!
-Te achei!- Disse Arthur perto de mim e com um sorriso.
Eu me assustei por um momento mais por outro lado, fiquei contente em vê-lo.
-O que você...? Você esta me seguindo?
-Não... Que dizer... Mais ou menos...
-Nossa! -falei sorrindo e meio sem graça.
-São onze horas, não seria gentil te deixa aqui só.
-Gentil? Tá! -"gentil"?! "gentil"?!, depois dessa noite ele está preocupado com gentileza?!
-Não se preocupe com o que seu irmão e irmã disse. Sei que eles estavam mentindo.
-Quem disse que eu estou preocupada?
-Seus olhos.
-Quê?!
-Fox, temos que ir... -Disse Arthur olhando para trás com cara de assustado.
-O que foi?
-Anda primeiro, pergunta depois!
-Ok.
Ele me assustara por um momento.
Era esquisito me sentir tão bem perto dele.
Fomos para casa, quando chegamos lá...
-Mais o quê...? -Disse Arthur olhando para algo ente meu pescoço e minha barriga.
-Arthur?!
-Onde conseguiu este colar?
Ele pegou meu colar que eu sempre escondera para poupar perguntas.
-Eu achei há uns quatro anos e nunca mais o tirei, por quê?
-Por que não me disse?!-ele elevou a voz. -Agora eu sei por que estão atrás de você, eu também mais não pensei que seria logo você! -Gritou Arthur, me fazendo andar para trás...
-Arthur?! -Eu disse com um pouco de medo.
-Fox...-Ele disse tentando me acalmar.
-Vai embora, você é igual a todos os outros! Some daqui. -eu elevei a voz.
Não acredito que ele...
-Me escuta Fox.-Ele quase sussurrou.
Dei as costas a ele e saí dali o mais rápido possível.
"Não acredito que ele fez isso!"
Fui para meu quarto, evitando olhar para Renata.
Eu vou respirar me acalmar por que ele estuda na mesma sala que eu e vai ser difícil ingnorá-lo.
Passei a noite pensando nele.
Não posso estar gostando dele...
Posso?
Não.
Eu vi o que senti quando ele falou daquele jeito.
No dia seguinte eu fui à escola com um pouco de receio por causa do Arthur...
-Oi Fox... -Disse Arthur em quanto eu andava e logo voltou a falar... -Me desculpe por ontem, eu não deveria ter te tratado com aquele tom.
-É você não deveria mesmo, mais fez então para de me confundir e me deixa.-Eu falei calmamente.
-"Confundir"? Como assim?! -ele disse franzindo a testa.
-Você é ou não é meu...
-Namorado?! -ele sorriu.
Eu sorri e olhei para o chão.
-... Eu ia dizer amigo.
-Há, claro.
-O quê?
-Não é difícil entender... está correndo perigo e eu tenho que te ajudar!
-"Perigo"? Mais do que é que você está falando?
-Não posso te dar os detalhes ainda mais você tem que confiar em mim Fox.
-Por que você começou essa conversa? Se não queria que eu soubesse ficava de boca fechada! ... Por que deveria confiar em você? Te conheço há dois dias!
-É o suficiente.
-Suficiente para quê?
-Vá para a sala, não quero que se atrase. -Ele disse dando-me as costas e saindo sem dizer mais nenhuma palavra.
Haaaaaa.
Como assim "o suficiente"?
"Suficiente" pra quê?
Quem é Arthur realmente?
E por que ele estava me "procurando"?
E esse colar?
O que está acontecendo?!

FoxOnde histórias criam vida. Descubra agora