Fox

3.1

-Oi Fox.
-Kevin! Oi.
Ele se aproximou com um sorriso.
Sorri.
-Você está bem?
-Não, que dizer... Sim!
O que...?!
-Você é mais fofa do que eu pensei.
Ai minha nossa.
-Isso é bom ou...
-Isso é perfeito, pelo menos é o que achamos.
-"Achamos?"
-É, eu e os meninos.
Eles me acham perfeita?!
Aiiiiiii.
Minha nossa.
Minha nossa!
-Ata. -falei sem fôlego.
-Bom, nos vemos na sala.
Claro.
Como quiser.
-Claro.
-Tchau.
-Tchau.
O Kevin falou comigo?! Minha nossa! O meu coração ficou calmo, porém, eu me arrepiei.
Que frio na barriga...
Tomara que ele não tenha percebido.
Duvida quanto que o colégio todo percebeu?!
As três primeiras aulas passaram rápidas e não nos falamos. E aí, veio o intervalo...
Eu, como sempre, sentei-me na ultima mesa.
-Olá Fox, se importa se sentarmos aqui? -Perguntou Arthur e os meninos estavam atrás dele.
-Acho que não. -Eu disse dando um sorriso envergonhado, enquanto isso os meninos se sentaram.
Minha mão começou a tremer e ficou adormecida como se ela não existisse.
-Valeu! -Disse Kevin
-Percebeu que todos estão olhando para cá? -Perguntei.
-Não esquenta Fox! -Disse Alef piscando para mim e com um leve sorriso.
-De onde vocês são? -Perguntei.
-Por quê? -Perguntou Alef
-Olha, eu sei que vocês sabem sobre o que eu estou falando, por tanto..
-Ok, mais nem aqui e nem agora -Falou Alef.
Então eu não sonhei.
Minha mãe não bebeu?
Droga!
-Quando então?
-Hoje te levamos para casa e te contamos no caminho. -Explicou Arthur.
Será possível que tudo o que esse menino faz é lindo?
Aff.
-ok.
Depois se fez um enorme silêncio e eu saí da mesa.
Pegar confiança desse jeito só foi possível por causa da minha mãe. Claro que tinha algo errado e eu tinha que descobrir.
De alguma forma eles não me davam medo, apesar de não conhecê-los, eu me sentia muito bem com eles (bem melhor que em casa).
Não nos falamos na sala, afinal, a Renata estava literalmente cantando o Alef, minha nossa!
Eram coisas do tipo... " não sou roupa íntima mais adoraria de saber sobre sua intimidade", " queria ser um chuveiro para te acompanhar no banho". E essas foram as melhores!
As vezes eu esquecia que tínhamos meses de diferença.
Ela parecia... sla.
Na hora da saída foi mais difícil que eu pensei, todos ficaram comentando como se fosse o fim do mundo.
"A novata com os três?"
"Será que ela dormiu com eles?"
"Que sorte hein"
Comentários totalmente desnecessários.
Para piorar a situação o meu "irmão" estava lá...
-É Fox, para quem não queria nem um você está pegando três!
Que porra!
Gente, me joguem num buraco e não me deixem sair.
Os três olharam para mim e deram um sorriso tão lindo que me deixaram mais sem graça do que eu já estava.
Se é que era possível.
Entramos no carro e não conversamos (acho que mesmo negra, fiquei vermelha), eles não me levaram para casa como foi prometido.
Não tive uma das melhores sensações.
Não os conheciam, por tanto, peguei o spray de pimenta que sempre andava comigo.
Ele era pequeno, mais eficiente. (Testei no Rafael).
Paramos.
-Vamos. -disse Kevin ao meu lado, abrindo a porta.
Arthur dirigia.
Saímos do carro e andamos um pouco.
Eu poderia correr, mais cheguei até aqui.
Um lugar meio abandonado.
Mais não era feio.
-Tá, falem!-Eu disse parando de andar.
-Fox, talvez seja um pouco complicado de entender... -Disse Arthur
-"Complicado...". Falem! -gritei sem paciência.
Alef sorriu.
-Somos do mesmo mundo que seu pai... -Kevin tentou falar
-Mesmo mundo que meu pai?... Extraterrestres?
-(Risos) Não Fox, somos do mundo luz. -Explicou Arthur.
-"Mundo luz"?! Ainda estamos falando sobre o mesmo assunto?
-Fox, eu sei que... -Disse Arthur e parou.
Sorriu.
-O que foi? -eu estava tai assustada que a forma do vento me deixava nervosa.
-Spray de pimenta? -Perguntou Arthur ainda sorrindo.
-É. -eu estava apavorada.
Maníacos?
Queria minha cama.
-Você precisa voltar para o mundo Luz. -Explicou Kevin
-Como vou voltar para um lugar que nunca estive?
Do que eles estão falando?
-Fox... -Alef tentou falar
-O único lugar que eu quero voltar é a minha casa!
-Fox...
-Por favor. -sussurrei.